FOTOS IMAGENS-Em seu sexto ano no Londrina, Tencati apresenta o “Manual da Longevidade”
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Enquanato Tencati está há seis anos no Londrina, Flamengo, por exemplos, teve 12 técnicos no período (Foto: Gustavo Oliveira/ Londrina Esporte Clube)
Quantos treinadores o seu time teve nos últimos seis anos? Para o torcedor do Londrina, essa conta é fácil: apenas um. Enquanto o Flamengo teve 12 técnicos no período, o Corinthians cinco (com duas passagens de Tite), e o Palmeiras oito, o time paranaense tem o mesmo comandante desde 21 de abril de 2011: Claudio Tencati, o mais longevo no cargo entre os clubes das quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
Qual será o segredo para continuar tanto tempo em um cargo onde a “dança das cadeiras” é tão comum? Por isso, o GloboEsporte.com pediu para o próprio Tencati montar um “manual da longevidade”, listando o que os técnicos precisam para realizar um bom trabalho e continuar no cargo. Para Tencati, são cinco pontos necessários: vencer, ter fé, clareza, resistência e flexibilidade.
– Esses cinco princípios são, para mim, fundamentais não só para a longevidade, mas para um trabalho que você assume, para um projeto. Eles são de extrema importância – disse, em entrevista exclusiva.
Confira, abaixo, “O Manual da Longevidade”, segundo o técnico do Londrina, Claudio Tencati:
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(Foto: infoesporte)
“Manual da Longevidade” do técnico Claudio Tencati, do Londrina: Vencer
O capítulo um do manual é direto: tem que vencer. Quando chegou ao Tubarão, Tencati encontrou o time na segunda divisão do Paranaense e fora das quatro divisões nacionais. Logo no primeiro ano conseguiu o acesso à primeira divisão. Para o treinador, isso deu credibilidade para seguir no cargo.
Foi assim também que Tencati escapou de ser demitido em 2014, quando o Londrina chegou à última rodada da primeira fase do Paranaense, contra o Coritiba, entre a zona de classificação e a de rebaixamento. O Tubarão venceu por 2 a 0, classificou para as quartas de final e acabou como campeão estadual. O resultado deixou o técnico quase intocável no clube e abriu caminho também para os acessos nas séries D e C do Campeonato Brasileiro.
“Manual da Longevidade” do técnico Claudio Tencati, do Londrina: Fé
– É preciso ter fé naquilo que você está fazendo, no seu trabalho, a convicção. É fundamental para acreditar no trabalho, nos atletas, naquilo que está acontecendo, sem perder a confiança e entrar em descrédito. Ter fé é um segundo princípio – destaca o treinador.
Além de acreditar no próprio trabalho, Tencati destaca que é preciso ganhar a confiança da diretoria do clube onde trabalha. Após ser campeão da Divisão de Acesso, em 2011, o Londrina não foi bem no Paranaense, no ano seguinte. Apesar da desconfiança criada pelo resultado, o gestor do clube, Sergio Malucelli, decidiu mantê-lo no cargo. O resultado veio nos anos seguintes.
“Manual da Longevidade” do técnico Claudio Tencati: Clareza
Ser claro nas metas que devem ser cumpridas e no que espera dos jogadores em campo. Para isso, é preciso saber conversar com os atletas, desde os mais rodados até os que estão começando a carreira.
– Cada atleta reage de uma maneira, tem o entendimento de uma maneira. O treinador tem que ser claro com o atleta. Se não for claro, vai ter essa dúvida, não vai ter o entendimento – comentou.
“Manual da Longevidade” do técnico Claudio Tencati, do Londrina: Resistência
Para o treinador, é usar a teimosia como uma virtude. Tencati destaca que o técnico precisa ter convicção naquilo que é trabalhado no dia a dia, sem mudar de ideia pela reclamação da torcida ou da imprensa.
– Tem horas que você precisa ter uma pitada de teimosia. É isso que vai levar uma equipe a ser vencedora. Isso já aconteceu comigo muitas vezes – destacou.
“Manual da Longevidade” do técnico Claudio Tencati, do Londrina: Flexibilidade
A teimosia do treinador, porém, precisa ter um limite. Tencati aponta que isso vale para a parte tática, para os pedidos dos jogadores, para as decisões dos atletas em campo, e também na hora de ouvir os membros da comissão técnica e da diretoria. Pelo manual do técnico do Londrina, o treinador tem que ter firmeza no que acredita, mas não pode ser intransigente.
TENCATI EM NÚMEROS
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Tencati tenta levar o Londrina ao quinto título do Paranaense e também à Série A do Brasileiro (Foto: Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube)
Claudio Tencati tem 44 anos e nasceu em Indianópolis, no Paraná. Ele jogou apenas em categorias de base, não continuou a carreira e decidiu estudar Educação Física. Assumiu o Londrina no dia 21 de abril de 2011, após a chegada da empresa de gestão esportiva SM Sports ao clube. Antes, passou por Cianorte (foi auxiliar de Caio Júnior, vítima no acidente aéreo com a Chapecoense), Paranavaí e Iraty, onde trabalhou com Sergio Malucelli.
Em seis anos, Tencati comandou o Londrina em 228 jogos, com 112 vitórias, 62 empates e 54 derrotas – aproveitamento de 58,19% dos pontos disputados. Ele ficou fora de apenas três partidas: duas por suspensão (contra o Santos, pela Copa do Brasil, em 2015, e contra o Brasil de Pelotas, pela Série B) e uma por opção, quando enviou um time misto para enfrentar o Parauapebas, pela Copa do Brasil deste ano. Nas três oportunidades, ele foi substituído pelo auxiliar técnico Aléssio Antunes, que está ao seu lado desde 2011.
– Cheguei aqui um Claudio Tencati jovem, desconhecido, que tinha trabalhado em clubes pequenos do interior. Tive um desafio em um clube de massa, que viveu momentos épicos no passado e conseguimos resgatar. Fico contente de fazer parte desse momento do clube, espero viver mais emoções ainda – comentou Tencati.
Agora, Tencati tenta levar o Londrina ao quinto título paranaense. O Tubarão pega o Atlético-PR, no domingo, às 16h (de Brasília), no Estádio do Café, pelo jogo de volta das semifinais do estadual. Após perder por 2 a 1 a partida de ida, o time alviceleste precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença para avançar à final. Se ganhar por um gol de vantagem, a decisão vai para os pênaltis.
O Londrina também está nas quartas de final da Primeira Liga, que será disputada em agosto. Porém, o grande objetivo de Tencati na temporada é levar o Tubarão ao acesso à Série A do Brasileiro. No ano passado, o time terminou a Série B em sexto, três pontos atrás do G-4. A estreia na competição será no dia 13 de maio, contra o Internacional, no Estádio do Café.
– O projeto é esse. Eu tenho convicção que a gente consegue levar o Londrina para uma primeira divisão. Isso é possível. Ficamos próximos no ano passado. O clube está se fortalecendo, amadurecendo. Eu tenho como meta isso – apontou.
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