GUAMARÉ RN-Ex-prefeito criou concurso com 2º maior salário da cidade e levou a vaga
Jornal GGN – A minúscula cidade de Cássia dos Coqueiros, no interior de São Paulo, protagoniza uma história “surreal”, segundo a Folha desta sexta-feira (12). Em 2011, o então prefeito Antônio Carlos da Silva, 50, conhecido como Nenê Irmão do João da Caixa, decidiu abrir um concurso público para o cargo de advogado do município, que possui cerca de 2 mil moradores.
Silva “contratou uma empresa, designou uma comissão organizadora e oficializou o exame. Dias depois, seu nome estava entre os inscritos. Formado em direito, o prefeito fez a prova e se saiu bem: classificou-se em terceiro lugar. Como o primeiro e o segundo aprovados desistiram da vaga, Nenê foi convocado.”
Segundo o jornal, Silva foi nomeado para o cargo pelo vice-prefeito, e em seguida licenciou-se para concluir o mandato de chefe do Executivo. Em 2012, o político do PSDB tentou a reeleição mas foi derrotado por Rosa Maria da Silva (PTB) por apenas 36 votos. Então, decidiu exercer o cargo que havia garantido no concurso.
Silva acha que está tudo bem em ter criado um concurso público enquanto prefeito e ter ficado com a vaga. “O Tribunal de Contas cobrou que nós abríssemos vários cargos, e nós abrimos. Vi que tinha vaga para procurador e me inscrevi. Eu não sabia nada sobre a prova. Fiz, fui chamado e compareci, como acontece com qualquer cargo. Só isso. Não tem nada demais”, disse ele.
O salário de advogado do município é o segundo maior da cidade, R$ 4 mil, só perdendo para o salário da prefeita. O caso foi levado ao Ministério Público e uma ação civil pública foi aberta contra o ex-prefeito, que continua trabalhando enquanto o processo corre.
Como é adversário político da prefeita, Rosa Maria se viu obrigada a abrir concorrência para contratar outroa dvogado para o Paço.
O Tribunal de Contas do Estado também julgou, sem possibilidade de mais recursos, o caso e considerou ilegal a admissão de Silva.
Embora tenha perdido em primeira e segunda instâncias, ele possui uma liminar que o garante no cargo até que saia a decisão definitiva.
Enquanto não há decisão da Justiça, Nenê mantém o segundo maior salário da prefeitura, de quase R$ 4.000, fica atrás apenas da prefeita.
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