FOTOS IMAGENS-Com 5 mil homens, Operação Onerat tem 18 presos e 2 mortos em confronto no Rio
05/08/2017 11h03 Atualizado há menos de 1 minuto
Representantes das forças de segurança estadual e federal concederam entrevista coletiva, iniciada pouco antes das 11h deste sábado (5), sobre a Operação Onerat, contra o roubo de cargas e o crime organizado no Rio. Até fim da conversa com jornalistas, por volta das 12h30, havia dois homens mortos em confronto e 18 pessoas presas (veja fotos da operação).
Quinze dos 40 mandados de prisão da Onerat – carga, em latim – foram cumpridos. Os outros foram presos em flagrante. Os agentes também apreenderam dois adolescentes.
A ação que ocupou o Complexo do Lins contou com cerca de 5 mil homens – quase o dobro da ocupação do Complexo do Alemão, em 2010 (veja quadros abaixos).
Por volta das 13h50, dois policiais e dois suspeitos presos se feriram em acidente com a viatura do Batalhão de Ação com Cães e foram levados para o Hospital Salgado Filho. O sargento Anderson Dias Pereira morreu. O cabo André Luis Gomes Silva e os dois presos foram internados.
Foram apreendidas três pistolas, duas granadas, quatro rádios, 16 carros e uma motocicleta e entorpecentes.
“Mesmo com toda a dificuldade que o estado está enfrentando, as polícias dedicaram todos os seus esforços e encontraram diversos responsáveis pelo crime de roubo de cargas”, destacou o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá.
Questionado sobre um possível vazamento da operação, já que menos da metade dos mandados de prisão haviam sido cumpridos até o início da coletiva, Sá disse que não há indícios de que as informações tenham chegado aos criminosos.
“Nossos objetivos de mandados de prisão e busca estão sendo cumpridos respeitando e sem colocar em risco a segurança dos moradores. Basta ver que só dois morreram em confronto, um com a Polícia Civil e outro com a Polícia Militar. Nenhum civil foi ferido. Temos que aprender de atuar assim”, disse Sá.
Sá também comentou a ausência de fuzis entre as apreensões: “Fuzis existem. Mas hoje o criminoso age de forma diferente. Não existem mais paióis. Eles guardam suas armas consigo”.
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, considera que a operação provoca um “sufoco logístico e financeiro” ao crime organizado.
“Os resultados são maiores do que números. É a ideia de que há ação presente do estado”, disse o ministro. ” A operação em conjunto já produz resultados, como acabar com o mito do crie organizado e poderoso.”
O almirante Roberto Rossato se mostrou confiante após a operação.
“O estado vai aonde ele quiser. Não existe domínio territorial de facção criminosa no Rio de Janeiro”, disse o almirante.
A polícia voltou a pedir ajuda da população para denúncias que levem à prisão dos criminosos.
“A população ordeira pode auxiliar as forças de segurança apresentando informações, inclusive de forma sigilosa. É uma forma de ajudar o combate ao crime naquela localidade”, destacou o delegado Paulo Guimarães, da Polícia Civil.
Por volta das 6h30, o complexo de favelas do Lins já estava completamente ocupado, após cerca de duas horas do início da ação. Moradores relataram em redes sociais o som de tiroteios e de bombas na comunidade.
Em entrevista à TV Globo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que a permanência das tropas seguirá por tempo indeterminado.
“Nós vamos permanecer no local até que os objetivos sejam atingidos. Pode ser 24 horas, no fim de semana, três dias, 15 dias”, disse Jungmann. “O objetivo, como sempre, é aquele que nós dissemos anteriormente, de bloquear o crime organizado, efetuar o efeito surpresa.”
A coordenação da Onerat – carga, em latim – é feita pela Secretaria de Estado de Segurança do Estado (Seseg), por meio da ação das polícias Civil e Militar, com o apoio do Comando Militar do Leste (Exército, Marinha e Aeronáutica), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Cerca de 50 profissionais de todas os efetivos estão no Centro Integrado de Comando e Controle.
Segundo a Seseg, os agentes atuam nos Complexos do Lins e Camarista Méier, na Zona Norte. Há ainda operações nos morros de São João, no Engenho Novo, e Pedreira e Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte; e Covanca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
Mortes e prisões
Jefferson Abilio da Silva Cavalcante, de 19 anos, foi baleado no braço direito e no tórax em troca de tiros com policiais no Morro São João. Ele chegou a ser levado para o Hospital Salgado Filho, mas não resistiu. Ele já havia sido preso por roubo de cargas em julho de 2016 e foi solto em março deste ano. Com ele, foi apreendida uma pistola.
A identidade do outro morto em confronto não havia sido divulgada até a última atualização desta reportagem.
Um dos presos é Fernando de Almeida Oliveira, conhecido como Pulga, de 28 anos. Ele foi encontrado em uma padaria no entorno do Lins.
Disque Denúncia
O Disque Denúncia divulgou um cartaz com 15 dos principais procurados na operação (veja abaixo). A recompensa é de R$ 1 mil pelos bandidos Furinho, Nisinho, Jamaicano, Miguelinho, Maninho, Diel, Coroa, Piloto, Tchá Tchá, Hilton, Brancão, Vagner, Da Mata, Da Cabrita. Pelo traficante Da Russa, que de acordo com as denúncias é o comandante geral do tráfico em todo o Complexo do Lins. o valor é de R$ 30 mil. O telefone para contato é 2253-1177.
O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, disse que há pelo menos três dias o serviço vem monitorando as regiões onde ocorrem as ações deste sábado, passando informações às forças de segurança.
“Com os panfletos queremos mobilizar a população. Esperamos o máximo de denúncias.”, disse.
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Liam GomesHÁ 3 MINUTOS
Tem que matar…. Pq se prender a justiça vai soltar…
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