Macau RN; Justiça suíça comprova que Cerveró recebeu dinheiro do lobista Fernando Baiano no exterior


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SÃO PAULO – A Procuradoria Pública Federal de Berna, na Suíça, enviou documentação para a Justiça brasileira comprovando que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, recebeu dinheiro no exterior do lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano. Cerveró obteve US$ 75 mil de Baiano em setembro de 2008, por meio de uma offshore chamada Three Lions Energy Inc, com conta bancária no Banco Credit Suisse.

O ex-diretor da Petrobras recebeu o dinheiro por meio de outra empresa offshore panamenha com o nome de Russel Advisors SA, com conta bancária na UBP da Suíça. Segundo os procuradores suíços, essa empresa pertenceria a Cerveró. Esta é a primeira prova de que Baiano, considerado intermediário do PMDB no recebimento de propinas na Petrobras, pagou comissões ao ex-diretor da estatal.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro, Cerveró, Baiano e o empresário Julio Gerin de Almeida Camargo teriam dividido propinas no valor de US$ 40 milhões na aquisição no exterior de navios-sonda da Samsung, razão pela qual os três foram denunciados por corrupção na 13ª Vara Criminal Federal do Paraná. Na acusação do MPF, aceita pelo juiz Sérgio Moro, de dezembro do ano passado, a Samsung teria transferido aproximadamente US$ 40 milhões para a Piemonte Investmente Corp, de Julio Camargo, com conta bancária no Uruguai, por meio de contratos fictícios de assessoria. Esses valores teriam, então, sido repassados para contas bancárias na Suíça, inclusive da Three Lions Energy, de Fernando Baiano.

QUEBRA DE SIGILO

Na quebra de sigilo das operações da Three Lions Energy, os procuraodres de Berna verificaram que no dia 17 de setembro de 2008 ocorreu um pagamento da empresa de Baiano para a offshore Russel Advisors SA, no valor de US$ 75 mil.

“O posterior levantamento dos documentos bancários da Russel Advisors SA na UBP demonstrou que Cerveró, aqui acusado, é beneficiário da empresa offshore panamenha Russel Advisors SA. Portanto, também na presente investigação existe a forte suspeita de que Cerveró, através do recebimento de um pagamento no valor de US$ 75 mil esteja culpa de corrupção passiva”, escreve o procurador suíço Stefan Lenz.

Os procuradores suíços verificaram que Cerveró manteve mais de uma conta bancária no Banque Heritage, em nome da offshore Forbal Investiment Inc, de Belize. Nessa conta, Cerveró recebeu depósitos de US$ 674 mil no período de 2009 a 2013.

“O fundo econômico destes pagamentos não está claro e não parece compatível com a atividade de Cerveró como diretor da Petrobras”, afirma Lenz.

Em maio de 2009, Alexandre Amaral de Moura, dono da Comtex Indústria e Comércio, fabricante de sistemas de vigilância e fornecedora da Petrobras, com conta no Banco Suíço Bank Juluis Bar, fez uma transferência de US$ 300 mil para Cerveró. Segundo o procurador suíço, essa transferência deve “ser qualificada como possível pagamento de suborno, sobretudo porque nos documentos Moura também aparece com um pagamento no valor de US$ 340 mil, de 15/4/3009, a uma empresa chamada Quinus Service SA, para a qual Paulo Roberto Costa, outro acusado no escândalo da Petrobras, assinava como beneficiário econômico”.

A Procuradoria da Suíça diz que antes ou depois da acusação na Justiça brasileira, Cerveró transferiu US$ 250 mil para Londres, para o banco Co-Operative Bank Pic. Uma transferência de US$ 50.102,98 aconteceu no dia 3/12/2014 e outra de US$ 200.097,96 no dia 8/1/2015.

“Portanto, há a suspeita que, dessa maneira, os direitos de confisco do Estado brasileiro foram frustrados e Cerveró seria culpado de lavagem de dinheiro”, diz o documento suíço.

 

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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