Blog do Levany Júnior

PENDÊNCIAS RN-Alguém me belisca: donos de banco e de empreiteiras presos no Brasil

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Sei que a prisão de Delcídio “do” Amaral (PT-MS), um senador no exercício do mandato, é algo inédito e abre uma porteira até então intransponível, acentuando a venda de ansiolíticos nas farmácias do Planalto Central. Ele foi pego negociando a soltura e um plano de fuga para um dos envolvidos na Operação Lava Jato. Agindo de forma mirim, disse que teria influência junto ao Supremo Tribunal Federal, que ordenou sua prisão.

Mas, alguém me belisca: um grande banqueiro foi preso no Brasil.

Banqueiro, não bancário. Daqueles que são vendidos como exemplos a serem seguidos por nós, mortais insignificantes que trabalham pra burro, mas nunca chegarão lá e terão que, para sempre, ficar de olho na MegaSena acumulada.

André Esteves, do BTG Pactual, por atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, vai passar uma temporada na cadeia por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Ele vai fazer companhia a executivos e donos de grandes empreiteiras brasileiras encarcerados por corrupção no âmbito da operação Lava Jato.

Empreiteiros, não serventes de pedreiros. Daqueles que são vendidos como exemplos a serem seguidos por nós, mortais insignificantes que trabalham pra burro, mas nunca chegarão lá e terão que, para sempre, ficar de olho na MegaSena acumulada.

Para quem está acostumado a ver pessoas serem presas por furtos de xampus, coxinhas, biscoitos, pães de queijo, canetas, chicletes e bifes, apesar de seus valores insignificantes, enquanto o andar de cima se lambuza e passa ileso, isso é um momento histórico.

O Brasil passou a ser um país justo? Não. Longe disso. E, pelo andar da carruagem, de toda a concentração de renda, de poder e de meios de produção, do machismo, do racismo, do preconceito, do trabalho escravo, da falta de vergonha na cara, estamos a, pelo menos, um século disso. Pois, ao contrário do que pensa muita “gente de bem”, combate à corrupção é fundamental, mas não é nem a ponta do iceberg.

Também não estou sendo revanchista. Nem inocente. Pois nada adianta se direitos forem ignorados no intuito de tornar o país um lugar melhor.

Mas, por um átimo de tempo, um momento breve, um rasgo no tecido do tempo-espaço, deu para vislumbrar o que seria um Brasil em que ricos e pobres devem respeito à lei.

E é uma visão pela qual vale a pena lutar.

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