GUAMARÉ RN-“Ainda temos pontos a ser melhorados”


161548Felipe Gurgel
Repórter de Esportes

Com o término do campeonato potiguar 2015, a Federação Norte-riograndense de Futebol fez uma análise da forma de disputa e afirmou que ela deve ser mantida para o próximo ano, com algumas melhoras, para tornar o campeonato mais forte, técnica e taticamente. De  acordo com o presidente da FNF, José Vanildo, alguns pontos precisam ser revistos, como  as excessivas mudanças nas datas e horários das partidas.

Para ele, o principal motivo disso ter acontecido, não envolve a Federação e sim os atrasos nos laudos dos estádios e as mudanças, por parte dos clubes, dos mandos de campos das suas partidas. Uma das ideias que ele quer implantar, é tornar a Arena das Dunas, o principal palco de jogos do Estadual, envolvendo todas as equipes e não só o ABC e o América.

O litígio envolvendo o clube alvinegro e a administração da Arena das Dunas, também é um tema que preocupa o dirigente da Federação. Para ele, quanto mais rápido esse problema for resolvido, melhor para o futebol potiguar.

Outro ponto a ser analisado de forma mais aprofundada pela FNF, de acordo com Vanildo, é a utilização de mais jovens das bases pelos clubes potiguares.

Adriano AbreuPresidente da FNF elogia modelo de disputa do campeonato potiguar e revela que pode mudar alguns pontos para fortalecer a competiçãoPresidente da FNF elogia modelo de disputa do campeonato potiguar e revela que pode mudar alguns pontos para fortalecer a competição

Como a FNF analisa o Estadual 2015?
O perfil  do campeonato desse ano foi diferente de 2014. Na primeira fase, já se apresentou uma característica, com ABC, América, Globo, Potiguar de Mossoró, o Alecrim com equipes competitivas. Tudo visando a conquista de uma vaga na Copa do Nordeste e do Brasil para a próxima temporada. Acredito que, na segunda fase, com apenas oito equipes, mesmo com um calendário reduzido, tivemos uma competitividade maior. O que não foi, diretamente proporcional, a questão do público e renda nos estádios. Mas, foi um avanço, indiscutivelmente e a Copa do Nordeste vem mudando o pensamento dos clubes em relação aos Estaduais e vai continuar mudando.

O saldo foi positivo?
A final do campeonato, que nós vimos, demostra isso. Emoção, uma participação efetiva, a volta do torcedor aos estádios, um início de uma nova etapa dos clubes, com o América querendo voltar para a série B e o ABC começando a sua disputa na Segunda Divisão. Temos um calendário alongado, diferentemente de anos anteriores,  onde isso nunca existiu, vamos ter um ano diferenciado, em todas as categorias: B, C e D, Copa do Brasil, Copa do Nordeste. O que posso concluir é que tivemos um campeonato de avanço. Mas, ainda temos pontos para melhorar.

Quais seriam?
Principalmente no aspecto regulamentar. Por exemplo: para o próximo ano, se transformar a Arena das Dunas em um campo neutro, onde não se considere isso como efeito de inversão de mando de campo. Isso vai possibilitar, tendo desejo do clube mandante, em utilizar as dependências da Arena para seus jogos. Isso vai possibilitar, indiscutivelmente, uma parceria entre Federação, clube mandante, ABC ou América, a possibilidade de dobrar, os jogos aqui. Tivemos Globo e ABC em Ceará-Mirim. Se essa partida tivesse sido na Arena, a renda teria sido três vezes superior. Basta se lembrar da partida entre Alecrim e América, onde a Federação teve a ousadia, junto com a Arena e o Alviverde, em trazer o jogo para cá e a renda foi superior a 150 mil reais.

Então, o regulamento pode ser melhorado?

O que podemos fazer é avançar em pontos fundamentais. Estimular, a presença mínima, de jogadores do sub-20, fazer com que, se aproveite o campeonato, não só como uma renovação, não só nesse aspecto de renda, como também na presença do público.

A tabela do campeonato sofreu críticas pelo excesso de mudança nas datas dos jogos. Como aperfeiçoar isso? Tem que ter uma conversa com a empresa que detém os direitos de transmissão do Estadual?
Se observarmos a tabela da série B, que ainda nem começou, ela já sofreu, mais de 30 modificações. As tabelas são postas, por obediência, em primeiro lugar, prazos regulamentares. Por causa disso, sempre haverá espaços para adequações. Aqui, o que aconteceu, não foi da vontade da Federação. As interdições dos estádios, jogos em Macau, o Alecrim jogando em Santa Cruz, interdição do Ninho do Periquito. Um conjunto de ações que correram para essas alterações. Mas, é fundamental que aconteça um aperfeiçoamento contratual, das relações, entre a Federação, clubes e a televisão. Esse conjunto de ações vai favorecer a presença do torcedor, porque vai criar uma habitualidade do horário, mesmo se compreendendo que não é fácil.

Como seria o ideal?
Essa valorização do jogo depende de circunstâncias técnicas do momento, de posicionamento das equipes, da importância que esse jogo venha a ter no conjunto do campeonato. Se observarmos, a maioria dos jogos que passam na rede Globo, eles privilegiam as partidas de Flamengo e Corinthians. Mas isso não quer dizer se é bom ou ruim. A questão é de sobrevivência. Os grandes vencedores disso são os próprios clubes e temos que avançar nesse sentido. Quem ganha menos nesse jogo, não é Federação, nem CBF. Os clubes são muito mais favorecidos que a própria entidade. O que temos que avançar é nessa negociação.

Passado o Estadual, como o senhor projeta o restante da temporada para os clubes potiguares que vão participar das divisões do Brasileiro?
A equipe do América vem se mostrando muito forte, com grandes atletas e com grande possibilidade de acesso. Não vislumbro, no Nordeste, alguma equipe que seja superior ao América nessa série C. Acredito muito que o clube vai voltar a série B e isso vai depender muito da presença do seus torcedores. Notamos a ausência deles nos jogos e isso é ruim, penaliza o clube. Mas, é interessante observar que, na proporção que tem uma redução de público, nota-se um aumento de sócio torcedor. Eles são uma peça de equilíbrio nas questões de relações econômicas. Acabou esse negócio de só a emoção do torcedor.

Como assim?
O sócio torcedor muda o perfil financeiro de uma partida e traz grandes benefícios em favor do clube. Acredito que o ABC deva chegar a um termo de conciliação, em uma renegociação com a Arena das Dunas. Para o ABC é fundamental que sejam revistas cláusulas, termos e condições, porque compreendendo a necessidade dessas modificações, para que facilite o uso do estádio.

O senhor acha que fortalece o futebol potiguar, de uma forma geral, a volta do ABC para a Arena das Dunas?
Não tenho a menor dúvida de que é importantíssimo. Não haverá a possibilidade de nós termos um equipamento com a qualidade da Arena das Dunas, sem a presença do ABC. Ele, com o América, representam um ponto fortíssimo. Esses clubes são os maiores clientes da Arena das Dunas. Então, isso deve ser visto, pela empresa, de uma forma singular e diferenciada.

A fórmula do estadual desse ano deve ser mantida para 2016, mesmo com ABC e América na Copa do Nordeste?
Nós tivemos aquele mal que é gostoso. Tivemos uma redução de calendário, mas nunca tivemos uma calendário alongando como esse ano. Tivemos quatro clubes na Copa do Brasil, dois clubes na Copa do Nordeste, ABC na série B, América na série C e Globo na série D e isso tudo alongou, de forma indiscutível, o calendário da maioria dos clubes, inclusive do Alecrim. Nós temos que avançar. O critério técnico tem que ser um privilégio que não se discute. Acho que o modelo é bom, pode ser feito alguns ajustes, mas temos que priorizar a questão técnica e algumas adequações necessárias e manter, mesmo com as dificuldades de calendário, o ABC e América na primeira fase, descaracterizando aquilo de que a primeira fase era classificatória.

O retorno é garantido?
Para se ter uma ideia, a vaga na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil, podem dar ao clube, uma receita de mais de R$ 1 milhão, em premiações, sem contar mídia e rendas.

Então, o sistema de pontos  corridos é o mais justo?
Em todas as fases nos observamos, na primeira e segunda rodada, eram jogos eliminatórios, que não podia mais perder ou empatar. Esse modelo, podemos fazer algumas adequações, muito mais em relação as datas, do que a qualidade do modelo adotado.

A Confederação Brasileira de Futebol tem um novo presidente, com Marco Polo Del Nero assumindo o lugar de José Maria Marin. O momento do futebol brasileiro é positivo?
Nunca se discutiu o futebol, as normas, as legislações, como se está se discutindo. São debates sobre transparência, modelo de campeonatos, maior participação da sociedade nas decisões. Acho que a CBF desenvolve um grande trabalho. Posso garantir que a Confederação tem sido de uma grandeza enorme a favor do futebol do Rio Grande do Norte. E isso, eu invoco o testemunho do América e do ABC.  A FNF e os clubes, tem tido um tratamento muito representativo nas relações intermediadas pela Federação e isso, acho que é muito importante, com a nova administração de Marco Polo Del Nero. O discurso dele é diferente, onde cobra mais resultados  das federações, mais avanços e mais modernizações.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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