Síndrome Vasovagal-Dr. João Mariano Sepulveda


sincope1

Dr. Mariano Sepúlveda

Cárdio Geriatra

@no_formol

www.medicareclinica.com.br

 

Quem jamais desmaiou ou sentiu-se próximo a isso certamente o fará, pois é muito comum o ser humano eventualmente e por motivos diversos sentirem esse incômodo e desfalecer!

Atinge até setenta por cento da população em geral e se caracteriza pela perda súbita e transitória da consciência. Síncope!!

A síncope vasovagal, que envolve reflexos mediados pelo sistema nervoso, é tida como responsável por mais de 55% dos casos!

Caso isso ocorra com muita freqüência, ou até duas vezes em seis meses, devemos considerar o diagnostico de nosso título, também chamada de Síncope Neurcardiogênica, desencadeada por falta de compensação vascular pós movimentos súbitos, e ou permanência por longos períodos na mesma posição, em filas, por exemplo, ou locais com muita aglomeração de pessoas, shows, casamentos, enterros, ou pós quadros agudos de estresse!

Processo eminentemente vascular ocorre quando o sistema tem de fazer uma compensação, de enchimento de vasos cerebrais, similar a uma garrafa quase cheia, quando deitada o liquido supre a maior parte do recipiente, quando em pé o liquido desce por efeito da gravidade! No ser humano quando isso ocorre os sistemas simpático e parassimpático entram em ação para que os músculos periféricos se contraiam e forcem o sangue a subir mantendo irrigados e oxigenados coração e cérebro, mantendo normal o fluxo!

No paciente vaso vagal isso não ocorre e como o sistema circulatório é interligado para evitar a eminente falência de oxigenação que causariam danos em órgãos alvos, como se fosse um disjuntor elétrico sobrecarregado, o sistema se desliga provocando a síncope e ou desmaio como uma defesa orgânica!

Quando o corpo cai o sangue se redistribui e a consciência é restaurada fisiologicamente!

Doar sangue, calor intenso, exercícios extenuantes, desidratação, fome, exames e tratamentos ou pequenas cirurgias, também são causas frequentes de síncopes.

Sintomas como tonturas, mal estar, calores, enjôos, palpitações, suor frio, palidez, pressão baixa, pulsação lenta, escurecimento de vista, sensação eminente de morte, e pânico, podem cursar antes, durante ou após as síncopes!

A Síndrome Vasovagal faz diagnóstico diferencial, se confunde, com epilepsia, labirintite, hipoglicemia, hipo ou hipertensão, e síndrome do pânico!

O sistema nervoso autônomo controla tudo aquilo que tem funcionamento automático, como respiração, batimentos cardíacos, temperatura e digestão.

Divididos em sistemas simpático e parassimpáticos, opostos que se equilibram, por exemplo, um acelera o outro reduz os batimentos cardíacos, um dilata o outro contrai os vasos sanguíneos!

Neste sistema existe o nervo vago que inerva o coração, esôfago, estômago intestino, bexiga, pulmões, vasos sanguíneos, pupilas, glândulas sudoríparas e salivares. Subordinados ao sistema nervoso central, podem ser desencadeados por emoções intensas!

Raramente se agrava, porem casos excepcionais, em associação à arritmias podem levar ao óbito!

O diagnostico pode ser clinico ou por exclusão de outras patologias, mas o padrão ouro é o Teste da mesa inclinada, ou Tilt Test, onde se submetem os pacientes a estímulos similares aos que provocam e desencadeiam os desmaios!

O resultado pode apresentar:

Resposta vaso vagal Clássica, com hipotensão súbita com ou sem redução dos batimentos cardíacos.

Disautonômica, onde ocorrem quedas graduais de pressão, sistólica e diastólica!

Psicogênica ou psicossomática,  onde não verificamos alterações em pressão ou batimentos cardíacos!

De acordo com resultados teremos os seguintes tipos de exames;

Resposta Mista onde estão envolvidas alterações em pressão e freqüência cardíaca!

Resposta Cardioinibidora, mais envolvida com o ritmo e a freqüência cardíaca!

Resposta vasopressora pura, onde somente a pressão estas envolvida!

Qualquer que seja o tipo de resposta o diagnóstico precoce e as medidas preventivas são cruciais no segmento deste quadro.

Aos portadores recomendamos, quando sentir que vai desmaiar, sente-se ou deite-se no chão ou sofá, não tentem ficar de pé, tracionem as pernas de encontro ao tronco para forçar o retorno venoso e bombeie o sangue das extremidades para o centro, abrindo e fechando as mãos, contraindo as panturrilhas, batatas das pernas. Evite permanecer por longos períodos em pé, beba muitos líquidos e pratique exercícios progressivos que aumentem a tolerância a longos períodos em pé, use meias de compressão vascular que auxiliem no retorno venoso central.

O tratamento passa pela orientação do paciente, consciência do que ocorre,

betabloqueadores, como o metoprolol, ou propranolol,  a hidrofluorocortisona (mineralocorticóide), nos mais jovens e nos mais velhos.

Disopiramida, escopolamina transdérmica, teofilina, fluoxetina

efedrina, a etilefrina, a diidroergotamina, a pseudoefedrina e a midodrina também são drogas utilizadas!

O implante de marca passo pode ser necessário quando a causa for

ritmogênica, a mais grave e responsavel por morte súbita.

As pessoas acometidas por essa síncope provavelmente apresentam uma disfunção autonômica representada, por exemplo, por uma hipersensibilidade localizada em algum ponto (“receptor”) desse arcoreflexo. Em situações especiais e transitórias (“gatilhos”), ocorre o desencadeamento paroxístico e paradoxal da resposta hipotensora e/ou bradicardizante levando a síncope e as inevitáveis quedas!

JMS

 

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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