Com o suspeito, foram apreendidos três cartuchos de emulsão encartuchado, pesando aproximadamente 500 gramas, três espoletas de acionamento não elétricas, 66 “aranhas” (material usado para furar pneus de carros), um casaco importado à prova de balas, uma motocicleta, três carros e mais três placas, que seriam utilizadas, segundo a Polícia, para clonagem de veículos.

“Depois que houve uma explosão em Boa Viagem, em 19 de novembro, a gente começou a apurar, até para colaborar com o esforço da força-tarefa, e chegaram algumas informações. Justamente checando uma dessas informações, a gente chegou nessa pessoa”, explicou o delegado Joel Venâncio.

Segundo Venâncio, o suspeito admitiu a posse dos explosivos, mas negou fazer uso ilícito do material. Quanto aos outros materiais, o rapaz alegou não saber que estavam dentro de sua casa. “Ele disse que estava envolvido em atividade lícita, que vendia e comprava carros, mas até a movimentação financeira dele não consegue justificar como é que ele conseguiu dinheiro para investir na compra e venda de carros”, avaliou Venâncio.

O suspeito já cumpriu pena por roubo a banco com uso de maçarico, estando em liberdade condicional desde setembro de 2016. “É como se ele tivesse migrado do maçarico para o explosivo. Nós encontramos com ele duas cédulas pintadas, como se tivessem saído de um daqueles caixas eletrônicos, que têm o dispositivo para pintar as notas [em caso de explosão]. Isso é mais um indicativo da participação dele nesse tipo de ação criminosa”, destacou.

A prisão deve contribuir para as investigações que estão sendo conduzidas pela força-tarefa formada para apurar os casos de ataques a bancos. De acordo com o delegado Paulo Berenguer, de Roubos e Furtos, que compõe o grupo de trabalho, será possível identificar onde e como o material explosivo foi adquirido.

“A marca que registra a entrada e saída do explosivo está intacta e nós vamos pedir essa informação ao Exército Brasileiro, que também faz parte da força-tarefa. Então o Exército, observando esse código de barras, nos informará qual foi a origem desse explosivo. Esses elementos de informação vão servir para que a gente corra atrás de toda a quadrilha”, encerrou Berenguer.