PENDÊNCIAS RN-Em tudo dai graças


graca5em Amor, Amor ao próximo, Espiritualidade, Graça, Inferno, Morte, Perdão, Pessoal, Vida eterna Tags:Ação de graças, Blog Apenas, Cristo, deus, Em tudo dai graças, Graça, Graças, Gratidão, Jesus, Maurício Zágari, Murmuração, Salvação 120
Gracas1Um dos trechos mais interessantes da Bíblia, em minha opinião, é 1 Tessalonicenses 5.18: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Como assim, “em tudo, dai graças”? Temos de ser gratos a Deus pela dor, a tristeza, o sofrimento, a solidão, a depressão, o desamor, o abandono, a tragédia, as heresias, a falsidade, a acusação, a traição… em tudo o que ocorre de pior em nossa vida? Sejamos francos: nós não sentimos vontade nenhuma de agradecer a Deus nessas horas, queremos mais é brigar com Ele, alardear o quanto somos fiéis e não merecemos aquilo, ficar de mal com o Senhor, questionar sua bondade, sua justiça e seu amor. Soube recentemente de uma mulher, evangélica, que perdeu o irmão de 28 anos de câncer e, ao receber a notícia de sua morte, soltou um grito no hospital:

– Deus F.D.P.!

Chocou? A mim também. Como pode isso? Essa blasfêmia, esse ato impensável? Mas a verdade é que muitos não têm coragem de dizer isso quando vem a desgraça… mas que pensam, ah, isso pensam. Estou errado? Porque a verdade é que nós não conseguimos conceber Deus deixar coisas ruins acontecerem em nossa vida. Com um ímpio vá lá, mas comigo?! Eu que sou tão obediente?! Vamos pensar um pouco sobre esse versículo. Mais ainda: vamos pensar um pouco sobre gratidão.

Graca2A chave do “em tudo dai graças”, para mim, vem alguns versículos antes: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.9). O que isso significa? Façamos uma parábola: imagine que você está em um navio que naufraga. Você está ali, em alto-mar, nadando com suas últimas forças para sobreviver. Sente câibras, percebe que não há salvação para você: seu destino certo é a perdição, é afundar na escuridão do abismo submerso, ser devorado pelos peixes. De repente, desponta no horizonte uma luz. É um navio! O capitão da embarcação o viu de longe, desviou seu curso e, cheio de compaixão, partiu em sua direção. Quando você já está meio metro abaixo da superfície, ele lhe lança uma bóia. Você está salvo! Foi resgatado! Assim, você sobe a bordo, exausto, desgrenhado e rasgado – e recebe, sem que esperasse, o direito à vida.

Eu lhe perguntaria: qual seria diante dessa circunstância o seu sentimento pelo resto da vida para com aquele capitão? Provavelmente você diria algo como “eu seria eternamente grato a ele”. E diria com razão, porque o que ele fez foi algo que merece que você lhe seja agradecido pelo resto de seus dias. Ao chegar a bordo, exausto e encharcado, num primeiro momento, instintivamente, você pula no pescoço dele, o abraça com todas as poucas forças que ainda tem e repete em voz fraca: “Obrigado… obrigado… obrigado… obrigado…”. Não quer soltar a mão do bondoso capitão. Aquele homem renovou a esperança de vida para alguém que tinha a certeza da morte! Você o ama! Promete devotar o resto de seus dias a sentir gratidão por ele.

Gracas3Só que aí o navio prossegue na viagem. Vocês estão a meses do porto mais próximo, então você se recupera e acaba se integrando à rotina do navio. O capitão chega e lhe dá uma atribuição: você terá de descascar pilhas de batatas por dia para alimentar a tripulação. Em princípio parece chato, mas, afinal, o homem te salvou, é o mínimo que pode fazer. Só que as semanas passam e aquilo fica cansativo. Seus dedos doem. É entendiante. E você começa a reclamar. E não é só isso: ele deu um canto cheio de graxa para você dormir no porão da embarcação. Cheira mal, é barulhento, tem ratos, o colchão é duro. Logo, logo você se pega reclamando. Foi para aquilo que ele te resgatou? Para você ter de encarar toda aquela situação deprimente? Poxa, e você estava se esforçando tanto, era-lhe tão fiel, descascava tantas batatas por dia! Era uma injustiça! Você não merecia passar por aquilo!

Você começa a desconfiar que o capitão te salvou apenas para ter mão-de-obra barata. Se junta aos tripulantes que falam mal dele. Murmura pelas costas. O acusa de injusto, de não ter amor por você por permitir que passe por aquela situação humilhante e dolorosa. Aquele capitão é um crápula. Chega a pensar em abandonar o barco na primeira oportunidade que tiver. Vida desgraçada, capitão maldito!

Graca5O que você não sabe é que o capitão tem bons informantes e sabe tudo o que você diz. Um dia ele se aproxima de você. Cheio de amor, fala: “Eu não o destinei para a ira, mas para receber a salvação por meio deste navio”. E então, diante daquelas palavras, parece que tudo faz sentido. Você percebe que a pilha de problemas – o desconforto, o trabalho, o enfado, a chateação, o sofrimento – era algo muito pequeno perto do que o capitão fez por você. Ele não precisava, não tinha obrigação nenhuma, mas lhe estendeu a mão e o recolheu da morte certa. E simplesmente porque ele quis. Não porque você merecesse. Tudo o que você estava fazendo era se debater na água. Ia afundar, era absolutamente certo. Mas ele veio. Parou. Te resgatou. Te abrigou. Te deu alimento. Te deu um lugar para repousar. Ali você teria aflições? Naturalmente! O navio era bem desconfortável. Mas aquele homem te deu vida, não seria motivo suficiente para ter bom ânimo?

Mais do que isso: não seria motivo mais do que suficiente para… em tudo dar graças?

Deus nos deu a salvação. É motivo suficiente para em tudo darmos graças. Para em todos os piores momentos da vida, quando nos sentimos os mártires do universo… agradecermos. “Obrigado, Senhor, porque estou passando pelo vale da sombra da morte. Mas, se tu não tivesses me resgatado, eu estaria morto. Afogado em meus pecados. Afundando rumo ao inferno”. Depois disso, tendo clareza dessa realidade, só nos resta dizer, em meio aos piores dos piores momentos da vida: “Deus… obrigado… obrigado… obrigado…”.

Gratidão. Que nunca nos esqueçamos disso. Deus nos deu a vida eterna. Gratidão é o mínimo que podemos dar em troca.

Graca6Hoje, 14 de maio de 2013, o blog APENAS completa dois anos de vida. Quis que o tema de hoje fosse especificamente gratidão em ação de graças a Deus por esses dois anos em que ele tem me dado forças e ideias para continuar escrevendo aqui e, quem sabe, ajudando uma vida, edificando outra, somando de algum modo. Nesses dois anos, descasquei muita batata, reclamei muito, fiz muitas besteiras e realizei algumas coisas boas. Com certeza aprendi muito. Tive o privilégio de ter as 245 singelas reflexões que já postei neste blog lidas em cerca de 710.000 ocasiões. Foram mais de 15.000 comentários deixados aqui ao longo desse período, por irmãos que aguentam minha demora em aprová-los e respondê-los, devido à constante falta de tempo (me perdoem por não conseguir moderar todos com rapidez, eu tento… mas nem sempre consigo). Ganhei até aqui quase 1.700 companheiros fiéis de caminhada, que tiveram a coragem de assinar este blog e têm a paciência de receber por e-mail uma, duas vezes por semana aquilo que aqui escrevo.

Sou grato a Deus por me permitir, como bem disse um dos irmãos que escreveram nos comentários, “ser um cano enferrujado por meio do qual corre a água da vida”. Sou grato a você por ter a paciência de ler minhas reflexões, em posts mais longos do que habitualmente são os textos de blogs – e que são fruto da minha incapacidade de sintetizar pensamentos complexos. Muito obrigado pelo seu carinho nessa caminhada internética e por vir me visitar de vez em quando aqui no meu pequeno mosteiro virtual. Sinto-me profundamente honrado.

Gratidão. Por hoje é o que basta.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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