PENDÊNCIAS RN-Pedro Gabriel tem melhora após receber células-tronco


168891Sara Vasconcelos
Repórter

Um movimento leve do joelho direito ao menor pedido da mãe. A reclamação ao sentir um aperto maior na perna, provocado pela tia. Reações que passariam despercebidas em outras crianças, são comemoradas pela família do pequeno Pedro Grabriel, de 1 ano e dez meses, como grandes conquistas. E são! Os sinais são as primeiras respostas que ele apresenta cerca de 30 dias após o  transplante de células-tronco, realizado na Tailândia, no início de setembro. Pedro Gabriel é o primeiro bebê brasileiro que recebe células-tronco para tratamento de  mielomeningocele, uma malformação na coluna vertebral que o deixa paralisado da cintura para baixo e impede o funcionamento de órgãos.

Adriano AbreuKelly Cavalcanti pede apoio para o filho Pedro Gabriel, que recebeu células-tronco na TailândiaKelly Cavalcanti pede apoio para o filho Pedro Gabriel, que recebeu células-tronco na Tailândia

A previsão dos médicos asiáticos, segundo a mãe Kelly Cavalcanti, era de resultados em três a seis meses após a cirurgia, mas a recuperação tem sido mai rápida. “É como se as células-tronco estivessem dando nova vida, ele está mais ativo, tem maior mobilidade e reage ao toque”, afirma Kelly.

O movimento foi repetido pela mãe algumas vezes para assegurar que não era involuntário. “Segurei as perninhas, depois o quadril e pedi para que ele mexesse e ele mexeu. Tenho fé que ele possa andar”, fala emocionada, enquanto observa Gabriel se arrastando pela sala e mexendo em tudo que encontra pela frente.

Ao todo foram seis transplantações, sendo duas na veia e quatro na lesão.  O tratamento promete dar bons resultados na parte motora, funcionamento da bexiga e intestinos. “A esperança é que ele possa andar e que as células-tronco reestruturem a médula que foi danificada com a doença”, afirma.

Pedro Gabriel nasceu com as meninges, medula e os vasos sanguíneos expostos, já que a coluna estava aberta, e passou por cirurgia nas primeiras horas de vida e segue uma rotina puxada de terapias.

O uso de células-tronco não é recomendado por médicos brasileiros, a não ser para fins de pesquisa e algumas terapias. “Esta foi mais uma das dificuldades que tivemos que enfrentar. Não bastasse se tratar de uma doença rara, de difícil diagnóstico e tratamento, apenas um dos muitos médicos apoiou mesmo sem prescrever”, disse.

Mas as dificuldades não param por aí. Para que a cirurgia tenha realmente eficácia, a criança precisa cumprir uma série de tratamentos, que ainda não foram iniciados por questão financeira.

Desempregados, ela e o marido  ela conta que há dificuldades até em prover a alimentação do bebê, uma nutrição especial para que as células-tronco se multipliquem e ainda o acompanhamento especializado. “Além de não poder bancar, porque custa caro, falta a a orientação de como preparar, de como deve ser essa dieta”, conta.

Os gastos aumentam quando ela lista os tratamentos recomendados pelos médicos asiáticos: fisioterapias, hidroterapia, fonoaudiologia, além de 22 seções de câmara hiperbárica. Somente este último tratamento custa hoje, em Natal, R$ 7 mil. “São 30 seções, fizemos oito lá (Tailândia) e faltam essas. Precisamos de ajuda. Todo dinheiro que conseguimos para a viagem foi usado nesses quase 30 dias na Tailândia”, afirma.

A viagem e a cirurgia realizada no Hospital Better Being, naquele país, só foram possíveis porque uma campanha para arrecadação de recursos foi feita e com o apoio de times de futebol, como o ABC e América, de vaqueiros do circuito de vaquejada do estado, além do envolvimento de igrejas, movimentos sociais e empresas, com realização, de sorteios, rifas e eventos beneficentes.

Garantir o acompanhamento médico de Pedro Gabriel, no Brasil, é necessário para que a mãe possa relatar a evolução do quadro do filho para o hospital tailandês. A cada 30 dias, um relatório deve ser encaminhado. “No sexto mês eles vão avaliar se será necessário ou não retorno”, diz.

Mãe quer apoiar pessoas com mielomeningocele
Apesar da dedicação exclusiva ao cuidado do filho, Kelly Cavalcanti pretende abrir uma associação de apoio aos pais e pessoas com mielomeningocele. A doença é cerca por  desinformação, dificuldade para diagnosticar e tratar. Depois que o caso de Pedro Gabriel ficou conhecido na imprensa, Kelly  conta que muitos pais entraram em contato buscando apoio e informação.

“Compartilhamos nossas experiências, mas precisamos de  uma associação para divulgar e ajudar a pessoas a ter acesso a esse tipo de tratamento”, disse. Mielomeningocele  é uma malformação congênita na coluna vertebral que deixa as meninges, medula e raízes nervosas expostas e pode afetar 1 em cada 800 bebês. A causa ainda é desconhecida, mas pode estar ligada aos baixos níveis de ácido fólico no corpo da mãe antes e durante a gravidez. Os sintomas incluem perda do controle da bexiga e intestino, paralisia nas pernas, fraqueza alguma anomalia nos quadris, pernas ou pés.

Como ajudar Pedro Gabriel
Doações em nome de Pedro Gabriel Bezerra Cavalcanti
Caixa Econômica: Ag. 0034 / Op. 013 / C.C. 56266-9
Banco do Brasil: Ag. 0716-1 / C.C. 61.179-4

Contatos:
Kelly Cavalcanti (mãe) – (84) 98828-7445
Danilo Cavalcanti (pai) – (84) 98730-7014 e (84) 99813-7670

Rate this post



Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.