O dono e a gerente de uma boate foram presos na noite desta quinta-feira (13) em mais uma operação das polícias Civil e Militar no bairro Jardim Paraíso, que é dominado pela prostituição e tráfico de drogas em São José do Rio Preto (SP).

Duas operações foram realizadas no local nos últimos dias e, depois que 11 pessoas foram presas na quarta-feira (12), na noite desta quinta, os outros dois suspeitos também foram detidos. Com a prisão deles, sobe para 13 o número de pessoas detidas no bairro. Uma casa que funcionava um esquema da venda de cocaína comandado por uma travesti estava trancada.

Policiais civis e militares fecharam todas as ruas que dão acesso ao local na noite desta quinta-feira (13) e motoristas e motociclistas foram abordados. Quem estava nas casas de prostituição também foi revistado. Nos pontos de venda de drogas nenhum traficante foi preso. Apenas usuários de crack foram identificados.

A polícia ficou no Jardim Paraíso por duas horas, tempo suficiente para acabar com a movimentação dos bares e casas noturnas. A fiscalização foi intensificada e deve continuar de acordo com a Polícia Militar. “Temos outras localidades na região norte com problemas também que merecem nossa atenção, mas vamos manter o policiamento no Jardim Paraíso e seguir com o trabalho que está sendo desenvolvido”, afirma o capitão da Polícia Militar Costa Júnior.

Na tarde desta quinta-feira, o juiz da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, visitou a creche do bairro e conversou com alguns pais. A escola fica a poucos metros das ruas onde circulam prostitutas e travestis. O promotor da Infância e Juventude, André Luís de Souza, também percorreu o bairro, mas não encontrou adolescentes se prostituindo.

O bairro
O Jardim Paraíso, onde moram mais de duas mil famílias, foi dominado pela prostituição e pelo tráfico de drogas nas últimas décadas. Prostitutas e travestis seminus desfilam pelas ruas, às vezes em plena luz do dia. Em uma barraca, drogas são vendidas como se fossem doces. Quem mora no local, tem medo de sair de casa durante a noite e ser confundido com uma garota de programa ou traficante.

A equipe da TV TEM passou um mês no bairro, tempo suficiente para mostrar o que ocorre nas ruas. Quem comanda o esquema de prostituição e tráfico, segundo as próprias garotas de programa, é um travesti conhecido como Piauí. Segundo a polícia, ele foi preso em maio, junto a outros travestis.

A facilidade para conseguir drogas e sexo pago é tanta que quem não faz parte do esquema é que tem de se identificar. As famílias que moram no local colocam em frente das casas um cartaz com os dizeres “casa de família”. Muitas ainda sofrem com o som alto das boates à noite.