FOTOS IMAGENS-Justiça de SC muda a vida de jovens flagrados com pequena quantidade de droga Projeto em Itajaí tem uma equipe de psicólogos e assistentes sociais que oferece ajuda aos usuários, que podem ainda fazer cursos profissionalizantes.


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Projeto em Itajaí (SC) dá nova chance para quem é flagrado com pequena quantidade de droga

Projeto em Itajaí (SC) dá nova chance para quem é flagrado com pequena quantidade de droga

Na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, jovens flagrados com quantidades pequenas de droga têm recebido um tratamento diferente.

Júlio César Soares é artista plástico. Está repintando a vida dele.

“Andei dando umas escorregadas e fui preso três vezes com uma pequena quantidade de maconha e, infelizmente, não pode né? É contra a lei.”

A lei diz que quem é pego com uma pequena quantidade de droga para consumo próprio comete um delito de menor potencial ofensivo. A pena é alternativa: vai da advertência do juiz à prestação de serviço comunitário.

Mas a Justiça em Itajaí entendeu que é preciso olhar o usuário para além do delito que ele cometeu e, assim, surgiu o projeto de advertência qualificada.

Mais do que advertir, a ideia é oferecer ajuda. As audiências coletivas são no fórum da cidade. Quem responde por posse de droga é recebido por uma equipe de psicólogos e assistentes sociais.

“A gente quer enxergar o ser humano. Eu vou identificar que tipo de usuário ele é, se ele é um usuário eventual, esporádico, ou ele tem realmente uma dependência química”, explicou Andréia Bernardi, psicóloga do projeto.

Traçar o perfil psicológico e social ajuda a saber o que cada um precisa. Se for trabalho, a prefeitura tem um balcão de empregos no local. Se for estudo, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) oferece mais de dez cursos profissionalizantes.

“Tudo de graça, não vai pagar absolutamente nada e vai sair com um baita currículo, te garanto que vai ter emprego aí”, disse o técnico administrativo do IFSC, Gabriel Pacheco.

O projeto também encaminha para internação quem precisa tratar a dependência química.

Tudo isso é oferecido antes da audiência com o juiz começar. Os réus podem tirar dúvidas com professores e alunos do curso de direito da Universidade do Vale do Itajaí.

Em três anos, o projeto já beneficiou 2.600 pessoas. Quem participa das audiências qualificadas sai com a ficha limpa na Justiça.

“A gente que tem que dar suporte social ao usuário e, assim, ele terá mais chance de superar o seu problema com a droga, porque, se a gente ficar só na advertência, ele vai reincidir e, reincidindo, ele poderá chegar à prisão e este é o pior cenário para ele e para a sociedade”, afirmou o juiz Mauro Ferrandin.

Antes do projeto, 40% dos usuários voltavam a ser flagrados com droga. Com as audiências qualificadas, a taxa de reincidência baixou para 14%. Agora, o talento de Júlio César está deixando as escolas e creches de Itajaí mais bonitas.

“O projeto me ajudou a descobrir o artista que eu sou, que eu sempre fui e que está adorando a ajudar a comunidade. Ajudar e ser ajudado. Tem coisa melhor?”

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  • Gabriel Arruda

    HÁ 12 HORAS

    Uma matéria assim desbanca o bárbaro clichê do Bandido bom é o Bandido Morto que habita o pequeno léxico do Bolsonarismo.Bandido bom é o que foi Reabilitado,saiu do crime e voltou a ser parte da Sociedade.Esses caras são a prova disso.

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