Um em cada dez roubos de carros registrados em Curitiba, no Paraná, é tentativa de fraude contra as seguradoras, segundo estimativa da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). De acordo com a Polícia Civil, pelo menos uma pessoa é presa por mês ao tentar aplicar o golpe do seguro. O suspeito de praticar esse delito pode responder por estelionato, falsidade ideológica e comunicação falsa de crime.

De acordo com o delegado Cassiano Aufiero, algumas pessoas que cometem esse tipo de crime chegam até a incendiar o carro para impedir a identificação da perícia. Depois vão até a polícia para comunicar o roubo ou furto e tentar receber o valor do seguro. “Há casos de veículos encontrados que não consegue, mesmo com perícia, se identificar. Aí [as pessoas] conseguem reaver o dinheiro do seguro, o valor pago pela seguradora”, afirmou o delegado.

Para o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Paraná (SINCOR-PR) José Antônio de Castro, quem acaba prejudicado é a população, pois os golpes contra seguradoras têm impacto direto nos preços dos seguros que acabam ficando mais caros.

“O seguro nada mais é do que um mutualismo, uma relação onde todo mundo está investindo dinheiro e aquele que precisa vai lá e retira. Quando muitas pessoas começam a retirar, precisa-se colocar mais dinheiro. E o seguro fica mais caro, porque isso tem que ser rateado entre todos para que se haja um equilíbrio dentro das seguradoras e elas possam continuar fazendo suas indenizações”, disse Castro.