GUAMARÉ RN -Análise da eleição/RN: credibilidade dos candidatos na chapa majoritária decidiu o resultado final


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Do editor

Terminou o processo eleitoral no RN e no Brasil.

Algumas análises e interpretações são oportunas.

No Rio Grande do Norte particularmente, alguns pontos específicos merecem considerações.

A indagação é se a reação contra o eclético acordo político liderado por Henrique Alves foi responsável pela sua derrota?

Entendo que não.

Seria muito simplismo atribuir à derrota de Henrique a essa união de partidos e pessoas.

Em primeiro lugar, esse “blog” sempre repetiu, que acordo político é normal e faz parte da democracia.

Temos vários exemplos no mundo.

Carlos Prestes no pós-democratização de 1946 coligou-se com Getúlio, tido como o responsável pela morte da sua esposa.

Na Itália, o partido democrata cristão já fez inúmeros acordos com o partido comunista.

A questão que gera repulsa popular não é o acordo político em si.

Na realidade, o eleitor estranha, em princípio, a falta de coerência de quem se une.

Todavia, a sua exigência maior é a credibilidade despertada pelos candidatos indicados na composição das chapas, sobretudo às majoritárias.

O grande erro de Henrique foi montar a chapa majoritária que montou, sob a aparência de que seria invencível, por reunir praticamente 98% das forças políticas e econômicas do RN.

A ideia dele é que montara “um rolo compressor”, impossível de ser vencido.

Não deu a menor importância ao sonho de muitos idealistas, que falavam em inovação, propostas viáveis, como meio de conquista do voto.

Por desconsiderar tais fatores,  Henrique assiste o estado dá a maior demonstração de independência política de todo o Brasil.

A chapa majoritária de Henrique, com exceções, não inspirou credibilidade.

Exatamente isso: faltou credibilidade política.

Essa a sua maior dificuldade na campanha.

Se tivesse credibilidade, pouco importaria ao eleitor eles terem sido adversários no passado.

O eleitor supera isso.

Entretanto, o eleitor exige confiança como sinônimo de credibilidade.

Ou seja: o eleito ter condições de desempenhar o mandato pela sua competência, antecedentes e experiência na vida pública.

Sem citar nomes, faltou Henrique Alves dá peso a esse ingrediente.

A consequência foi acumular desgaste insuperável, que deu no que deu.

Henrique em si, como parlamentar experiente, se estivesse ao lado de quem lhe avalizasse e propagasse propostas viáveis e consistentes, poderia ter usado a “coligação ampla” para ganhar a eleição.

Haveria chances do eleitor confiar nele e nos companheiros ao lado.

Nos acordos políticos, o eleitor olha também muito para o futuro.

E o futuro está associado à credibilidade dos candidatos majoritários, porque na chapa proporcional há maior fragmentação.

Robinson Faria, até pelo desprezo da classe política com o seu nome, juntou-se a aliados que lhe ajudaram na disputa, por mais restrições ou discordâncias políticas que encarnassem.

Como não falei em nomes na análise de Henrique farei o mesmo em relação a Robinson.

Entretanto, a chapa de Robinson teve mais credibilidade para disputar uma eleição majoritária, atendendo às  exigências da atualidade global.

Tanto é verdade, que venceu esmagadoramente nas urnas.

Ficou a lição!

Não sei se o ensinamento será assimilado e no próximo pleito novamente os partidos, comandados por “donos privados”, irão escolher nomes tirados do “bolso do paletó”, sem experiência, sem maturidade, sem vida política pregressa, apenas porque “agregam” valores monetários ($$$$) para a campanha, ou aparentes colégios eleitorais.

Se assim agirem, não terão chance de sobreviver, pois a previsão é de que o eleitor não recue na sua forma de escolha popular.

O avanço e a liberdade de escolha eleitoral chegaram para ficar no Brasil.

Quem for vivo verá!

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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