GUAMARÉ RN-Mortos em motel no Paraná foram escolhidos aleatoriamente, diz polícia
Após cinco meses da morte de dois jovens em um motel de Paranavaí, no noroeste do Paraná, a Polícia Civil considera o caso praticamente concluído. Para o delegado-chefe Luiz Carlos Manica, Marcelo de Oliveira Choti foi o responsável pela morte de André Perez Silva e Gabriela Cerci Bernabe. Para a polícia, Choti, aparentemente, escolheu as vítimas aleatoriamente para roubá-los. “Ainda não sabemos por que o suspeito resolveu matar os dois”, diz o delegado.
O laudo oficial apontou ainda que André foi asfixiado e Gabriela foi estuprada e teve o pescoço quebrado.
Marcelo Choti está preso da Casa de Custódia de Maringá e em depoimento prestado ao delegado Carlos Henrique Rossato Gomes na tarde de quinta-feira (3) não negou a autoria do crime, mas não explicou o que estava fazendo no motel no dia 4 de abril.
“O suspeito disse que esteve no motel, mas não deu detalhes sobre o que foi fazer lá. Disse que só vai dar detalhes na presença do advogado”, disse o delegado. Marcelo de Oliveira Choti não tem advogado constituído, ainda segundo a Polícia Civil.
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Dentro no quarto
A polícia não soube explicar o que aconteceu dentro do quarto onde os jovens foram mortos. O delegado Luiz Carlos Manica justifica que a cena do crime foi manipulada pelo suspeito, e por isso, não foi possível fazer a reconstituição do crime.
“Esperamos que o Marcelo fale na próxima semana e esclareça todos os pontos que faltam. Sabemos apenas que ele rendeu o André e a Gabriela momentos depois deles estacionarem o carro na garagem do quarto. O suspeito fecha a porta e aí não sabemos o que aconteceu lá dentro”, esclarece o delegado.
Antes de o suspeito invadir a suíte onde ocorreu o crime, ele tentou render outro casal que estava no quarto ao lado, mas não conseguiu.
Um segundo homem, que já tem passagens pela polícia e que chegou com Marcelo no motel, também é investigado, pois ajudou o suspeito a sair do local.
O inquérito deve ser concluído em até quinze dias e depois será encaminhado para o Ministério Público do Paraná (MP-PR). “Devemos indiciar o suspeito por duplo homicídio e violência doméstica”, conclui o delegado-chefe de Paranavaí.
Laudo oficial
O laudo oficial mostra que não houve luta corporal antes das vítimas serem mortas e a perícia também não encontrou material genético do suspeito em outros objetos do quarto. O sangue encontrado em toalhas, lençol e colchão pertenciam às vítimas. A perícia encontrou apenas o sêmen do suspeito no corpo de Gabriela.
“O perfil genético do suspeito bate com o sêmen encontrado na garota, o que mostra que ela foi violentada. Não sabemos dizer se o estupro ocorreu antes ou depois da morte, mas podemos afirmar que descobrimos o autor dos homicídios”, pontua o diretor-geral da Polícia Científica Hemerson Bertassoni.
Bertassoni afirma ainda que os dois jovens não utilizaram drogas antes de serem mortos. O laudo oficial mostra que apenas o garoto ingeriu uma pequena quantidade de álcool.
Versão motel
O advogado do motel Edilson Avelar afirma que os funcionários não desconfiaram que estivesse ocorrendo um crime na suíte. “As meninas da limpeza ouviram apenas gritos de não. Como é um motel, elas não desconfiaram que algo pior estivesse acontecendo”, explica.
Avelar diz que o estabelecimento entregou todas as gravações das 12 câmeras de segurança à polícia e inclusive apresentou um documento de controle dos carros que estiveram no motel. “Temos um funcionário que registra as placas dos veículos, e foi através desse registro que a polícia chegou até o suspeito”, acrescenta o advogado.
O crime
Gabriela e André foram encontrados mortos em um motel de Paranavaí no dia 4 de abril.
Segundo as investigações, os jovens saíram de uma boate da cidade na madrugada daquele dia e foram até o motel por volta das 4h.
Como os dois não apareceram em casa no dia 4, as famílias procuraram a polícia e registraram Boletim de Ocorrência sobre os desaparecimentos. Pouco tempo depois, os dois foram encontrados mortos deitados na cama de um dos quartos do motel.
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