BRASIL BR-Avanço da fome: quem são as pessoas mais afetadas no Brasil


Avanço da fome: quem são as pessoas mais afetadas no Brasil

Novo estudo da Rede Penssan revela o perfil da insegurança alimentar no país, que cresceu 60% entre 2018 e 2022

A fome e a insegurança alimentar (falta de acesso pleno e permanente aos alimentos) continuam avançando no Brasil. Mais de 33 milhões de pessoas —15,5% da população— estavam passando fome no país entre novembro de 2021 e abril de 2022, revela o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

Esse é um número alarmante, pois não se via desde 1992, quando o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) registrou que 32 milhões de brasileiros e brasileiras não tinham o que comer, aponta uma reportagem da Folha de S. Paulo.

“Em 29 anos de luta contra a fome, a Ação da Cidadania se vê diante de um dos piores momentos dos números da fome desde sua fundação”, afirma a ONG, parceira do iFood em suas ações de combate à fome, no estudo. “É um retrocesso total. Nossa instituição nasceu com a comoção de Betinho ao se deparar com esse mesmo número de brasileiros em insegurança alimentar grave. Hoje, estamos aqui revivendo a mesma tragédia.”

Segundo o levantamento da Rede Penssan, seis em cada dez brasileiros (125,2 milhões de pessoas) convivem com algum grau de insegurança alimentar —um aumento de 7,2% em relação a 2020 e de 60% sobre 2018.

Já o número de domicílios com moradores passando fome foi de 9% (19,1 milhões de pessoas) em 2020 para 15,5% (33,1 milhões de pessoas) entre 2021 e 2022. Em pouco mais de um ano, 14 milhões de novos brasileiros e brasileiras começaram a passar fome.

Em resumo, o retrato mais recente sobre o tema no Brasil mostra o seguinte: apenas 41,3% da população brasileira vive em uma situação de segurança alimentar. A maioria sofre com a insegurança alimentar, que para 28% é leve (incerteza sobre o acesso a alimentos em futuro próximo), para 15,2%, é moderada (quantidade insuficiente de alimentos) e para 15,5%, é grave (são as pessoas que passam fome).

O perfil da insegurança alimentar no Brasil

O estudo alerta que desde a Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2018 (POF-IBGE) muitas famílias brasileiras passaram dos níveis de menor gravidade de insegurança alimentar para os de maior gravidade.

“As formas mais severas de insegurança alimentar (moderada ou grave) atingem fatias maiores da população nas regiões Norte (45,2%) e Nordeste (38,4%)”, aponta o documento. Nas regiões Norte e Nordeste, quatro em cada dez famílias disseram ter reduzido parcial ou severamente o consumo de alimentos nos três meses que antecederam as entrevistas.

A insegurança alimentar é maior nas famílias onde a pessoa de referência se autodeclara preta ou parda: em 65% desses lares, já há restrição a alimentos. E também afeta mais quem mora nas zonas rurais, onde atinge mais de 60% dos domicílios. Desses, 18,6% das famílias convivem com a fome, valor maior do que a média nacional.

Nas famílias com crianças que têm menos de dez anos, a fome dobrou: foi de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022. A situação também é crítica nos lares onde vivem três ou mais pessoas com até 18 anos; nesse caso, a fome atinge 25,7% dos domicílios pesquisados.

Como as empresas podem ajudar

Entre 2021 e 2022, os níveis mais graves de insegurança alimentar (moderada e grave) cresceram mesmo nos domicílios que recebiam, do governo federal, o Auxílio Brasil. “A fome ainda estava presente em 21,5% dos domicílios das famílias que solicitaram e conseguiram receber o benefício deste programa social”, descreve o documento.

Diante desse cenário, se tornam ainda mais importantes as iniciativas do setor privado para combater a fome, como o investimento social, que vem crescendo durante a pandemia de Covid-19.

O iFood se une a esses esforços em ações como o Movimento Todos à Mesa —que doou mais de 2,6 mil toneladas de mantimentos para 1,2 milhão de pessoas em parceria com outras empresas— e o projeto de hortas urbanas, que produziram 1,7 milhão de toneladas de alimentos em três escolas públicas paulistas.
Além disso, a foodtech promove campanhas constantes de arrecadação de doações no app para ajudar também nos momentos em que desastres naturais aumentam o número de brasileiros e brasileiras em risco de insegurança alimentar. Só no primeiro trimestre de 2022, R$ 3,7 milhões foram doados às ONGs parceiras para combater a fome e a insegurança alimentar no país.


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