GUAMARÉ RN-Sensatez e diálogo, por Chico Alencar
O PL 4330 não regulamenta a real terceirização do trabalho que há no Brasil, mas, sim, precariza relações e abre portas para se ampliar de 25% para 75% as estatísticas do trabalho terceirizado no país. Por isso, o adiamento e a discussão do projeto de lei revela sabedoria
legislativa.
Não é aceitável que o presidente Eduardo Cunha afirme – pressionando o próprio Plenário – que, no caso da vitória da proposta de adiamento, ele recolocaria o projeto em pauta imediatamente. O que viria depois? Um novo pedido de adiamento seria feito, numa espécie de guerra insana que violaria a soberania do Plenário. Há que se ter sensatez e capacidade de diálogo!
É preciso lembrar sempre: o Parlamento é o espaço do conflito civilizado; da divergência, sim; do dissenso — isto é absolutamente fundamental —, mas no patamar racional.
O que estava se propondo com o adiamento da votação dos destaques do texto-base do projeto? Discutir, debater e aprofundar a compreensão de como esta proposição vai afetar a vida de todos os trabalhadores brasileiros.
O texto-base do PL da Terceirização foi aprovado contra o nosso voto. Que cada um assuma o seu voto, que cada um aceite a crítica em algum jornal sindical – ou o elogio, tal como ocorre na fantástica pesquisa distribuída pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) em todos os gabinetes, tentando convencer os parlamentares e servidores de que quase 90% dos trabalhadores ouvidos por ela, a Fiesp, terceirizados ou não, defendem o projeto.
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