RIO DE JANEIRO RJ-Abrigos da prefeitura do Rio recebem mais de 800 pessoas em situação de rua em 20 dias; projeto tenta reinserção no mercado de trabalho


11/01/2024 06h00 Atualizado há 7 horas

Projeto da prefeitura do Rio acolhe 840 pessoas em situação de rua — Foto: Edu Kapps/SMS
Projeto da prefeitura do Rio acolhe 840 pessoas em situação de rua — Foto: Edu Kapps/SMS

A Prefeitura do Rio anunciou que seu programa “Seguir em Frente” retirou 840 pessoas da situação de rua em apenas 20 dias. O número equivale a 10% da população vulnerável mapeada pela administração municipal e, segundo o secretário de saúde Daniel Soranz, o objetivo é alcançar 92% do total.

Entre os trunfos para convencer as pessoas de situação de rua para aderir ao programa está o fato de que o projeto tenta reinserir os atendidos no mercado de trabalho.

O projeto oferece ainda acolhimento, cuidados básicos, atendimento médico, abrigos 24 horas e até tratamento para os pets, que muitas vezes são a única companhia fiel que as pessoas em situação de rua possuem.

“O objetivo é criar vínculo, para que elas deixem a situação de rua e se reinsiram à sociedade e ao mercado de trabalho”, afirma o secretário Daniel Soranz.

São quase 8 mil pessoas em situação de rua na capital fluminense. Aos 60 anos, o auxiliar de enfermagem Gilberto Rocha Rosa vivia há um ano nas ruas do Rio.

Foi na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, que ele soube de uma chance de aderir ao “Seguir em frente”, que foi lançado no dia 21 de dezembro.

Gilberto Rosa tem 60 anos e viveu um ano nas ruas do Rio — Foto: Edu Kapps/SMS
Gilberto Rosa tem 60 anos e viveu um ano nas ruas do Rio — Foto: Edu Kapps/SMS

O município contabilizou exatamente 7.895 pessoas nessa situação vulnerável em 2022, há cerca de dois anos. Gilberto era parte dessa estatística, e além de estar desempregado, ele estava em uma realidade ainda mais dura: 446 das pessoas eram idosas, sendo 91% entre 60 e 69 anos.

“Eu estava em situação de rua devido à falta de trabalho. Usei álcool e drogas. Nas ruas, a gente era tratado à margem, como vagabundos. Mas muitos dos que estão na rua não estão à margem, inclusive gostariam de estar incluídos na sociedade”, desabafa Gilberto.
Depois de ir ao Ponto de Apoio na Rua Carioca, na Avenida Henrique Valadares, ele aceitou ser encaminhado para o projeto Rua Sonho Meu, em Cascadura, na Zona Norte. Lá, todos os que são abrigados têm a chance de participar de estágios em que executam serviços e recebem bolsas proporcionais às horas de trabalho.

Prefeitura do Rio lança plano para acolher pessoas em situação de rua

A ideia é que, em breve, eles sejam realocados ao mercado formal de trabalho. O seu Gilberto, que já tinha especialização, teve a oportunidade de ser contratado como agente redutor de danos e atua na própria unidade.

O próximo passo, para ele, é se reencontrar com os filhos, netos e irmãos. O aluguel de uma casa ser pago com seu próprio salário também está em seus planos.

O Ponto de Apoio na Rua é uma unidade de portas abertas, funciona 24 horas por dia, e oferece serviços de higiene pessoal, ações de prevenção em saúde física e mental, auxílio para emissão de documentos, armazenamento de itens pessoais e até mesmo atendimento veterinário para pets, incluindo vacinação.

Em 20 dias desde lançado, o projeto realizou mais de 8 mil acolhimentos, além de serviços como banho, lavanderia, corte de cabelo e barba, bem como consultas médicas.

Projeto de acolhimento da Prefeitura do Rio pretende atender 92% da população em situação de rua até o fim de janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo
Projeto de acolhimento da Prefeitura do Rio pretende atender 92% da população em situação de rua até o fim de janeiro — Foto: Reprodução/ TV Globo

Soranz aproveitou a ocasião para destacar que a expectativa de vida média da população nas ruas no Rio é de 41 anos, enquanto de um carioca com casa é de 77. O secretário afirma que um dos objetivos é fazer com que as pessoas busquem auxílio nos abrigos e permaneçam neles.

Além disso, Soranz destacou que esta parcela da população está sete vezes mais sujeita a problemas de saúde mental.

Programa em fases
Projeto da prefeitura quer retirar pessoas em situação de rua da vulnerabilidade — Foto: Edu Kapps/SMS
Projeto da prefeitura quer retirar pessoas em situação de rua da vulnerabilidade — Foto: Edu Kapps/SMS

O Programa Seguir em Frente é o plano de ação e monitoramento para aplicação e efetivação das medidas de proteção à população em situação de rua na cidade do Rio.

O projeto tem diversas medidas de acolhimento, assistência social e saúde para o cuidado e diagnóstico desse grupo populacional mais vulnerável.

A proposta tem cinco fases sequenciais:

Criar condições para que as pessoas saiam das ruas para unidades de acolhimento;
Promover tratamento de saúde necessário;
Dar ocupação remunerada, no próprio projeto, em atividades de interesse público ou instituições parceiras;
Construir um futuro com a preparação para o mercado de trabalho e geração de renda;
Conquistar autonomia para deixar o programa e seguir em frente, reinserido na sociedade e com a cidadania resgatada.

RIO DE JANEIRO
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