Não é por acaso que a Semana do Economista 2014 vai ocorrer dentro de uma universidade e também no calçadão do Centro da cidade. A ideia é integrar os futuros profissionais da economia e passar uma nova imagem do economista para a sociedade, mas principalmente integrar a categoria.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte (Corecon/RN), Roberto Máximo, a sociedade desvalorizou aos poucos a profissão de economista. Para resgatar o valor dos profissionais, é necessário trabalhar essa imagem com a população na visão de Máximo.

Uma das ferramentas prática para isso é o lançamento da Cartilha “Dicas Econômicas – Dinheiro: sabendo usar, não vai faltar”. Foram impressos nove mil exemplares para auxiliarem gratuitamente a população no que diz respeito à educação financeira. “É uma linguagem bem acessível para todas as faixas etárias”, disse o presidente do Corecon/RN.

Ele ressaltou também que não vai ocorrer a mera distribuição dos exemplares. No dia do economista, quarta-feira dia 13, o Corecon/RN vai montar a “Tenda Entenda de Economia” no calçadão da Rua João Pessoa próximo a avenida Rio Branco e dar orientações extras sobre a temática da cartilha. “Não é simplesmente a distribuição, nós queremos fazer orientação econômica em momentos como o da Tenda”, acrescentou Máximo.

Na opinião do presidente, a desvalorização por parte da população da população se deve ao distanciamento dos assuntos econômicos da vida prática. A cartilha tem o objetivo exatamente de recuperar esse elo entre a importância da profissão e dessas temáticas cotidianas. “Como fazer investimentos, como lidar com as dívidas, como educar seu filho. Nossa intenção é que com essa cartilha a gente possa se aproximar da população para mostrar que o economista não é a aquela pessoa que só fala ‘economês’ com palavras difíceis”, comentou.

Além do lançamento da cartilha durante a abertura da Semana do Economista nesta segunda (11) à noite na UFRN, haverá a palestra “O Desenvolvimento Regional” com o economista e presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya. A programação do evento começa hoje a partir das 19h no auditório do Núcleo de Pesquisas Sociais Aplicadas (Nepsa), mais conhecido como “goiabinha”.

Na terça-feira (12), a programação de palestras segue às 9h no mesmo auditório. O chefe da unidade estadual do IBGE, Aldemir Freire, falará sobre “O Desenvolvimento Regional do Rio Grande do Norte”. Às 19h, o professor Sérgio de Castro (PUC/GO) discorrerá sobre “O Nordeste na atual política nacional de desenvolvimento regional: desafio e perspectivas”. O público-alvo são estudantes e profissionais de Economia.

Economistas no RN

De acordo com o Corecon/RN, o estado possui 1048 economistas. Mas esse número corresponde apenas aqueles com cadastro no conselho que regula a profissão. “Existem muitos mais. Tem aqueles que não têm perfil para exercer a profissão e continuam apenas como graduados em ciências econômicas, mas têm até professor que não tem registro no conselho”, expôs.

Atualmente, há cursos em Natal, Mossoró, Pau dos Ferros e Assu, sendo os três últimos em unidades da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e o primeiro na UFRN. Por esse motivo, a Semana do Economista foi antecipada para a semana passada. Segundo o presidente do Corecon/RN, cerca de 800 pessoas participaram do evento em Mossoró.

Segundo o presidente do conselho, o campo de trabalho é amplo. O economista pode atuar dentro da universidade como professor e pesquisador. Também é possível contribuir com orçamentos no poder público, como em prefeituras. No mercado, pode ser perito judicial com perícias econômica e financeira (o contador, por exemplo, está restrito à perícia contábil). O profissional também está apto a ser consultor na iniciativa privado, com montagem de projetos econômicos, e trabalhar no mercado financeiro.