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Após ‘beijaço gay’, grupos entram em confronto em evento com Bolsonaro
Confusão ocorreu em auditório da Assembleia Legislativa do RS.
Ao menos três pessoas se feriram no tumulto; a polícia não foi acionada.
Um “beijaço gay” terminou em confusão no auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS), em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira (26). O ato foi organizado pelas redes sociais em protesto contra a vinda do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) à capital gaúcha. Antes do tumulto, manifestantes jogaram purpurina no parlamentar.
A confusão começou após os participantes do “beijaço gay” entrarem no auditório. Em seguida, começou um empurra-empurra entre os apoiadores de Bolsonaro e integrantes de movimentos LGBT.
(Foto: Divulgação/Levante Popular da Juventude)
Pelo menos três pessoas ficaram feridas. Segundo informou a assessoria de imprensa da casa legislativa, apesar do tumulto, a Brigada Militar não foi acionada para entrar no auditório.
Os manifestantes contrários a Bolsonaro entraram no local por um acesso nos fundos do auditório e começaram a entoar cânticos, segundo o estudante Frederico Lemos, 25 anos. Depois, se posicionaram para fazer o beijaço e começaram a gritar: “beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”.
Lemos conta que o público que pretendia assistir ao ato do Bolsonaro ficou agitado. Logo após, os participantes do beijaço começaram a sair do salão e ocorreu o empurra-empurra.
O estudante de direito Thiago Braga, de 31 anos, também participou do movimento. Ele relata que, durante o tumulto, uma menina levou um soco e foi empurrada escada abaixo. Quando dois rapazes tentaram ajudá-la, também foram agredidos a socos, relata Braga.
O estudante explica que o movimento pretendia entregar flores para o deputado, mas desistiu da ideia para não haver confronto. “Não entendo que manifestação se resume a isso. Para cada soco que deram, deixamos flor para eles. Estamos em pleno século 21, onde não deveria existir espaço para preconceito e intolerância”, diz o manifestante.
A organização do beijaço estima que cerca de 150 pessoas estiveram no ato. “Também tinha a participação de heterossexuais no movimento”, observa Braga.
‘Purpurinaço’
Na chegada de Bolsonaro à Assembleia, grupos contrários ao deputado jogaram glitter rosa sobre ele (veja no vídeo). O político chegou a Porto Alegre na segunda-feira (25) e foi recebido com festa por apoiadores no Aeroporto Salgado Filho.
O “purpurinaço” foi organizado pelo Levante Popular da Juventude e ocorreu antes do beijaço que terminou em pancadaria no auditório Dante Barone da AL-RS. Uma militante do movimento, que não quis se identificar, explica que a intenção era chamar a atenção para o discurso “antidemocrático” do parlamentar. “Várias vezes ele ataca setores deslegitimizados, como os homossexuais.”
Em nota, o movimento diz que tinha intenção, também, de denunciar a “transfobia, a LGBTfobia, o machismo e o racismo de Bolsonaro, cobrindo o deputado de purpurina e fazendo o chamado: Levante e brilhe contra a transfobia”.
Segundo a militante, em torno de seis pessoas participaram do movimento e depois se retiraram da Assembleia Legislativa, sem presenciarem a confusão.
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