TOUROS RN-O descobrimento no mar de Touros
Em edição revista ampliada pela editora natalense Sebo Vermelho, o pesquisador e escritor Lenine Pinto Barros, 85 anos, lançará durante o Festival Literário de Natal (FLIN), que ocorrerá entre os dias 5 e 7 de novembro, na Ribeira, um novo livro que, assim pode se dizer, completa a sua trilogia sobre a tese de que o Descobrimento do Brasil ocorreu no Cabo de São Roque, em Touros (RN), e não em Porto Seguro (BA), em 1500.
“O professor Lenine Pinto é o maior pesquisador dessa área no Brasil”, diz o editor do Sebo Vermelho, Abimael Silva, para informar que as duas primeiras edições das obras do autor sobre o mesmo tema, foram edições independentes do próprio escritor. “Nessas edições foram impressas 500 livros, e esgotou tudo, agora achamos por bem imprimir 300 exemplares, afirmou Silva, a respeito do livro “O mando do mar”, que consumiu oito anos de pesquisa de Lenine Pinto.
Lenine Pinto estreou como escritor em 1948, quando lançou “Apartamentos de rua 15 de novembro, em parceria com Antonio Pinto de Medeiros”, uma obra que diz, de poemas em prosa. Nas décadas seguintes, ele escreveu sobre fatos da 2ª Guerra Mundial e a presença dos americanos em Natal e, somente 50 anos depois, em 1998, a polêmica obra “Reinvenção do Descobrimento”.
Em carta-prefacial na orelha do livro “O mando do mar” a ser lançado a partir das 18 horas da quinta-feira (5), na praça Augusto Severo, na Ribeira, o professor José Luís Conceição Silva, que é diretor do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses da Universidade de Brasília (UnB), diz que leu, com a maior atenção e espírito crítico, o novo trabalho de Lenine Pinto sobre os problemas e dúvidas relacionados ao Descobrimento do Brasil.
Luís Conceição afirmou o seguinte: “Da leitura do seu trabalho anterior – “Reinvenção do Descobrimento” – ficara-me a convicção de não mais poder acreditar-se na velha ‘verdade histórica’ de ter a armada de Pedro Álvares Cabral aportado à costa do Brasil no sul da Bahia. No entanto admiti a possibilidade de que leitores menos atentos ou mais exigentes em questões de provas histórico-científicas persistissem nessa generalizada crença, tão popular neste momento devido à proximidade dos 500 anos da descoberta. Porém, da leitura deste novo trabalho, acredito que não restará qualquer possibilidade de contestação por quem quer que seja”.
Para Luís Conceição, as teses defendidas por Lenine Pinto “não se resumem à simples mudança do local da chegada de Cabral – do sul da Bahia para o leste do Rio Grande do Norte – e da correção da respectiva data (22 para 23 de abril segundo a praxe do ‘dia náutico”. Segundo o professor, elas “abordam aspectos da maior importância referentes ao período da História de Portugal conhecido como “Epopéia das Navegações e dos Descobrimentos”, que se inicia com Dom Diniz e só de pode considerar terminada quando Fernão de Magalhães morre nas Molucas em 1519”.
Por fim, Luís Conceição disse que a análise do trabalho de Lenine, “leva-me a concluir sem sombra de dúvida que você atingiu o grau máximo”.
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