FOTOS IMAGENS-Comércio ilegal de peças de carros é 5 vezes maior que o legalizado no RS


 

Comércio ilegal de peças de carros é 5 vezes maior que o legalizado no RS

Detran estima que existem cerca de 1,5 mil desmanches e ferros-velhos.
Estabelecimentos legalizados junto ao poder público são pouco mais de 300.

Fábio Almeida e Humberto TrezziDa RBS TV e da Zero Hora

Apesar da lei, desmanches seguem alimentando comércio informal no estado (Foto: Reprodução/RBS TV)Apesar da lei, desmanches seguem alimentando comércio informal no estado (Foto: Reprodução/RBS TV)

O Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) estima que existam cerca de 1,5 mil desmanches e ferros-velhos clandestinos no estado, cinco vezes mais que os pouco mais de 300 estabelecimentos desse tipo que estão credenciados junto poder público.

Há um ano e meio, a lei dos desmanches ajudou a diminuir o comércio ilegal. No entanto, a falta de fiscalização deixa brechas para a venda irregular de peças. Os problemas existem, inclusive nos depósitos oficiais do Detran. A reportagem foi produzida pelo Grupo de Investigações (GDI) do Grupo RBS.

O que parece ser um amontoado de carcaças na verdade é um depósito oficial do departamento de trânsito gaúcho em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ali são guardados veículos recuperados pela polícia, que fazem parte de investigações em andamento ou que aguardam decisões judiciais.

Enquanto o destino dos veículos não é resolvido, aos poucos vão desaparecendo, conforme o relato de um vizinho do depósito. “De noite, a gente vê muita gente, assim, que eu digo muita gente porque tem várias luzes de lanterna ou de celular, assim, iluminando, para eles roubarem peças. E volta e meia dão tiro para qualquer lado”, relata uma pessoa que pediu para não ser identificada.

No depósito foi encontrado um carro roubado em fevereiro de 2016, e encontrado um mês depois. As imagens da chegada do veículo não foram feitas, apesar de ser uma obrigatoriedade, e a ficha do guincho não aponta as condições do carro. A família do proprietário do veículo diz que sequer foi avisada da recuperação.

“Foi somente quando vocês vieram me procurar que a gente ficou sabendo que esse carro se encontrava nessas condições aqui. E lá no depósito do Detran. Se o carro esteve lá em uma situação lá, eles deveriam cuidar do carro, mas pelo que estou vendo aqui, o carro está numa área bem distanciada, como se fosse pra esconder o carro. Sensação de abandono, de que eu não posso confiar no Detran e que eles não me avisaram nada, não tiveram interesse de resolver a situação como deveria”, reclama o porteiro Mateus de Souza Beretta ao ficar sabendo da situação em que o carro se encontrava.

O Detran, por sua vez, diz que enviou correspondência à casa do proprietário informando sobre a recuperação do veículo. De acordo com o departamento, um processo administrativo será aberto para apurar a falta de registros fotográficos e registros da ficha do guincho, bem como o desaparecimento de peças.

Após a promulgação da lei dos desmanches, uma força tarefa realizou diversas operações que resultaram na prisão de 20 pessoas. No entanto, os locais que vender peças de forma clandestina seguem se proliferando na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Uma rua de Alvorada, por exemplo, virou depósito a céu aberto, onde foi possível negociar um motor inteiro de um Fiat Uno por R$ 2 mil.

A diretora técnica do Detran, Carla Badaraco Guglielmi, diz que se a empresa não tiver credenciamento junto ao departamento está irregular e repassa aos executivos municipais a responsabilidade pelo fechamento desses locais.

”Importante frisar que os municípios que possuem no seu comércio empresas desse tipo deverão fazer a cassação do alvará e lacrar essas empresas. Elas não podem estar funcionando. Elas não podem estar abertas ao público. Elas são ilegais”, sentencia.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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