KENNEDY ALENCAR
BRASÍLIA

Mal terminou o prazo de repatriação de recursos remetidos ilegalmente para o exterior, surgiu um lobby de políticos e bancos para a reabertura dessa anistia tributária e penal. Apesar de ser injusto com quem aderiu ao programa, o Congresso já discute uma Lei da Repatriação número 2.

Na avaliação do governo e do Congresso, a arrecadação encerrada ontem, 31 de outubro, foi boa, mas poderia ter sido melhor.

No ano passado, ainda no governo Dilma, a expectativa era arrecadar R$ 50 bilhões. A equipe econômica do presidente Michel Temer estimou que chegaria a R$ 60 bilhões. Ficou em R$ 50,9 bilhões.

Os recursos ajudam a equilibrar as contas públicas, mas o governo terá de se esforçar para cumprir a meta de déficit fiscal de R$ 170 bilhões neste ano.

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Manobra governista

O governo ligou o rolo compressor no Senado a fim de aprovar até 13 de dezembro a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que cria um teto para limitar o crescimento dos gastos públicos.

Em tenso debate hoje na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o vice-líder do governo, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pediu vista.

Foi uma estratégia para evitar que algum senador do PT pedisse vista. Também teve o objetivo de abafar as discussões acaloradas com a oposição na CCJ.

Nas mãos de Ferraço, a PEC será devolvida até a semana que vem para ser apreciada na quarta-feira na comissão, dia 9 de novembro. O plano do governo é votar a PEC até meados de dezembro, dia 13, do jeito que foi aprovada na Câmara, a fim de que ela passe a valer no ano que vem.

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