FOTOS IMAGENS-Impressora 3D ajuda a reconstruir crânios e muda vida de pacientes


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Impressora 3D ajuda a reconstruir crânios e muda vida de pacientes

Hospital da Restauração já operou mais de 20 jovens neste ano.
“Eu renasci de volta”, afirma Anderson de Oliveira, um dos beneficiados.

Do G1 PE

O Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na região central do Recife, vem contando com auxílio de uma impressora 3D para ajudar a dar uma vida normal a pessoas que se acidentaram e perderam parte do crânio. Ao menos 25 jovens foram operados somente este ano no hospital público que é referência em trauma no estado.

O protótipo do crânio é criado a partir de imagens das tomografias dos pacientes. Com isso, a peça é projetada para ficar milimetricamente encaixada. Na hora da cirurgia, um líquido é misturado ao polimetilmetacrilato, um acrílico cirúrgico que é biocompatível e pode ser colocado na cabeça do paciente.

O cirurgião Pablo Maricevich explica que a perfeição da prótese é algo impressionante e faz a diferença para o paciente. “Com o molde a gente confecciona exatamente o pedaço que está faltando. Esta riqueza de detalhes milimétricos dificilmente a gente conseguiria fazer sem a prototipagem”, aponta.

Poder fazer uma cirurgia dessa no Sistema Único de Saúde (SUS) é gratificante, afirma o médico. “A gente vê no dia a dia a melhora significativa que esses pacientes têm. Eles muitas vezes podem voltar a ter uma vida normal, como se nada tivesse acontecido, e a gente tem a possibilidade de oferecer no SUS uma tecnologia de ponta, que muitas vezes a gente não consegue ter nem em hospitais privados”, avalia.

Um dos pacientes é Anderson Gomes de Oliveira, que sofreu um atropelamento, ficou cego e perdeu quase um terço do osso da cabeça. Durante um ano e meio, ele se escondeu do mundo, com vergonha da deformidade. Além disso, sentia dores de cabeça diariamente, ficava tonto e mal conseguia andar.

Com a cirurgia, ele deixou o chapéu de lado e “renasceu”. “A sensação é assim: de estar mais feliz, da pessoa não usar mais chapéu, a pessoa andar pra todo lado, sair de dentro de casa e ver a minha cabecinha certinha, sem ter vergonha. Depois da cirurgia eu sou outra pessoa. Mudei. Eu renasci de volta”, acredita Anderson.

A melhora clínica é um dos principais fatores. “Os pacientes que têm esse defeito ósseo muitas vezes sentem sintomas como dor de cabeça, tonturas, não conseguem movimentar uma parte do corpo bem. Eles têm um problema de falar, então quando a gente recoloca, faz a reconstrução do crânio, isso tudo melhora. Então existe uma melhora dos sintomas”, detalha o cirurgião.

Jovens
A maioria dos pacientes operados é homem, jovem e sofreu um acidente grave. Ficar com a deformidade na cabeça na juventude atrapalha a vida profissional, social e até afetiva dos pacientes. O vaqueiro Ivo Luiz do Nascimento, de 23 anos, passou por isso quando o cavalo em que estava tropeçou e os dois caíram.

A família achou que ele não resistiria. Ivo teve traumatismo craniano e só acordou cinco dias depois do acidente. Ele foi um dos pacientes que foi operado no HR. Mesmo ainda em recuperação, ele não vê a hora de voltar a fazer o que ama. “Quero continuar com o que eu sempre fui, né? Continuar com a minha vida normal. Voltar a montar, correr no meio da caatinga e pegar boi”, conta animado.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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