GUAMARÉ-NATAL-PENDÊNCIAS-CARNAUBAIS-MACAU-ALTO DO RODRIGUES-ASSU-IPANGUASSU-RN-“Fátima Bezerra não quer assumir o que é ruim no PT”, questiona Nelter Queiroz


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A candidata ao Senado do PT, Fátima Bezerra, tenta se vincular a algumas ações positivas do Governo Federal, mas procura evitar a corresponsabilidade pela política econômica que ela apoia na condição de deputada petista e tem provocado inflação e retomada do desemprego. A avaliação é do deputado estadual Nélter Queiroz ao comentar o pedido de Fátima Bezerra para retirar do ar a propaganda da candidata Wilma de Faria (PSB), que tratou de problemas da economia do país. “Quando é algo bom, a petista tentar ficar só com ela, quando muitas vezes é resultado de uma iniciativa conjunta. Quando é algo ruim, ela sai de fininho. Não pode ser assim”, afirma o parlamentar.

O pedido de Fátima Bezerra contra a publicidade que tratou da situação econômica atual, como retomada da alta de preços, foi negado pelo Tribunal Regional Eleitoral. A petista foi à Justiça Eleitoral para censurar as veiculações que tratavam de temas como inflação e a responsabilidade dela e do PT, partido que Fátima integra e representa no Congresso Nacional, pelos atuais problemas  econômicos do país. O juiz eleitoral Marco Bruno Miranda rejeitou a tentativa de cercear o debate sobre esses temas

“Não é só isto. A candidata do PT diz que pode tanto no Governo Federal, por que não garantiu a instalação a Universidade Federal do Serídó, um sonho da população dos municípios da região? Por que não conseguiu uma ação mais efetiva da União para a segurança pública do Rio Grande do Norte? Por que não ajuda a encontrar uma solução para os débitos com as empresas terceirizadas que atuaram na construção do Aeroporto de São Gonçalo, uma obra federal? Assim não dá. Só quer ficar com a parte boa? É preciso também ela explicar as deficiências deste governo, que tem uma presidente do partido de Fátima Bezerra”, disse Nelter Queiroz.

Para o deputado, a petista afirma que trouxe os IFRNs para o Estado, mas tenta se desvencilhar de questões sobre as quais ela precisa se pronunciar. Nelter diz que se a candidata do PT quer fazer de conta que é ministra da Educação, não pode se afastar das outras áreas do governo, como a econômica.

Nelter Queiroz destaca que o comprometimento de Fátima Bezerra é tão grande com o PT nacional que ela e outras lideranças locais da legenda trouxeram a Natal, como o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, e o ex-ministro José Dirceu, que momentos depois seriam presos, após condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. “Eu protestei porque levaram José Dirceu para a Assembleia, depois ele foi preso. É um absurdo. Dirceu respondia a um processo e logo em seguida foi condenado. Ainda ajudaram a pagar a multa dele”, lamenta Nelter Queiroz.

Para o deputado estadual, Fátima Bezerra deve, neste momento do debate eleitoral, explicar esses posicionamentos e comprometimentos com o PT e tudo que envolve o partido. Ele afirma que o debate sobre as questões econômicas também são importantes e não deve ser cerceado.

Ao manter a propaganda que trata do assunto, o TRE apontou que as informações devem ser apresentadas sem restrições. “Cabe ao eleitor, no exercício da soberania popular, analisar o debate político, inclusive eventual esclarecimento a ser prestado pelo candidato representante sobre a relevância da informação”, destacou o magistrado na decisão.

A propaganda, que foi mantida, lembra a responsabilidade política de Fátima nas deficiências do atual governo na condução da política econômica. A publicidade aponta que há doze anos ela é deputada federal do mesmo partido político do presidente da República e, portanto, não pode afirmar que não teve oportunidade de ajudar a resolver os principais problemas do povo. “E isso só acontece porque Fátima prefere não lembrar que o PT, seu partido político, é o responsável direto pela inflação, que faz seu dinheiro valer cada vez menos”, afirmaram os apresentadores do programa. Assim, Fátima, que é do mesmo partido da atual presidente, procura se vincular e se apropriar apenas das ações que considera positivas do Governo Federal e não assume a corresponsabilidade pelas deficiências.

Na veiculação que trata do assunto, a campanha de Wilma de Faria afirma que é preciso mudar os rumos da economia. “Para isso é preciso que o partido que atualmente domina o governo federal sinta na pela que o povo não está nem um pouco satisfeito com os rumos econômicos”, diz a candidata.

Na publicidade, houve também veiculação de entrevistas. Em uma delas, a eleitora afirma que “Fátima é PT, então não adianta, o PT tá iludindo o povo”. Outra destaca: “Fátima não fez nada para defender a gente. As donas de casa. A carestia (voltou), a alimentação (está) muito cara”.

Ao pedir direito de resposta e tentar retirar a propaganda do ar, Fátima Bezerra alega que a veiculação apontou que ela “foi omissa por não ter atuantes nessa área (do combate à inflação)”.  Para o juiz, a alegação não tem fundamento. “Não compete à Justiça Eleitoral adentrar no debate político. Para isso se prestam justamente o horário eleitoral gratuito e as inserções nas programações do rádio e da televisão. Assim, caso a afirmação contida na propaganda eleitoral mereça esclarecimento quanto ao respectivo contexto político, isso deve ser explorado justamente no espaço do horário eleitoral destinado à coligação representante”, esclareceu o magistrado na decisão.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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