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Prefeitura vai ressarcir famílias de vítimas de queda da ciclovia, diz Paes

Prefeito disse que falou pessoalmente com o cunhado de Eduardo Marinho.
Paes falou que nunca houve recomendação de fechar ciclovia na ressaca.

Henrique CoelhoDo G1 Rio

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, entrou pessoalmente em contato com a família de Eduardo Marinho Albuquerque, uma das vítimas da queda da ciclovia na Avenida Niemeyer, nesta quinta-feira (21).

Ele disse que a prefeitura busca o diálogo para ressarcir as famílias. O prefeito também voltou a falar sobre o fechamento da ciclovia em caso de ressaca. Segundo Paes, não havia havia recomendação nesse sentido. Ele também descartou possibilidade de demolição da obra após o ocorrido.

Em entrevista coletiva neste sábado (23), o prefeito disse que conversou com um dos cunhados de Eduardo. Segundo ele, representantes da prefeitura também já fizeram contato com a família do gari comunitário da Rocinha, Ronaldo Severino da Silva.

“Busquei contato com as duas famílias, pessoas já conversaram com o cunhado de uma das duas vítimas do acidente. A prefeitura vai buscar, de maneira adequada, um diálogo direto para ressarcir essas pessoas do ponto de vista material”, garantiu Paes. A Procuradoria do Município vai tratar de forma sigilosa a respeito das indenizações.

“Nós estamos trabalhando para mantê-la ali, mas de forma segura e com procedimento de operação. Não existe possibilidade de colocá-la (ciclovia) abaixo. Hoje parece meio óbvio que deveria haver um plano de contingência num caso de ressaca, que no mínimo as pessoas fossem informadas para não utilizar a ciclovia em caso de ressaca. Não houve nenhuma recomendação nesse sentido”, disse Paes.

Paes, que estava na Grécia para participar da cerimônia de acendimento da tocha olímpica, chegou de viagem na noite desta sexta-feira (22). O prefeito fez as primeiras declarações sobre o acidente logo após chegar à cidade. Ele disse que houve atraso na obra e concluiu que existiu falha na construção. Paes também anunciou que presidente da Fundação Geo-Rio, Márcio Machado, pediu afastamento do cargo.

“Nunca houve uma recomendação por parte da Geo-Rio para fechar a ciclovia quando há ressaca. Então, você provavelmente tem um problema estrutural, além de um não encaminhamento de uma operação de uma ciclovia naquelas condições.

Em caso de ressaca, de mar alto, devia-se botar um aviso indicando que a ciclovia não deveria ter sido utilizada. A prefeitura que deveria ter feito isso. Me sinto totalmente responsável.”

TCM indica falhas
Seis meses antes da inauguração da obra da ciclovia entre Leblon e São Conrado, na Zona Sul do Rio, o Tribunal de Contas do Município (TCM) já havia apontado falhas no projeto como  trincas e depressões na pista da ciclovia da Avenida Niemeyer. As informações são do RJTV.

“Solicita-se a correção das trincas e depressões observadas no pavimento da ciclovia”, diz o documento do TCM, ao tratar da quarta visita ao local.

Na época do último relatório, de outubro de 2015, a Geo-Rio, órgão da prefeitura responsável pela fiscalização do projeto, não respondeu aos questionamentos. Na primeira entrevista sobre o acidente na sexta-feira (22), o prefeito Eduardo Paes anunciou que o presidente da Geo-Rio, Márcio Machado, pediu afastamento do cargo e ele aceitou.

Em nova entrevista neste sábado (23), Paes se defendeu e disse que a prefeitura nunca ignorou solicitações do Tribunal.

“O TCM contestou a quantidade de pinos que prendiam a lage que se soltou, disse que eram pinos e parafusos demais. Nós mantemos, não ignoramos nenhuma solicitação do TCM. Isso tudo que foi dito pelo tribunal será apurado”, garantiu ele.

“Todos os alertas, pelo contrário, todos os alertas foram contestados, explicados, justificados e, ao contrário, em determinado momento o TCM determinou que a secretaria de obras, que os técnicos fizessem algo, enfim, mais leve, com menos amarradas aquele negócio e a prefeitura bancou aquela situação”, disse Paes.

Homicídio culposo
A Polícia Civil do Rio abriu inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar) para apurar a queda de 20 metros da ciclovia. A investigação está a cargo da 15ª DP (Gávea) que já fez duas perícias no local do acidente e começou a ouvir testemunhas.

Na próxima semana, serão convocados para prestar depoimento os responsáveis pelo projeto, execução da obra e também fiscalização. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) também abriu investigação para apurar as responsabilidades dos engenheiros na obra.

Muitas perguntas continuam sem respostas, conforme mostrou o RJTV nesta sexta-feira. A empresa Concremat, que contruiu a ciclovia, também tem contrato com a prefeitura em outras seis obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela é responsável pelo gerenciamento da ligação entre os BRTs (Transolímpica/ Transoeste/Transbrasil), Duplicação do Elevado do Joá e das obras do Entorno do Parque Olímpico do Engenhão. No caso da ciclovia Tim Maia, a empresa também gerenciava a obra, ou seja, a Concremat supervisionava a Concremat.

Além disso, junto com as construtoras Audax e a Planservi, a Concrejat é responsável pelo gerenciamento, fiscalização e supervisão de obras de infraestrutura da Linha 4 do Metrô. Em 2014, o Tatuzão, equipamento que constrói os túneis do metrô, ficou parado após um afundamento do solo e provocar a abertura de duas crateras em Ipanema, na Zona Sul.

Fiscalização e responsabilidades
A reportagem do RJTV teve acesso aos nomes da comissão de vistoria da Geo-Rio, formada para fiscalizar a obras da ciclovia. São os engenheiros Fábio Lessa Rigueira, Luiz Otávio Martins Vieira, Fábio Soares de Lima e Ernesto Ferreira Mejido e o geólogo Elcio Romão Ribeiro.

Parte de ciclovia desaba no Rio de Janeiro (Foto: GloboNews)Parte de ciclovia desaba no Rio de Janeiro (Foto: GloboNews)

Também nesta sexta, a prefeitura do Rio também divulgou os nomes dos engenheiros do consórcio Contemat-Concrejato que projetaram e executaram a obra da ciclovia. O projeto estrutural é de autoria do engenheiro Marcello José Ferreira Carvalho. O próprio Marcello e os engenheiros Ioannis Saliveros Neto e Hercules Bruno Neto são os responsáveis pela execução.

Só que de acordo com um dos oito termos aditivos assinados entre o consórcio e a Geo-Rio, empresa municipal contratante e responsável pela fiscalização, o engenheiro Hércules Neto foi substituído pelo engenheiro Danilo Alves Pereira, em dezembro do ano passado. Os motivos da substituição ainda não foram informados.

Posicionamento prefeitura
A Prefeitura do Rio ainda não se posicionou sobre o fato da Concremat ter sido contratada para gerenciar o próprio contrato de financiamento. A produção do RJTV não conseguiu contato com os engenheiros e o geólogo da Geo-Rio citados na reportagem. Também não foi possível contato com os engenheiros da Concremat citados pela prefeitura como responsáveis pela obras. A Concremat ainda não respondeu à solicitação.

Arte do desabamento da ciclovia na Avenida Niemeyer (Foto: Editoria de Arte/G1)

 

 

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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