GUAMARÉ RN-Petróleo fecha abaixo de US$ 30 e derruba Petrobras


173173Rio (AE) – Pela primeira vez em 12 anos, a cotação internacional do petróleo fechou abaixo de US$ 30 por barril. Temores em relação ao crescimento da China e a perspectiva de aumento nas exportações do Irã levaram as cotações às mínimas ontem. No Brasil, as ações da Petrobras derreteram 9,14% (cotação da PN, preferencial, que fechou a R$ 5,17), arrastando junto o Ibovespa, principal índice da bolsa, que encolheu 2,36% e já perde 11% em 2016.

Gustavo LimaBendine: prioridade para projetos que representem resultados imediatos para a PetrobrasBendine: prioridade para projetos que representem resultados imediatos para a Petrobras

A cotação do petróleo influencia negativamente as ações de todas as petroleiras, por causa da diminuição da perspectiva de receita. No caso da Petrobras, um patamar muito baixo ainda dificulta a venda de ativos para fazer caixa – uma das estratégias da empresa para driblar a crise financeira – e lança dúvidas sobre a viabilidade econômica de explorar o pré-sal, que exige pesados investimentos em tecnologia e logística.

No início da semana, as ações da Petrobras já haviam tombado após a estatal anunciar que trabalha com a projeção de uma cotação média de US$ 45 por barril para este ano, considerada otimista demais pelo mercado. Ontem, o barril tipo Brent fechou a US$ 28,94 na ICE, bolsa de matérias-primas de Londres, queda de 6,28%. O petróleo do tipo WTI, negociado em Nova York, tombou 5,71%, para R$ 29,42 o barril, menor preço em 12 anos. Segundo especialistas, o tombo nas cotações do petróleo neste início do ano se deve a um cenário de excesso de oferta e demanda frágil, mas as cotações abaixo de US$ 30 parecem exageradas. Na estimativa da agência classificadora de risco Standard & Poor’s (S&P), o preço médio deste ano ficará em US$ 40 por barril. A S&P anunciou uma revisão em suas projeções – antes, a projeção de 2016 era de US$ 50.

A diretoria da Petrobras defendeu suas estimativas. “Está todo mundo com os números muito semelhantes aos da Petrobras. O que aconteceu até hoje é uma queda numa velocidade inacreditável”, afirmou o diretor financeiro, Ivan Monteiro. Segundo ele, uma revisão para baixo entrará no radar somente se as cotações se consolidarem abaixo de US$ 30 o barril.

Na avaliação da LCA Consultores, o barril poderá chegar ao fim do ano negociado em torno de US$ 50. Em relatório publicado ontem, a consultoria prevê recuperação dos preços a partir da sinalização da redução da oferta internacional e da expectativa de manutenção da demanda.

Na visão de professor Edmar Almeida, do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, os problemas estão mais do lado da oferta. “Havia uma expectativa de que a Arábia Saudita fizesse algo para evitar a queda dos preços, mas, pelo contrário, eles deram sinais opostos”, afirmou.

A Arábia Saudita é o país mais forte da Opep – organização das nações exportadoras de petróleo, que influi nas cotações controlando a oferta – e, desde 2014, vem demonstrando disposição de deixar os preços caírem para não perder mercado para novos produtores, como o petróleo de folhelho (shale oil) dos Estados Unidos.

As recentes tensões diplomáticas entre os sauditas (de maioria sunita) e o Irã (de maioria xiita), em vez de escalarem os preços do petróleo, como fazem os conflitos no Oriente Médio, estão jogando as cotações para baixo. A aproximação do Irã com o Ocidente desagrada sauditas e abre oportunidade para redução de sanções e, portanto, mais oferta de petróleo.

Petrobras supera meta de produção em 2015
Brasília (ABr) – A produção de petróleo da Petrobras em 2015 superou a meta anual pela primeira vez nos últimos 13 anos. O volume de 2,128 milhões de barris por dia atingido no período representa alta de 4,6% na comparação com o resultado do ano anterior e supera em 0,15% os 2,125 milhões previstos no plano de negócios da empresa. A média anual da produção operada na camada pré-sal em 2015 foi a maior da história, atingindo uma média de 767 mil barris por dia, superando a produção de 2014 em 56%. Se considerada também a extração de gás natural, que cresceu 9,8% em relação ao ano anterior, a produção total chega a 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O resultado é 5,5% maior que os 2,46 milhões de barris de óleo equivalente por dia obtidos em 2014.

“O resultado é importante por demonstrar a grande capacidade operacional da empresa, mesmo em um cenário global adverso para o setor de óleo e gás, e por reiterar, diante do mercado, a previsibilidade e a transparência dos rumos da companhia”, disse, em nota, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Segundo ele, o resultado reforça a convicção pelo caminho de priorizar os investimentos com capacidade efetiva de gerar resultado para a companhia, com prioridade para os projetos de exploração e produção.

O rápido crescimento da produção da plataforma P-58, que opera no complexo do Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos, e do Flutuador de Produção, Armazenagem e Descarga (FPSO) Cidade de Mangaratiba, no pré-sal da Bacia de Santos, foram alguns dos principais destaques na expansão da produção no ano passado. Além desses fatores, houve a antecipação – de novembro para julho – do início da operação do FPSO Cidade de Itaguaí, na Bacia de Santos.

“Temos consolidado nossa excelência na exploração em águas profundas e ultraprofundas. Em 2015, conseguimos conciliar o avanço tecnológico com a redução dos nossos custos operacionais, o que nos levou à marca de custo de extração de US$ 8 por barril nos campos do pré-sal no terceiro trimestre”, afirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes.

Segundo a estatal, o desempenho satisfatório das demais frentes de produção também teve papel decisivo para o alcance da meta de 2015. No ano passado, a produção do campo de Marlim  se estabilizou acima dos 200 mil barris por dia.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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