NATAL RN -O mistério da vida


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Quem nunca esteve em um relacionamento e parou pra pensar: “O que estou fazendo aqui?”, interromper a relação e jogar tudo para o alto, pode parecer a melhor e mais sensata decisão, mas a pessoa não consegue sair, vai se enganando, se iludindo, ou pior, vai se dando conta mesmo da verdade e se vê com as chaves na mão para se libertar, mas não quer abrir a porta.

Uma amiga estava me falando de um “relacionamento aberto” que ela tem. No início, o relacionamento era perfeito, não havia rótulos, cobranças, nem essas “coisinhas bobas de namoro” (palavras dela). Ela me dizia que se eles assumissem o namoro, não ia dar certo. Iam se curtindo daquele jeito.

Confesso que sempre achei isso meio estranho, não por eu ser romântica e acreditar em relacionamentos sérios que são bacanas, mas porque acho inevitável você apenas curtir, sem se apegar, sem se envolver. Um hora, umas das partes irá se envolver.

E eis que a parte da vez foi a minha amiga. E ela me falava angustiada da situação em que se encontrava. “O que cobrar diante de uma situação que sempre foi tão cômoda para mim?” Mas na verdade, sempre achei que não era tão cômoda assim, ela se defendeu do fato de ele não querer um relacionamento sério e foi se convencendo de que era aquilo que ela queria também.

Segundo ela, houve tentativas de conversas, nas quais ela quis convencê-lo de que já se conheciam há um certo tempo e se davam bem. Por que não assumir? E mesmo ele “saindo pela tangente” e deixando bem claro nas entrelinhas que aquilo não aconteceria, ela continuava insistindo. E aí a história dela me lembra um texto escrito por Tati Bernardi e um trecho especificamente:

“Mas aí, daqui uns dias… você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor para fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.”

Lindo e triste! Assim como os poemas, assim como as poesias, assim como a vida. Esse “contentamento descontente”, esse jogo de contradições, essa beleza fria, esse amor sem dor. A vida é isso, esse mistério, que muitas vezes não entendemos nada, mas ela continua pulsando e nos lembrando que ela deve seguir.

O como seguir é que será decisão nossa. Uns desistem, outros insistem, como a minha amiga porque a vida pulsa nesse mistério.

Não sei até quando ela insistirá, nem os rumos que essa história irá tomar, mas a certeza que temos é que a vida seguirá e pulsará.

Porque entre contradições, amores, desamores, desilusões, encontros e desencontros, o mistério continua sendo mistério, mesmo sem entender nada, a gente continua caminhando e a vida continua pulsando.

É esse o mistério da vida!

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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