GUERRA -Existem interesses de grandes potências por trás do conflito Israel x Palestina?
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Existem interesses de grandes potências por trás do conflito Israel x Palestina?
No programa Cartas na Mesa, os comentaristas levantaram as principais teorias por trás do conflito. Possivelmente, países externos estão envolvidos.
BRASIL PARALELO
8 de abril de 2024
Reprodução.
Redação Brasil Paralelo
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Na última segunda-feira, o programa da Brasil Paralelo Cartas na Mesa apresentou uma edição especial ao vivo para comentar o terror em Israel promovido pelo atentado do Hamas.
Além do tradicional time de comentaristas, que conta com: Renato Dias, Christian Lohbauer, Luiz Philippe de Orleans e Bragança e Adriano Gianturco, a edição contou com a participação especial de Alexandre Ostrowiecki, empreendedor, com formação política em política externa na Universidade de Jerusalém.
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Os principais assuntos comentados foram:
a origem histórica do conflito;
teorias por trás dos ataques;
porque a mídia tem noticiado de forma enviesada;
como o governo brasileiro tem se posicionado sobre o confronto.
No início do programa, Ostrowiecki detalha como o conflito é complexo e envolve diversas questões:
“É um conflito complexo, como uma cebola, que tem várias camadas de complexidade entre árabes e israelenses, a geopolítica da região é muito importante para entender.
O coração dele [conflito] é relativamente simples. No centro do conflito hoje existe um lado que quer assassinar o outro e tem um lado que não quer ser assassinado. Você tem uma organização terrorista radical chamada Hamas e, como o próprio nome diz, terrorismo significa que você quer matar civis para obter fins políticos.
Do outro lado, Israel tentando historicamente evitar esses ataques – agora, não bem sucedido, no último sábado foi uma falha de defesa muito grande”.
Para entender tamanha complexidade, a Brasil Paralelo disponibilizou gratuitamente episódio que explica as origens do conflito entre Israel e Palestina.
Para o empreendedor, Israel busca apenas sobreviver às ofensivas do grupo terrorista Hamas.
Ostrowiecki pontua que no estatuto do Hamas, está no artigo número 1 a destruição de Israel. Já na declaração de independência de Israel, há o compromisso pela paz com seus vizinhos:
“A Al Qaeda e o Hamas são primos ideológicos, têm a mesma visão ideológica radical, a aplicação da lei islâmica, o papel mais subalterno das mulheres, a perseguição a gays e toda essa pauta.
O Hamas coloca na sua carta, como artigo número 1, a destruição de Israel. Desde a sua fundação, destruir Israel, matar o máximo de civis, acabar com Israel é o grande objetivo do Hamas. (…)
Na declaração de independência de Israel está estender a mão de paz aos vizinhos”.
Durante o programa, Adriano Gianturco revelou que existem interesses geopolíticos externos por trás do conflito.
Quem está por trás do ataque?
Adriano Gianturco é coordenador do Curso de Relações Internacionais do IBMEC, professor de Ciência Política e autor de “A Ciência Política”. O comentarista do programa Cartas na Mesa apontou que existem diversas teorias a respeito do ataque:
financiamento do ataque pelo Irã;
o ataque como demonstração de força;
a ação encomendada por países como China, Rússia ou Turquia.
Um dos principais culpados pelo conflito pode ser o Irã.
“O suspeito número um caiu evidentemente sobre o Irã, que desde sempre é um dos maiores financiadores [do Hamas]. Você falou também da ajuda externa que muitas vezes se dá para fins mais nobres de ajudar os pobres, água potável, comida e medicamentos na Cisjordânia e também em Gaza.
Inclusive essa ajuda vem por países europeus e pelos Estados Unidos, mas nós sabemos, e todo mundo sabe, que seja claro: todo mundo sabe, que na verdade acaba indo nas mãos de Hamas e de outros grupos terroristas menores.
De forma geral na elite, fica nas mãos da Elite política de Gaza e da Cisjordânia e pouquíssimo dessas doações chega à população de verdade que vive uma situação de miséria quase absoluta”.
Em governos autoritários do Oriente, afirma Gianturco, muitas vezes a ajuda bem intencionada acaba nas mãos erradas.
“Abrindo um parêntese, a ajuda externa mesmo quando bem intencionada acaba sempre, especialmente quando vai para territórios e para lugares autoritários, como é o caso de Gaza, fortalecendo a corrupção das ditaduras.
Em Gaza esse problema se agravou depois do golpe, dos assassinatos da oposição, do extermínio dos opositores e dos demais partidos”.
Os países europeus e os Estados Unidos também são culpados pelo problema:
“Então hoje não só são culpados quem de fato financia o Hamas porque acredita ou concorda, mas também os países europeus e Estados Unidos que passam ajuda externa.
Todos sabem o que acontece com esse dinheiro, inclusive, os recentes 6 Bilhões de dólares dados pelos Estados Unidos ao Irã para tentar apaziguar o país e fazer todo um processo de paz e de desarmamento na questão nuclear, na verdade se sabe, e Trump tinha alertado sobre isso, que o dinheiro vai acabar sendo usado em armamentos que depois serão utilizados contra civis inocentes de Israel”.
O ataque do Hamas pode ter sido apenas uma demonstração de força.
“Outro fim possível, outro objetivo possível do Hamas, além da Aniquilação do Estado de Israel, é simplesmente concorrer com outros grupos terroristas e outras facções, para se mostrar para o Eixo do Mal, os países árabes extremistas, para captar mais recursos ainda.
Não necessariamente tem um objetivo de conquistar poder, mas há uma certa concorrência entre Hamas, Fatah, inclusive a Al Qaeda que foi citado, e outros grupos.
Dessa forma, o Hamas se mostra como um grupo crível, que pode fazer mal ao inimigo”.
A ação do Hamas pode ter sido encomendada por um país de fora do conflito.
“Outra hipótese é que na verdade não tenha sido o Hamas a decidir esse ataque, mas que tenha sido alguém por trás. Provavelmente o Irã, ou alguém maior ainda, talvez Rússia, Turquia ou China por trás.
O Hamas tenha sido mais convencido/obrigado a fazer este ataque em troca de, obviamente, de poder, dinheiro, armas, armamento, etc”.
O xadrez geopolítico global
Quais seriam os objetivos que levariam países externos ao conflito a financiar a guerra? Gianturco explica:
“Provavelmente abrir uma segunda ou uma terceira frente no enfrentamento à superpotência dos Estados Unidos.
Então, em ordem Global, nós estamos assistindo a um declínio da superpotência americana, a Ascensão da China, Rússia e alguns atores regionais, algumas potências intermédias”.
Existem hoje, explica Gianturco, duas frentes, Israel versus Palestina pode se tornar a terceira.
“A guerra Ucrânia e Rússia por um lado, recentemente Azerbaijão contra Armênia por outro lado e agora a terceira frente Hamas contra Israel, isso pode abrir uma terceira frente que enfraquece, obviamente, e mantém ocupado os Estados Unidos que vão ter que colocar dinheiro, armamentos militares e treinamentos.
Eles já estão mandando navios e armamentos. Quem sabe eventualmente isso enfraqueça os Estados Unidos mesmo, de modo a mudar um pouco e chacoalhar a ordem global.
Quem sabe o conflito eventualmente não sirva para preparar o terreno para alguma outra ação mais importante, como por exemplo a invasão e tomada de Taiwan.
Obviamente são ainda especulações, mas está neste xadrez geopolítico regional e global”.
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Cartas na Mesa é o novo programa de análise política da Brasil Paralelo. Todas as segundas, às 20 horas, as principais notícias comentadas por Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Adriano Gianturco, Christian Lohbauer e Renato Dias.
Confira a última edição: Cartas na Mesa – Especial: Terror em Israel.
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