PENDÊNCIAS RN-Escola Municipal Maria Cleofas Moura Da Rocha Desmente Acusações E Dá Lição De Verdade E Inclusão


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Cada um de nós traz dentro de si a representação do que é uma escola, por conta das experiências que vivenciamos neste “universo”. É na escola que coisas da maior importância em nossas vidas acontecem. Inevitavelmente, ela deixa de ser apenas um campo de troca de conhecimentos e adentra uma esfera emocional, onde permeiam outros tipos de trocas, principalmente as afetivas.

Afirmamos isso com referência às relações que nela se estabelecem, pois na escola acontecem as primeiras relações fora da família e, nesse processo que marca uma “segunda sociabilidade”, alguns conflitos por vezes emergem. Estes afloram, principalmente, quando os alunos percebem que deixam de ser únicos e começam a se enxergarem como parte de uma situação coletiva, a conviver entre iguais e diferentes.

A Escola Municipal Maria Cleofas Moura da Rocha, funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, oferece o Ensino Fundamental organizado em anos do 1º ao 9º ano e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos nos níveis I, II, atendendo a uma demanda de alunos de classe popular residentes nos bairros periféricos da cidade, nos sítios, fazendas e distritos da zona rural do município de Pendências/RN.

Vale ressaltar que a escola possui documentação legal, tanto do ato de criação como de autorização para o seu funcionamento. Possui um quadro de docentes na sua maioria com nível superior, sendo que estes participam de formações continuadas, capacitações e estudos pedagógicos relacionados à melhoria no atendimento das políticas públicas inerentes à escola enquanto ambiente de formação cidadã, pois um traço marcante da nossa instituição é a forte integração entre os membros constituintes da unidade escolar: gestores, coordenadores pedagógicos, professores, equipe de apoio e serviço, sendo que todas as atividades são planejadas e executadas com o envolvimento de todos.

Em meio às diferenças, adversidades e desafios, as atitudes e relações cultivadas nos ambiente escolares devem ser firmadas no sentido de fornecerem uma cidadania mais ativa, e é isso que, com a ajuda dos educadores e pais, enquanto escola, consolidamos ações afirmativas no sentido de internalizar nos educandos características de sujeitos pensantes, questionadores, investigadores, conscientes de suas atuações pessoais, sociais e cidadãs.

No final da tarde de ontem nos deparamos com uma situação criada inesperadamente de forma hostil, cruel, desumana e inescrupulosa que nos assustou: a reportagem “Família de Pendências/RN pede ajuda para Jovem que sofreu espancamento no colégio Maria Cleofas Moura da Rocha na cidade de Pendências/RN”, postada no Blog Focoelho – A velocidade da informação, colocando que o aluno “Edson Arthur Monteiro dos Santos, 13 anos de idade, o mesmo está com problemas mentais, devido a uma surra que sofreu de cinco adolescentes, no colégio Maria Cleofas Moura da Rocha no dia 08/04/2016, na cidade de Pendências” (Recorte da reportagem). De fato, percebemos o quanto as informações são velozes neste blog, quando não sentimos nenhuma preocupação por parte do relator em saber o que, de fato, aconteceu.

O referido aluno encontra-se regularmente matriculado na turma do 4º ano, no turno vespertino, que pouco vinha frequentando as aulas, mas, os fatos mencionados na reportagem não são condizentes com a realidade. Não houve nenhum tipo de agressão física contra o educando nas dependências da escola!

O que, de fato, aconteceu foi que dia 08 de abril do ano em curso (sexta-feira), por volta das 13h30 min, o aluno que supostamente teria sido agredido, foi convidado a sentar-se próximo da professora, uma prática comum devido ao fato de este ter um comportamento agressivo à procura de confusão. Na ocasião, este aluno sentou-se na mesa da professora e ficou procurando confusão, apelidando, fazendo uso de palavrões e xingamentos com um colega de sala, chegando a agredir fisicamente o colega, dando-lhe tapa na cara e, posteriormente, tentando enforca-lo com os braços, mas foi impedido pela professora, pelos demais colegas e pela coordenadora de turmas, que os levou à sala da coordenação pedagógica, que junto à professora solicitou a presença das mães dos alunos envolvidos, tornando-as cientes do fato ocorrido.

Mesmo informada e consciente da verdade dos fatos, a mãe do aluno agressor procurou a escola no dia 13 de abril do corrente ano, portando exames do garoto, alegando que o filho tivera sido surrado e que, na ocasião, este teve sua calça rasgada. Afirmou ainda que era de conhecimento de todos os alunos da sala que as agressões foram permitidas pela professora. Quando levada à sala de aula, os alunos desmentiram suas acusações, contando a verdade, confirmando o que já soubera no momento anterior. Não se contentando ao ouvir a verdade, a mesma alegou que os alunos haviam sido coagidos a mentir pela professora, que, por sua vez, foi agredida verbalmente, sendo chamada de banana, bem como, foi ameaçada pela senhora que colocou o dedo em sua cara e afirmou: “Tome cuidado, você permitiu que batessem no meu filho! Se acontecer alguma coisa com o seu filho, não ache ruim!” A polícia foi informada sobre o caso.

Sobre este discente, afirmamos que sentia dores nas costas antes da confusão que ele mesmo ocasionou, pois tomava remédios anti-inflamatórios e alegava sentir fortes dores nas costas, chegando a pedir à professora para ir pra casa antes do horário final das aulas, alegando não sentir-se bem.

Os documentos escolares e a memória da comunidade escolar registram que o aluno em ênfase possui distúrbios mentais graves de caráter progressivo e irreversível, não apresentando condições intelectuais, emocionais e evolutivas de reger a si próprio, gerir seus bens e de autodeterminar-se em caráter definitivo, segundo laudo do Psiquiatra Dr. Ivan Montenegro, em consulta realizada aos 13 de agosto de 2009.

O aluno frequentou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no município de Macau/RN no período de 2008 a 2012, sendo que em 2013 deixou de frequentar, devido ao fato de que a mãe alegou não ter condições de acompanhar o filho às atividades.

Em outro momento, a mãe do aluno em ênfase foi procurada pelo Conselho Tutelar, devido ao fato de estar cometendo devaneios na rua durante o horário de aulas junto a outras crianças. A mãe alegou não ter mais o que fazer para auxiliar na melhoria da conduta do filho.

Assim, mesmo diante de todos os desafios, a escola não permitiu que este aluno tivesse sido privado do seu direito de aprender, garantindo o disposto na Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, que em seu Art. 22 afirma que “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.” Os professores executam atividades diversas em conformidade com as suas condições especiais de aprendizagem na tentativa de melhorar o seu comportamento e tornar eficaz o processo de ensino e aprendizagem, aferindo avaliações condizentes ao seu desempenho.

Outro ponto que precisa ser mencionado é o fato de, sobre o ocorrido no ambiente escolar, não nos negamos a ajudar, pois antes de formamos a equipe escolar, somos seres humanos e conhecedores das suas condições de vida, mas nos sentimos constrangidos ao sermos retraídos pela mãe do adolescente, que demonstrou não aceitar nenhum tipo de ajuda ao incriminar a escola, fazendo apontamentos falsos, desrespeitando a professora e demais profissionais com palavras impróprias ao ambiente escolar, denigrindo imagens e fazendo acusações sem provas e/ou justificativas sólidas.

Portanto, desmentimos as informações falsas levantadas e nos disponibilizamos a apresentar qualquer esclarecimento que possa ser considerado necessário, pois somos conscientes do nosso dever de despertar nos nossos alunos potenciais criativos, curiosidades, talento, pautados na justiça e na VERDADE.

Com certeza, os desafios, as dificuldades imprimem um ritmo, mas não impedem o desenvolvimento; realmente colocam barreiras, mas não fecham caminhos. Sendo assim é fundamental possuir sensibilidade, humanismo, acreditando plenamente na capacidade do educando, ensinando-o a construir sonhos e buscá-los; lidando assim de forma mais significativa com o mundo e consigo mesmo.

Antes de sermos escola, somos sujeitos, seres humanos, e como tais, somos passíveis de erros e acertos, isso porque desejamos a busca permanente da alegria, da esperança, do fortalecimento da liberdade, de uma sociedade mais justa, da felicidade a que todos temos direito. O nosso pedido é o de que parem de disseminar o ódio, a mentira e a maldade de forma hostil, julgando pelo que se ouve e incriminando inocentes.

 

Por fim, o momento exige que nos proponhamos a nos unir nesta empreitada, para que possamos mostrar que a escola é indispensável para edificar o conhecimento e novas perspectivas de vidas, e, assim, possamos continuar lançando sementes novas a cada dia para que floresça um amanhã melhor. Estas sementes simbolizam a educação na sua forma mais genuína: esperança na construção de novos cidadãos. Este objetivo só nos será possível com a valorização dos pais, da escola, dos educadores, gestores, todos fazendo sua parte com o objetivo em comum: o de um futuro melhor e digno para nossos os alunos.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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