FOTOS IMAGENS-Ministro anuncia reforço de scanners em presídios após massacre no AM


 

Ministro anuncia reforço de scanners em presídios após massacre no AM

3 mil equipamentos devem ser disponibilizados este ano.
Ministro esteve em Manaus após mortes dentro de cadeia.

Do g1 AM

Motim ocorreu no Pavilhão 1 no Compaj (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Rebeilão deixou 56 mortos no Compaj (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou na terça-feira (3) em Manaus, que presídios brasileiros vão receber reforço de scanners. A medida deve melhorar a segurança nas cadeias. Ele disse que R$ 1,8 bilhão será repassado aos estados até junho deste ano para a construção de novas unidades prisionais, além da compra de 3 mil equipamentos.

Moraes veio a Amazonas acompanhar a situação dos presídios na capital, após o massacre de 56 presos dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ocorrido no dia 1º. Menos de 24h depois, outros quatro presos foram mortos na Unidade do Puraquequara. Além disso, também houve fuga de 184 presos em outras unidades, 126 seguem foragidos.

Os equipamentos de scanners corporais devem garantir mais agilidade na entrada de visitantes em unidades prisionais e melhorar o sistema de revistas íntimas, segundo o ministro.

“Isso soluciona dois problemas. Quando familiares e mulheres que acabam sendo submetida à revista vexatória e, com scanner, isso é solucionado. Ao mesmo tempo, a sociedade fica mais tranquila porque passamos a fiscalizar melhor a entrada de celulares, armamento e objetos que não podem ingressar”, disse.

Segundo o ministro, houve a liberação de R$ 1,2 bilhão para estados para melhorias no sistema prisional.

“Já há previsão da liberação de R$ 1,8 bilhão até junho deste ano, não só para construir novos presídios. Com construção de novos presídios, poderemos separar os presos por sua periculosidade, separando os mais perigosos dos menos perigosos. Também esse dinheiro vai servir para dar segurança aos presídios com aquisição de 3 mil scanners para que todos os presídios tenham scanner”, afirmou.

Visita a cadeia
Depois de visitar o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) – onde 56 presos foram mortos, Moraes se reuniu com o defensor público Geral do Amazonas, em exercício, Antônio Cavalcante, no fim da manhã de terça (3). Os dois trataram de medidas para ampliar a atuação da Defensoria Pública nas unidades prisionais na capital.

Moraes informou que o Ministério da Justiça pretende promover audiências de custódias para verificar a situação de presos provisórios, que poderiam estar em liberdade ou com monitoramento eletrônico fora dos presídios. A medida poderá reduzir a superlotação das unidades prisionais do estado, segundo ele.

Três novos presídios
Moraes desembarcou em Manaus às 20h20 (22h20 em Brasília) de segunda-feira (2) e concedeu entrevista com o governador por volta das 22h30 (0h30 de Brasília). Ele destacou o repasse de R$ 45 milhões para o estado, para investimento em unidades prisionais.

“Aqui no Amazonas será possível o aumento de 1,2 mil vagas em penitenciárias, somadas as 3,6 mil vagas que vão estar disponíveis em uma Colônia Penal Agrícola e dois CDPs [centros de detenção provisória], que devem ficar prontos e solucionar essa superlotação”, afirmou o ministro.

O dinheiro foi repassado na quinta (29), antes das rebeliões. Com a verba, será possível separar os presos de acordo com a gravidade e reincidência em crimes, segundo o ministro. “Isso é algo que a Constituição diz desde 1988, mas infelizmente não ocorre. Essa primeira liberação vai permitir que comecemos isso”, afirmou.

O governador, José Melo, também falou sobre a construção de três novos presídios no estado. “Já temos terreno, os projetos estão prontos. Um presídio será construído em Parintins e outro em Manacapuru. Uma penitenciária agrícola vai começar [a ser construída] neste mês, porque eu quero segregar o bandido que matou todas essas pessoas ligadas ao tráfico, daquele preso que, em um ato desatino, matou ou roubou alguém e hojé está junto com os outros, como se aquilo fosse uma escola do crime”, completou Melo.

Entenda o caso
O primeiro tumulto nas unidades prisionais do estado ocorreu no Ipat, localizado no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Um total de 72 presos fugiu da unidade prisional na manhã de domingo (1º).

Horas mais tarde, por volta de 14h, detentos do Compaj iniciaram uma rebelião violenta que resultou na morte de 56 presos. O massacre foi liderado por integrantes da facção Família do Norte (FDN).

A rebelião no Compaj durou aproximadamente 17h e acabou na manhã desta segunda-feira (2). Após o fim do tumulto na unidade, o Ipat e o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM) também registraram distúrbios.

No instituto, internos fizeram um “batidão de grade”, enquanto no CDPM os internos alojados em um dos pavilhões tentaram fugir, mas foram impedidos pela Polícia Militar, que reforçou a segurança na unidade.

No fim da tarde, quatro presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus, foram mortos dentro do presídio. Segundo a SSP, não se tratou de uma rebelião, mas sim de uma ação direcionada a um grupo de presos.

Arte rebelião em Manaus (Foto: Arte/G1 AM)

 

 

Rate this post



Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.