O presidente estadual do PCdoB, Divanilton Pereira, revelou que, por decisão da governadora Fátima Bezerra (PT), o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB) não terá espaço na composição da chapa majoritária nas eleições de outubro. Agora é oficial. A vaga, hoje ocupada por Antenor Roberto (PCdoB), será dada ao presidente estadual do MDB, deputado federal Walter Alves, em troca do apoio político do MDB Nordeste à campanha do ex-presidente Lula (PT) à presidência da República. Apesar disso, ele disse que o partido irá apoiar a reeleição da gestora.

O presidente estadual do PCdoB explicou que recebeu a informação da chapa Fátima e Walter com preocupação, que a militância da legenda no Estado e o Comitê estadual ficaram desapontados com a decisão da governadora. Segundo ele, isso causou um certo impacto, apesar do PCdoB saber o papel que tem hoje e o que terá em outubro.

“Tivemos esse diálogo, fizemos a contra-argumentação, a governadora nos ouviu, mas antecipou que a vice estaria a serviço dessas repactuações. Mesmo assim, nós do PCdoB, reafirmamos que a nossa intenção é manter Antenor Roberto na vice-governadoria, não apenas pela sua competência, mas sim, porque ele expressa a opinião democrática e popular no governo e isso para nós é muito importante”, ressaltou.

Divanilton também informou que o PCdoB não irá romper política ou administrativamente com a governadora, mas sim, “prosseguirá leal e batalhando pela reeleição dela e que o partido aguarda a petista dizer onde o PCdoB poderá colaborar melhor com o projeto de recondução de Fátima Bezerra à cadeira do Poder Executivo estadual”.

Ele frisou ainda que a sigla está inserida na gestão Fátima Bezerra, não por ocupação de espaço, “mas por convicção de que a reeleição dela é uma necessidade histórica que se impõe. O deslocamento do PCdoB de fazer parte de uma secretaria ou de uma vice, em nosso ponto de vista, não fragiliza apenas o nosso partido, fragiliza a parte popular que deve existir no núcleo desse governo”, disse.

Em relação ao futuro político de Antenor Roberto, o PCdoB abriu diálogos internos sobre o assunto. “Nos próximos dias, o Comitê se reunirá e esperamos a iniciativa da nossa governadora, por isso, temos uma reunião agendada para os próximos dias. Até o próximo dia 23, teremos já definido onde cada um poderá se encaixar no projeto político-eleitoral do PCdoB no Rio Grande do Norte”, finalizou.

“Nosso partido sempre defendeu uma conjuntura, aliança plena”, disse

Ele explicou como foi a reunião com Fátima Bezerra, no momento em que a gestora anunciou que iria entregar a vice-governadoria ao MDB, nas eleições de outubro. “Fomos convidados pela governadora para uma reunião e alí, compreendemos, mas naquela oportunidade, Fátima falou o termo ‘tratativas’. A partir disso, o PCdoB levantou preocupações políticas, programáticas, visto que o nosso partido sempre defendeu uma conjunção, uma aliança ampla no Brasil e no RN. Agora, essa agregação precisa no mínimo ter um pacto programático e não exclusivamente pela ocupação de cargos públicos”, disse.

Divanilton Pereira relembrou, “pegamos um Estado falido do ponto de vista administrativo, fiscal e orçamentário, o esforço até então foi de reorganizar o RN e a partir daí, o Estado deu um salto. Para nós, deslocar o PCdoB desse núcleo estratégico que ajudou a reerguer o RN, acho que não é bom caminho, apesar de nós concordarmos que essas outras forças políticas se agreguem ao governo. Agora, essa agregação precisa no mínimo ter um pacto programático e não, exclusivamente, pela ocupação de cargos. Na minha avaliação, desmontar esse núcleo mais programático do governo Fátima Bezerra para incorporar outras forças em nome de uma necessidade de vitória eleitoral, acho insuficiente essa formulação”, pontuou.