PENDÊNCIAS RN-‘País aprova investimento em pesquisa’


166043Rosa Lúcia Andrade
Repórter

O mercado de tecnologia da informação é um dos que mais cresce anualmente no País e proporciona empregos qualificados, que significa bons salários. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, em 2013, mostra que o Brasil é o quinto maior mercado deste setor e que a expectativa de crescimento é de 10% ao ano. Com esses dados em mãos, o ministro Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e Inovação, fala amanhã aos participantes da 24ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento, “UFRN: tecnologia da informação acelerando o desenvolvimento”, como um dos palestrantes do evento.

Wilson Dias/ABrMinistro Aldo Rebelo fará palestra amanhã (10) no seminário que ocorrerá a partir das 8h no auditório da FiernMinistro Aldo Rebelo fará palestra amanhã (10) no seminário que ocorrerá a partir das 8h no auditório da Fiern

Sua palestra tem expectativas entre vários setores participantes do evento, visto que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, através de fontes financiadoras de pesquisa e inovação no País, é um dos responsáveis pela realização de projetos na área. A previsão do orçamento do MCTI para 2015, é de R$ 1,434 bilhão.  Especificamente na área de TI, por exemplo, o Rio Grande do Norte, através do Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, participa de edital do MCTI para criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Em outro segmento da área, no mercado de empresas de TI que vem crescendo no Estado, os números nacionais mostram que representa 5,2% do PIB do Brasil (dado 2013).

Na sua avaliação sobre o desempenho da região Nordeste, há bons exemplos quanto crescimento de mercado na área de TI. “Tem-se bons exemplos no Nordeste: em Maceió; Recife, com o Porto Digital do Recife que atraiu empresas de grande porte refletindo na economia de Pernambuco; no Ceará e Rio Grande do Norte”, afirmou. Esses exemplos geram valorização institucional para desenvolvimento econômico e social para Estado.

A TRIBUNA DO NORTE falou com o ministro Aldo Rebelo pelo telefone e entre outros pontos ele citou a necessidade de se divulgar a ciência no país, principalmente entre crianças e jovens. E comentou a pesquisa “Percepção pública da ciência, tecnologia e inovação no Brasil – 2015”, desenvolvida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e MCTI junto à população.  “A aprovação do brasileiro para investimento na área de ciência e tecnologia, mostra que a população apoia que o governo invista na ciência e na pesquisa para o país”, afirmou. Essa afirmação do ministro refere-se à parte da pesquisa em que 78,1% da população acredita que deva aumentar o investimento para área.

Personalidades

“Por outro lado, a pesquisa também mostra a necessidade da divulgação, da valorização das personalidades que ajudaram a evolução da ciência no Brasil”, afirma Aldo Rebelo. Ele refere-se ao item da pesquisa em que 94% da população ouvida não lembra o nome de um cientista brasileiro famoso.  Para tentar reverter essa falta de conhecimento do brasileiro ele afirma que as escolas deveriam se empenhar mais em divulgar as personalidades da ciência.

O acesso à tecnologia da informação para o desenvolvimento de políticas públicas e seu uso no mercado de trabalho são primordiais para o desenvolvimento. No primeiro caso a aplicação nas áreas essenciais, como educação e saúde, por exemplo, podem garantir não só melhor gestão, mas agilidade de serviços voltados para a população. Ele exemplifica, no caso do Rio Grande do Norte, a importância das redes de fibra ótica que interligam instituições de ensino e pesquisa, GigaNatal e GigaMetrópole.

Com 40km de rede instalado no primeiro projeto e ampliado em 160km, na rede principal, e mais 300km de rede de acesso, esta ampliação pode atender não somente universidades, institutos federais, mas outros setores governamentais que queiram aderir à rede. O ministro também falou da chegada até Mossoró, através do projeto Redecomep, que viabilizará uma rede de alto desempenho, para interligar três instituições locais, o IFRN – campus Mossoró, a UERN – campus Mossoró e a UFERSA (Universidade Federal Rural do semiárido). “Então teremos, nesses campos mais dinâmicos o Estado interligado nessas áreas do litoral e no interior. Além do que o Estado vai buscando sua vocação e a partir dessas vocação, vai buscando apoio”, afirma.

Entrevista

No Rio Grande do Norte a rede que integra as instituições e de ensino e pesquisa, basicamente, se concentra na região metropolitana. Existe necessidade de sua interiorização, inclusive estendendo-se para serviços do Governo do Estado. Existe algum incentivo por parte do Ministério para que esta realidade se configure?

Sim, existe uma iniciativa do MCTI, coordenada pela RNP, que se chama Redecomep (Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa) que consiste na a implantação de redes de fibras ópticas de alta velocidade em todo o Brasil, criando uma nova e robusta infraestrutura nacional para comunicação e colaboração em todas as áreas do conhecimento. Em Natal, a  GigaNatal, rede metropolitana de Natal, existe desde 2008, interligando as instituições de ensino e pesquisa da região metropolitana. Mas, no ano passado, os 40 km iniciais da rede foram ampliados com mais 120 km, totalizando 160 km de fibra óptica, o que possibilitou a interligação dos diferentes campi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), além de escolas de referência, todos em localidades da região metropolitana de Natal. Além da capital potiguar, a região envolve os municípios de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Ceará-Mirim e Macaíba. Também foram construídos 300 km de rede de acesso, para capilarização da rede principal, com derivações que partem de determinados pontos e que chegam a cerca de 350 escolas municipais da Grande Natal. A previsão de término de conclusão dessas obras dessa rede de acesso e da ativação das ligações da maioria das escolas está prevista para o final de 2015. No interior, o projeto Redecomep chegará em Mossoró, onde está sendo viabilizada uma rede de alto desempenho, para interligar três instituições locais, o IFRN – campus Mossoró, a UERN – campus Mossoró e a UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-árido). Esta rede estará conectada também à Giga Natal, por meio de um link de conectividade de fibra ótica.

A iniciativa de construir uma rede em Mossoró surgiu após a necessidade de pesquisadores locais de ter uma rede de alto desempenho na região que proporcionasse a ampliação de estudos científicos, a integração entre universidades e unidades de pesquisa e a troca de informações que exigem grande capacidade de banda. Assim, instituições de ensino e pesquisa participantes da rede podem ter acesso mútuo à produção científica e, inclusive, compartilhar projetos de educação à distância.

A pesquisa “Percepção pública da ciência, tecnologia e inovação no Brasil – 2015”, desenvolvida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e MCTI, mostra o que o brasileiro conhece sobre ciência e tecnologia e sua aplicação. O que o MCTI tira de direcionamento de ações a partir desse diagnóstico?

Nós precisamos valorizar na pesquisa as informações. A aprovação do brasileiro para investimento na área de ciência e tecnologia, mostra que a população apoia que o governo invista na ciência e na pesquisa para o país. Por outro lado, a pesquisa também mostra a necessidade da divulgação, da valorização das personalidades que ajudaram a evolução da ciência no Brasil e a divulgação das instituições que promoveram. O Brasil valoriza suficientemente personagens importantes para a ciência? O Brasil, o próprio Rio Grande do Norte, valoriza a figura de Augusto Severo, importante na ciência em sua época? Um jovem talentoso e inteligente, que recebeu incentivos do governo para testar inovação para o mundo que era o teste com balões. As escolas popularizam como exemplo e como referência para as crianças, para os jovens e para a população? Nós valorizamos suficientemente? Estou falando em Augusto Severo, um potiguar de Macaíba. Então, o Brasil precisa valorizar mais a atividade científica e as personalidades do mundo da ciência e da pesquisa. Nós conhecemos a Nasa; quantos brasileiros sabem da existência da Barreira do Inferno? Que é a instituição pioneira na política espacial do Brasil.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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