FOTOS IMAGENS-Última vítima de acidente que matou 18 recebe alta: ‘Acabou esse inferno’


felipe1

11/07/2016 13h30 – Atualizado em 11/07/2016 15h40

Última vítima de acidente que matou 18 recebe alta: ‘Acabou esse inferno’

Felipe Ferreira da Silva, de 17 anos, ainda não sabe que amigos morreram.
Jovem estava internado há 31 dias na Santa Casa de Santos.

Isabela OliveiraDo G1 Santos

Felipe recebe o carinho dos pais após receber alta de hospital (Foto: Isabela Oliveira/G1)Felipe recebe o carinho dos pais após receber alta de hospital (Foto: Isabela Oliveira/G1)

A última vítima ferida no trágico acidente com um ônibus que matou 18 pessoas na rodovia Mogi-Bertioga recebeu alta médica no início da tarde desta segunda-feira (11). Felipe Ferreira da Silva, de 17 anos, estava há 31 dias internado na Santa Casa de Santos, no litoral de São Paulo.De acordo com familiares, ele ainda não sabe quantos amigos morreram.

Nova perícia foi realizada na manhã desta terça-feira (Foto: Solange Freitas/G1)Nova perícia apontou problema nos freios
(Foto: Solange Freitas/G1)

Felipe sofreu um traumatismo craniano e fratura cervical. Ele ficou entubado e sedado durante as primeiras semanas. Nesse período, vários amigos estiveram no hospital para doar sangue e prestar solidariedade. “Mais de 600 pessoas vieram doar sangue em nome do Felipe. Eu não sabia o quanto ele era querido”, disse a mãe do garoto, Margarida Ferreira de Jesus.

Felipe saiu sorrindo do hospital, mas, de acordo com a mãe, ele ainda não tem noção da proporção do acidente.

O jovem fala com um pouco de dificuldade e vai precisar utilizar o colar cervical por pelo menos um mês. Já as sessões de fisioterapia serão feitas pela mesma equipe que o acompanhou no último mês.

“Agora eu estou indo [embora] e graças a Deus acabou esse inferno. Nasci de novo e vou matar a saudade do pessoal, dos meus amigos”, disse o estudante.

Mãe sorri com alta médica do filho internado há mais de um mês (Foto: Isabela Oliveira/G1)Mãe sorri com alta médica do filho internado há mais de um mês (Foto: Isabela Oliveira/G1)

A família de Felipe mora em Barra do Sahy, um bairro de São Sebastião, no litoral Norte do Estado. Durante a internação do jovem, os parentes contaram com a ajuda de amigos para se acomodarem em Santos. Também foram necessárias doações de fraldas e outros materiais.

Dia do acidente
Felipe disse que no dia do acidente ele foi de carona para a faculdade, em Mogi das Cruzes. Ele tinha medo que o ônibus quebrasse no caminho e não chegasse a tempo para uma prova.

“Fui de carro para chegar mais cedo. Sempre tinha um defeito ou outro. De vez em quando, quebrava e tínhamos que embarcar em outro ônibus”, relembra.

Famílias prestaram homenagens no local do acidente (Foto: Arquivo Pessoal/José Beraldo)Famílias prestaram homenagens no local do acidente (Foto: Arquivo Pessoal/José Beraldo)

No dia 8 de julho, data em que completou um mês do acidente, familiares e amigos das vítimas foram ao local da colisão para prestar homenagens. Emocionados, eles colocaram velas e flores próximo à rodovia.

Como foi o acidente
O acidente ocorreu por volta das 23h do dia 8 de junho, no km 84 da rodovia Mogi-Bertioga, no litoral de São Paulo. Um ônibus que levava universitários de Mogi das Cruzes para São Sebastião perdeu o controle após uma curva, atravessou a pista, capotou e caiu em um barranco.

O veículo levava 46 pessoas, sendo que 18 morreram e outras ficaram feridas. Os corpos de onze das 18 vítimas do acidente foram enterrados em cemitérios de Boiçucanga, Barra do Una e Juquehy, em São Sebastião (SP).

Perícia
Uma análise preliminar realizada no ônibus aponta que o veículo não contou com o sistema de freios no momento da colisão. Partes do equipamento de frenagem foram retiradas pela Polícia Científica. As peças poderão auxiliar nas investigações sobre as causas do acidente.

Várias vítimas do acidente já prestaram depoimento sobre a tragédia. Alguns dos estudantes afirmaram que o ônibus estava fora de controle momentos antes do veículo tombar.

O motorista de um carro atingido durante o acidente afirma que o condutor do coletivo que levava os estudantes estaria em alta velocidade e que o mesmo fazia uma ultrapassagem quando o ônibus tombou.

Já uma estudante que criou um abaixo-assinado contra o motorista, que morreu no acidente, diz que ele dirigia em uma velocidade normal quando perdeu o controle e capotou o veículo.

Após os depoimentos terem sido colhidos, equipes da perícia ainda investigam o que poderia ter causado o acidente. De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa União Litoral, responsável pelo ônibus fretado, um representante da empresa teve acesso ao velocímetro do veículo que registrou a velocidade. A empresa afirma que o ônibus trafegava a 41 km/h.

Ônibus que levava estudantes ficou completamente destruído; 16 morreram (Foto: Reprodução / TV Tribuna)Ônibus que levava estudantes ficou completamente destruído; 18 morreram (Foto: Reprodução / TV Tribuna)
Rate this post



Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.