Recuo do crescimento do PIB mantém retração da economia brasileira


Zivanilson-Teixeira-e-Silva-professor-HD4-1024x768

Carolina Souza

[email protected]

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano foi revisada para baixo novamente pelo mercado financeiro. Segundo um relatório divulgado pelo Banco Central nesta semana, a previsão dos analistas para o crescimento da economia brasileira em 2014 recuou de 0,52% para 0,48%. De acordo com economistas, essa é a 15ª queda seguida deste indicador.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. No final do mês de agosto deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira teve retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano e que estaria em “recessão técnica”, que se caracteriza por dois trimestres seguidos de PIB negativo.

Para 2015, a previsão do mercado financeiro quanto à expansão do PIB é de que o crescimento chegará a 1,1%. “De um modo geral, o cenário econômico do país para o próximo ano aponta uma melhora com o crescimento do PIB. Mas, mesmo assim, ainda será um ano de crise”, destacou o economista Zivanilson Teixeira e Silva, professor doutor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo análise de Zivanilson, o atual momento é de recessão e a crise ainda virá devido às altas inflacionárias previstas para este ano. “Nossa situação econômica é muito sensível. Como estamos em um ano político, a ideia é que, no próximo ano, o próximo Governo que virá enfrente o nosso problema, resolva o crescimento do PIB e contemple uma política baixa de juros”, explicou.

O economista lembra que o atual momento da economia brasileira se assemelha ao ano de 1985, quando o mercado financeiro do Brasil sofreu o impacto das dívidas externas. “O mesmo problema que enfrentamos nessa época é o que estamos voltando a conviver. Nós não temos uma política de desenvolvimento exata, capaz de fazer com que o país passe a exportar mais. Temos uma economia tímida relacionada ao comércio exterior. Se mudarmos essa postura, iremos atrair investimentos e voltar a crescer em todos os segmentos”, conta.

Seja a presidente Dilma Rousseff reeleita ou outro presidente assumindo a administração do país, quem adotar uma nova política econômica de fomentos, com gastos eficientes e baixa de juros, por exemplo, fará com que em seis ou 12 meses o país construa uma nova economia promissora, destaca Zivanilson Silva.

“Há ainda uma falta de confiança na política econômica brasileira. Nós não somos uma ilha. Estamos inseridos em um cenário global, sofrendo o impacto das crises econômicas de outros países, como nos Estados Unidos da América e em países da Europa. Para não sermos tão afetados por eles, precisamos melhorar o nosso sistema. Ou nossa economia cresce, ou o investidor não chega até nós”, afirmou.

Planejamento para enfrentamento de crise

Com a desaceleração da economia de todo o país, os diversos setores de atividade econômica em atuação no Rio Grande do Norte estão se resguardando e evitando novos investimentos. De acordo com o cenário local, a indústria e o comércio no RN são os que mais estão sentido os prejuízos. Para os empresários de ambos os segmentos, a recomendação é que saibam se preparar para momentos de crise no próximo ano.

O consultor empresarial Távio Almeida conta que “se preparar para crise não significa deixar de investir”. “A questão é saber como e em quê devemos investir. Talvez o ideal seja retardar alguns investimentos e esperar uma visão melhor do que está por vir. Ter planejamento estratégico é analisar onde é preciso diminuir os custos e como alavancar seu negócio”, explicou.

De acordo com Távio, as análises do mercado financeiro apontam que o país está sofrendo crises consecutivas, em curto espaço de tempo. “Não há como o empresário evitar a crise. Mas quem se planejar consegue enfrentá-la, direcionando as necessidades do seu negócio. Nada substitui uma boa gestão unida ao planejamento. Saber levantar cenários para o futuro, averiguar estatísticas futuras e ter reserva financeira são pontos importantes em momentos como esse. Sente menos o impacto da crise quem está mais preparado”, conta Távio Almeida.

Rate this post



Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.