Centenas de manifestantes realizaram protestos na tarde deste domingo (12) em João Pessoa e Campina Grande. Nas duas cidades, assim como aconteceu no protesto do último dia 15, muitas pessoas levaram cartazes apresentando suas reivindicações, reclamando dos aumentos nos preços, contra o governo, atacam a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, além de alguns que pedem intervenção militar. Alguns manifestantes destacaram também a necessidade de investir em educação e saúde e outros se mostravam contrários à reforma política.

Em João Pessoa, a organização do protesto estima que 500 pessoas participaram da caminhada. A polícia diz que foram 300.

Os primeiros manifestantes chegaram antes mesmo do horário programado para a concentração, às 15h. A concentração aconteceu no Busto de Tamandaré, entre as praias do Cabo Branco e Tambaú.

Um dos organizadores da manifestação em João Pessoa, Alisson Novaes, diz que, “como o protesto de 15 de março não surtiu efeito”, é necessário voltar às ruas “para pressionar mais”. “E vamos voltar quantas vezes forem necessárias”, diz, destacando ser “absolutamente contra a intervenção militar”. “Nós respeitamos o estado democrático de direito”, garante.

Camelô há 30 anos, Jose Ailton da Silva, 48 anos, aproveitou o protesto para vender os produtos que sobraram Copa. “Vendo todo tipo de mercadoria de época ”, diz ele, que concorda com as reinvindicações. “Tudo que Dilma falou ‘não’, hoje é ‘sim’. Aí fica complicado. O problema é que é trocar seis por meia duzia”, destaca.

O consultor de investimentos Sérgio Guedes, de 29 anos, participa do protesto em João Pessoa e diz que não está no Busto de Tamandaré para pedir intervenção militar e nem “deixar que o país esteja entregue ao boliviarismo”. “Queremos um país livre, com iniciativa individual. A intervenção excessiva do estado interfere muito na nossa individualidade. Para isso, o primeiro passo é o impeachment de Dilma. Qualquer coisa é melhor que ela no poder. O PT é coligado com ditaduras comunistas. Se o partido sair do poder, já é um grande avanço”, defende.

Por conta do protesto, o trânsito na final da avenida Epitácio Pessoa foi interrompido a partir das 16h.

Em Campina Grande, a organização estima que 1.500 pessoas participaram do protesto. Já a Polícia Militar estima em 250 o número de participantes.

A concentração começou por volta das 14h15, na avenida Brasília e os manifestantes seguiram em caminhada na direção do Açude Velho às 15h30, onde chegou duas horas depois.

Uma das organizadoras do protesto em Campina Grande, Rebeca Coury, avalia que “Esse é o início da mudança no Brasil”. “Queremos o fim do PT. O Brasil livre é nosso. O PT não é dono das manifestações. Temos a capacidade de nos indignar. Vamos tirar Lula, Dilma e o PT do poder. Protestamos contra a corrupção e os aumentos abusivos”, diz.

Um dos primeiros a chegar na concentraração do protesto em Campina Grande, Ricardo Santos, de 33 anos, conta que participou do protesto do dia 15 de março. “Servi ao exercito e acho que a única solução que resta pra gente é essa. Dou nota zero para esse governo. É muita corrupção. Pra resolver, só assim. Já passou da hora do exército tomar conta, igual fez em 64”, diz.

A organização do protesto na cidade diz que não apoia a iniciativa de Ricardo e de outros manifestantes, mas garantiu que defende o direito deles se expressarem.

O protesto em Campina Grande se encerrou por volta das 17h10 com os manifestantes entoando o hino nacional. Um dos organizadores, Antônio Gomes, não descarta a possibilidade de novos protestos. “Estaremos aqui quantas vezes for necessário para tirá-los do poder. Fora PT e leve Dilma com você. Nós somos o povo e o povo não quer mais o PT”, diz.