Renata D’Alpino Peixoto

O pâncreas é um órgão com duas funções principais no nosso corpo: secretar as enzimas que ajudam na digestão dos alimentos e secretar hormônios que ajudam na regulação do metabolismo do açúcar (glicose). Tumores que nascem no pâncreas são, em geral, muito agressivos. O tipo mais comum de câncer neste órgão é o adenocarcinoma. O único meio de curá-lo é quando o tumor ainda está confinado no pâncreas (ou no máximo nos gânglios que moram perto dele) e a cirurgia consegue removê-lo por completo. O grande problema é que apenas 20% dos pacientes, no momento do diagnóstico, tem doença que é passível de cirurgia. Isto ocorre porque o tumor, quando pequeno, pode passar despercebido. Muitas vezes, os sintomas iniciais do câncer de pâncreas podem ser ignorados pelos pacientes, e até mesmo por alguns médicos que não tem experiência com esta doença. Os principais sintomas do câncer de pâncreas são dor na barriga (muitas vezes na “boca do estômago” e que pode ser sentida nas costas), perda de peso, icterícia (pele amarela) por obstrução do canal da bile e indigestão.

Quando um paciente chega com suspeita de câncer de pâncreas, costumamos solicitar exames de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância), que podem mostrar uma lesão no pâncreas. Além disso, a tomografia ou ressonância podem ajudar a determinar se o tumor já se espalhou para outros órgãos, como por exemplo fígado, pulmões ou peritônio (membrana que reveste a maioria dos órgãos intra-abdominais).

O principal tratamento para tumores que ainda estejam localizados é a cirurgia, que necessita ser realizada por um cirurgião especialista e num hospital de excelência, para que se minimize os riscos de complicações. Após a cirurgia e caso o paciente se recupere bem, costumamos indicar quimioterapia com duração de aproximadamente 6 meses que também contribuem para a redução do risco do câncer voltar. No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, contamos com profissionais especializados no tratamento de câncer de pâncreas.