RECIFE-PE-‘É um exército de reserva para a criminalidade, se nós não dermos uma resposta’, diz ministro sobre geração ‘nem-nem’ inscrita no Bolsa Família Ministro da Cidadania, Osmar Terra, visitou o Porto Digital, no Recife, e disse que país tem 4,6 milhões de jovens que não trabalham nem estudam e ganham o benefício.


O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse, nesta quinta-feira (23), no Recife, que o Brasil tem mais de 4,6 milhões de jovens que não estudam nem trabalham e estão inscritos no Bolsa Família. Segundo ele, a geração “nem-nem” é um “exército de reserva para a criminalidade, se nós não dermos uma resposta”. Ele afirmou, ainda, que é preciso adotar medidas de proteção para essa população (veja vídeo acima).

Osmar Terra veio à capital pernambucana para visitar o parque tecnológico do Porto Digital, no Bairro do Recife. Antes, ele visitou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde falou sobre políticas de assistência à população do semiárido.

A frase sobre a geração “nem-nem” foi dita por Osmar Terra ao comentar o papel de ações de cidadania na prevenção da violência. Segundo ele, ações de transferência direta de renda, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), não são, de todo, eficazes.

“O Brasil é o país mais violento do mundo. Em termos absolutos, ninguém nos bate, ninguém nos supera no número de homicídios, por exemplo. O Brasil chegou a 62 mil homicídios, agora começou a reduzir, 20% este ano, né? Graças à postura do presidente Bolsonaro, do ministro Moro. São posturas firmes em relação a essa questão. Mas isso também não é suficiente, isso não tem sustentabilidade se não entrarem os programas sociais juntos e não ajudar essa população. Por exemplo, 4,6 milhões de jovens nem trabalham nem estudam, só no Bolsa Família, nas famílias do Bolsa Família. Isso é um exército de reserva para a criminalidade, se nós não dermos uma resposta, não formos competentes para oferecer uma saída para eles”, afirmou Osmar Terra.

O ministro disse, ainda, que ações estão sendo discutidas para complementar programas sociais como o Bolsa Família e na melhoria do índice de escolaridade da população.

“As crianças que passarem de ano, as famílias vão ter prêmios; as crianças que tiverem notas boas. Isso tudo está sendo discutido. Está sendo discutido o voucher creche para as mães do Bolsa Família, e estamos discutindo uma situação muito específica, também, porque nós demos o 13º, esse ano, do Bolsa Família. É a primeira vez que se recebe mais uma parcela, mas queremos condicionar tudo isso à melhoria do desempenho, não ficar só dando, transferindo renda, mas ajudando as pessoas a terem oportunidade de sair pelas próprias pernas da pobreza”, declarou.

Osmar Terra é ministro da Cidadania — Foto: Reprodução/TV GloboOsmar Terra é ministro da Cidadania — Foto: Reprodução/TV Globo

Osmar Terra é ministro da Cidadania — Foto: Reprodução/TV Globo

Sobre a possível recriação do Ministério da Segurança Pública, que voltou à pauta do governo federal, Osmar Terra se mostrou contrário à separação da pasta da Justiça, atualmente chefiado por Sergio Moro. Ele elogiou o ministro e disse que uma das pautas do governo Bolsonaro foi o enxugamento da estrutura ministerial.

“Eu acho que o ministro Moro está fazendo um grande trabalho, eu acho que ele está dando um suporte muito grande para a área de segurança pública. Ao meu ver, a não ser que haja outro tipo de decisão por outro motivo que eu não conheço, em termos de demandas que tenham, mas ao meu ver ele está dando uma ótima resposta, tanto é que, juntos, os dois ministérios reduziram mais a criminalidade no Brasil que toda a história dos últimos 30 anos, então eu acho que ele está dando resposta, está dando resultado”, disse.

Semiárido

Com relação ao Nordeste, o ministro Osmar Terra afirmou que discute, com a Sudene, formas de aprimorar a distribuição de água para incentivar pequenos produtores.

“Até para produzir, ter uma pequena irrigação, isso se faz com cisterna, com sistemas de distribuição de água, com poço artesiano e pequenas comunidades. Isso nós estamos conversando com a Sudene, porque até hoje isso é feito de maneira mais aleatória, com ONGs, com entidades, e se a Sudene não é uma estrutura que pode nos ajudar a fazer isso com custo menor e maior escala e nós temos recurso para isso”, afirmou.

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