PENDÊNCIAS RN-Vazão da Armando Ribeiro cai 30%
A vazão do maior reservatório hídrico do Estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Itajá, será mais uma vez reduzida. Por solicitação da Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão de água defluente da barragem foi reduzida em cerca de 30% – de 8 metros cúbicos por segundo para 5 metros cúbicos por segundo. A diminuição foi causada pela contínua redução dos níveis do reservatório que, segundo medição na última segunda-feira (6), chegou a 29% da sua capacidade.

De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), a redução foi acordada em reunião com a ANA e a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh), mas respeitando uma condicionante: o abastecimento dos municípios. Hoje, a barragem é responsável pelo abastecimento de 30 sedes urbanas. Uma delas é Caicó, principal cidade do Seridó – e uma das regiões mais afetadas pela estiagem dos últimos três anos.
Por circundar os efluentes que um rio de corta dois estados, o Piranhas-Açú, a administração da barragem é federal. A ANA administra a vazão e os usos da água presente no reservatório, enquanto que a administração dos canais é do Governo do Estado. Desde 2014, a ANA tem realizado uma série de restrições nos reservatórios da bacia Curema-Mãe D’água. Na Paraíba, a vazão atual é de 1,8 m³/segundo.
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No RN, esta é a terceira redução desde o ano passado. Originalmente, a barragem, que comporta 2,3 bilhões de metros cúbicos de água, deve liberar 17m³/segundo para atender tanto a demanda para consumo humano (1,1 m³/seg) quanto a da irrigação (6,8 m/seg). Segundo o secretário estadual de Recursos Hídricos, José Mairton de França, a Caern vai acompanhar se a redução causará algum impacto no abastecimento dos municípios.
“Se tiver qualquer problema no abastecimento nós vamos solicitar que volte à vazão normal”, assegurou. De acordo com a Caern, as cidades que poderão ser mais afetadas são as abastecidas pela adutora Jerônimo Rosado (que segue em direção à Mossoró), e aquelas que recebem águas captadas em Assú e Pendências. O município de Caicó, que também recebe água do Piranhas e já se encontra em rodízio de abastecimento, não será afetada inicialmente.
Hoje, a barragem Armando Ribeiro é um dos cinco reservatórios potiguares que ainda estão em situação “confortável”, garantindo abastecimento até 2016. Entretanto, as regiões do Seridó e Alto Oeste são as que mais têm sofrido com a escassez de chuvas. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária, seria necessário uma chuva de 800 milímetros no mês para recarregar plenamente os reservatórios.
De acordo com Mairton França, a diminuição do nível de água no lençol freático do Seridó também preocupa porque dificulta a perfuração de poços. “Tenho que perfurar mais fundo, o que do ponto de vista financeiro, social e técnico não é viável. A única solução é carro-pipa”, avalia. Hoje, dez cidades estão em colapso no abastecimento e projeto apresentado pelo Governo para abastecer áreas urbanas por carro pipa segue em análise no Ministério da Integração.

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