GUAMARÉ RN-Spa é usado para lavar de dinheiro na máfia da merenda


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Jornal GGN – Duas cooperativas envolvidas nas investigações da “máfia da merenda” tem como endereço sede um spa em Bebedouro, interior paulista.

As cooperativas, investigadas na Operação Alba Branca, da Polícia Federal, são suspeitas de superfaturar os preços de alimentos vendidos às escolas no Estado de São Paulo e, ainda, pagar propina para se manterem clientes do Estado. No esquema, a Associação Agrícola Orgânica de Bebedouro (AAOB) e a Horta Mundo Natural participaram de disputa com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que já tinha contratos com as prefeituras para o fornecimento de merenda.

A Coaf está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e da Polícia Civil. Os endereços da AAOB e da Horta Mundo é o mesmo do hotel de emagrecimento Natural Spa, pertencente à família de Cassio Izique Chebabi, que é ex-presidente da Coaf. As informações são do Estadão conteúdo.
UOL

Spa sedia cooperativas ‘laranjas’ usadas na “máfia da merenda” em SP

Estadão Conteúdio

Duas das cooperativas usadas pela chamada “máfia da merenda” – alvo da Operação Alba Branca, que investiga suspeitas de que um esquema superfaturava preços dos produtos e pagava propina para vender alimentos às escolas no Estado de São Paulo – têm sede num spa em Bebedouro, interior paulista.

A Associação Agrícola Orgânica de Bebedouro (AAOB) e a Horta Mundo Natural foram usadas para simular disputas com a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que firmava contratos das prefeituras para fornecer a merenda escolar.

A entidade é o alvo central da investigação do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil. Quem procura as cooperativas de produção de alimentos, encontra hóspedes jogando tênis ou fazendo exercícios aquáticos num conjunto de piscinas.

O endereço da AAOB e da Horta Mundo é o mesmo do Natural Spa, um hotel de emagrecimento com diárias de até R$ 310. O empreendimento pertence à família de Cassio Izique Chebabi.

Ex-presidente da Coaf, ele é apontado pelos investigadores como coordenador das fraudes. Chebabi teria colocado “laranjas” na direção das duas cooperativas de fachada que, em muitos contratos com prefeituras, são as únicas que “concorrem” com a Coaf.

O gerente do spa, Deceir Aparecido Valseirio, disse que uma parte da área do empreendimento, que ocupa terreno de 106 mil metros quadrados, foi usada por Cássio Chebabi para a produção de legumes e verduras. Ele contou também que a horta parou de produzir há muito tempo.

A reportagem teve acesso ao terreno e encontrou mato quase encobrindo o “esqueleto” do que haviam sido quatro estufas, além de algumas máquinas, equipamentos e mangueiras para irrigação transformados em sucata.

As três cooperativas já existiam quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou a Lei 11.947/2009, determinando que 30% dos recursos do Fundo Nacional da Alimentação Escolar fossem destinados à compra de produtos da agricultura familiar para a merenda.

A lei dispensa a licitação, mas exige uma série de documentos que obriga o agricultor a se organizar em associações ou cooperativas. Chebabi usou a Horta Mundo Natural para se cadastrar como produtor familiar.

A Coaf começou adquirindo a produção de 60 pequenos produtores familiares, como manda a lei, mas a prática durou pouco, conforme contou ao jornal “O Estado de S. Paulo” o presidente interino Carlos Alberto Santana da Silva. “Não tinha logística para levar a produção de cada pequeno agricultor, então era comprado onde havia o produto, inclusive no Ceasa.”

Para simular a compra da agricultura familiar, a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) – registro que comprova que o produtor é de fato familiar – emitida por órgãos do Ministério e da Secretaria de Agricultura era adulterada. “Na essência, todos os contratos (da Coaf com prefeituras) eram irregulares pelo uso indevido do DAP”, admite Silva.
Política

Em depoimento ao Ministério Público, o presidente interino da cooperativa afirmou ter ouvido de Chebabi, que foi filiado até o ano passado ao PMDB, e de vendedores da cooperativa, “que em relação às vendas para as prefeituras de Campinas e Ribeirão Preto, valores eram repassados ao deputado Baleia Rossi”.

Presidente do PMDB paulista e filho do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, que era presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), quando a lei 11.947 entrou em vigor, Baleia afirma que não tem envolvimento com o caso.

Ele disse, ainda, que foi citado devido a uma disputa política local. “O Chebabi se afastou do PMDB. Um grupo político que me odeia quer resgatar o apoio dele a mim”, diz o parlamentar. Baleia Rossi também afirma que não conhece Carlos Alberto Santana da Silva. “Querem municipalizar o problema.”

O grande salto da Coaf aconteceu com a introdução do suco de laranja na merenda, como relata Silva. “Bebedouro é a capital nacional da laranja, então era tudo o que a cooperativa queria”, contou, atribuindo a estratégia do suco ao bom relacionamento do então presidente da entidade com prefeituras e pessoas ligadas aos governos estadual e federal.

Como presidente da cooperativa, Chebabi frequentava eventos públicos, principalmente nas cidades da região de Ribeirão Preto, aproximava-se de políticos e de autoridades e distribuía generosamente caixinhas de suco de laranja.

Numa dessas festas políticas, no dia 28 de abril de 2014, em Bebedouro, ele “colou” no governador Geraldo Alckmin e no prefeito do município, Fernando Galvão (DEM). Alguém da própria equipe de Chebabi fotografou o momento de confraternização – o tucano aparece sorridente entre o prefeito e Chebabi, estes dois exibindo caixinhas do suco. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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