Não por coincidência, ele está, desde a semana passada, fazendo o tour da mídia audiovisual francesa para divulgar o documentário que acaba de lançar sobre a retomada de Mossul, no Iraque, pelo exército iraquiano.
Assisti a longas entrevistas suas em dois programas dos canais estatais franceses por estes dias.
A última no sábado à noite, no programa “On n’est pas couché”, da France 2:
(a partir de 1:53h)
Ele mesmo não esconde a sua ênfase (quase que exclusiva…) anti-russa/Putin; anti-jihad; anti-anti-semitismo; e anti-Frente Nacional – em prejuízo de questões econômico-sociais estruturais, p.e.
– Oi, BHL?!
O Nassif, hoje, parte da entrevista de BHL ao Globo para analisar a perspectiva político-eleitoral brasileira para o futuro imediato.
A extrapolação da dinâmica eleitoral deste ano na França (uma verdadeira novela, com várias reviravoltas…) para outras realidades, como a brasileira, carece de algumas precisões.
Quem “destruiu François Hollande e Manuel Valls” (ala moderada do Partido Socialista) – diferentemente do que dá a entender BHL – foram eles próprios!
Com o concurso imprescindível – é claro – de “Madame Merkel”, como se referem à Chanceler da Alemanha na França.
Hollande se elegeu em 2012 com o slogan “a mudança é agora” (!); e declarando o fim do “império da Finança na Economia francesa”.
Evidentemente, não entregou.
Merkel impediu qualquer hipótese de política anticíclica para a retomada do crescimento, negando-se a rever o Tratado Orçamentário Europeu, que limita o déficit a 3% dos PIBs nacionais.
O que se viu na Economia foi apenas um “mais do mesmo” em relação aos anos Sarkozy (direita tradicional), refletindo-se – num contexto internacional e europeu desfavoráveis – na continuidade de desemprego alto, precarização da classe trabalhadora e estrangulamento da classe média.