Editores, repórteres e apresentadores da TV Cabugi que, praticamente, começaram a trabalhar com o ex-deputado estadual Agnelo Alves, no início da emissora, em 1987, relembram fatos inesquecíveis durante a convivência com o colega, amigo e mestre.

Carla Rodeiro – apresentadora 

Nós éramos colegas. Embora ele fosse o dono do negócio. Mas isso nunca foi motivo pra censura, apesar de seu senso de humor, inteligente e ácido, me deixar em situação embaraçosa, em alguns momentos. Mas isso não me incomodava porque o respeito a minha pessoa e às minhas idéias era sempre bem maior. Costumava dizer que eu era a Fera. A Bela era ele. Cá pra nós, ele sempre se achou bonitão e a gente não podia desmentir, é claro, ele era o chefe. E mais do que isso, um colega generoso, gentil e amigo. Foi um privilégio pra mim, Agnelo Alves, os anos que passei ao seu lado na bancada no Bom Dia RN, da TV Cabugi. Vá em paz, meu querido e até o reencontro

Vânia Marinho – Apresentadora

Nesta tarde de domingo fui surpreendida com a notícia da morte do jornalista e colega de trabalho, Agnelo Alves. Bem humorado, espirituoso, Agnelo quebrava às vezes o gelo da redação, às 5h. Quando dividi com ele a bancada do Bom Dia RN, era perceptível o seu bom humor, mesmo tão cedo da manha. A lembrança clara que fica, é do colega brincalhão, que me deixava encabulada, ao vivo, ao dizer alguma brincadeira. Claro, ele sabia sair do script, como ninguém. Apesar de ser patrão, sempre foi o colega. E a ele, o meu adeus. À família, o meu pesar.

Andreia Ramos – Repórter e Editora

Às 5 horas da manhã, a pergunta era a mesma, de segunda a sexta: “Alguma novidaaaaaaade?”, dizia ele, esticando a sílaba. Era assim que Agnelo Alves chegava à redação da TV Cabugi para fazer seu comentário no Bom Dia RN – telejornal do qual fui repórter, editora assistente e depois editora chefe. Ele perguntava pelas novidades do dia, mas já tinha lido os jornais e sabia de tudo, em primeira mão. Trazia sempre no bolso uma novidade e uma brincadeira para descontrair o expediente da madrugada. Jornalista sem igual, astuto, sagaz e muito, mas muito bem humorado. Agnelo, que Deus ilumine você nesta nova jornada que se inicia agora.

Virgínia Coelli – Repórter

Eu sei que você não queria nos deixar.

Bastava encontrá-lo e perguntar: Como você está?
“Eu estou ótimo”, respondia.
Mas chegou o momento. Hoje estou triste e você está em paz.

Comigo ficarão um monte de lembranças. E pode ter certeza Agnelo: lembranças boas. Boas risadas, boas histórias e muitos ensinamentos. No jornalismo tive o privilégio fazer o programa de rádio com uma figura como você. Uma mistura de jornalista, dono da rádio, repórter, comentarista, contador e criador de histórias e um amigo que vibrava com cada notícia que a gente trazia ou então quando a gente não trazia notícia alguma.

Não conheci ninguém mas irreverente e inteligente como você.

Obrigada amigo. Te quero muito bem.

Fique com Deus e não se preocupe que ficarei de mandando uns “wats” contando o que se passa por aqui.

Osni Damásio – Editor

Tive a oportunidade de trabalhar com Agnelo Alves vários anos na TV Cabugi. Eu, como editor do Bom Dia RN, e ele como comentarista. Também estiveram na apresentação com ele Eliane Pereira, Carla Rodeiro e Vânia Marinho.

Eu sempre brincava com Agnelo afirmando que ele bagunçava todo o jornal. Não seguia o roteiro , estourava os comentários. O que fazer? A indisciplina sempre fez parte da vida de Agnelo.

Foi nessa convivência diária que eu tive o privilégio de conhecer o jornalista, o político, o articulista e o amigo solidário.

Depois do BDRN, sempre tínhamos um café para os entrevistados. Muita gente sabendo que Agnelo estava sempre lá nesse horário, aproveitava para ir a TV pedir a ele para resolver um problema, ajudar num determinado pleito. Ele sempre atendeu a todos.

Acho que Agnelo tomou gosto pela militância partidária na sua passagem pelo Bom Dia Rio Grande do Norte. Foram muitas conversas e muitos políticos que passaram pela TV. Fui testemunha de tudo isso. Eu sempre dizia que o melhor do BDRN não era o jornal, e sim, o bate papo no café.

Ainda hoje, lamento não ter escrito um livro sobre os bastidores do Bom Dia. Ultimamente, falava pouco com Agnelo. O contato era vez por outra por telefone. Ele não perdia a oportunidade de cobrar minha presença.

Sua morte me deixa triste. O RN perde muito com sua partida. Agnelo foi um dos jornalistas políticos mais inteligentes do País. Seus artigos no jornal, os comentários na rádio e sua atuação parlamentar vão fazer muita falta.

Que Deus o tenha ao seu lado e ajude a família nesse momento difícil.

Margot Ferreira – Apresentadora

Uma das pessoas mais guerreiras que eu já conheci se chamava Agnelo Alves. Primeiro ele venceu a tuberculose ainda na adolescência, numa época em que a doença era quase uma sentença de morte. Depois disso, outros desafios vieram, outras batalhas igualmente duras… e ele venceu todas!!

Tive o privilégio de trabalhar com ele durante muitos anos na tv em que ele era um dos donos. Mas apesar dessa condição, nunca tratou, nem a mim e nem a nenhum outro funcionário, com a superioridade muitas vezes arrogante dos patrões convencionais. Agnelo era para nós mais um colega. Aquele que chamava cada um pelo nome – ou pelo apelido -, que sentava na cantina com a galera pra tomar o café da manhã, para contar piada e rir muitas vezes dele próprio.

Não esqueço nunca do seu bom humor, de sua inteligência afiada e de sua simplicidade.

Vai com Deus, Agnelo!
De você, pra mim, ficam só as boas lembranças.