FOTOS IMAGENS-Aluna tem queimadura de 2º grau em feira de ciência em Suzano, diz mãe


Fernanda Lourenço e Gladys PeixotoDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Adolescente teve queimaduras de segundo grau em feira de ciência em Suzano, diz mãe (Foto: Katia Simone Takikawa/Arquivo Pessoal)Adolescente teve queimaduras de segundo grau em
feira de ciência em Suzano, diz mãe (Foto: Katia
Simone Takikawa/Arquivo Pessoal)

Uma adolescente de 15 anos está se recuperando após ter sofrido queimaduras de 2º grau na feira de ciências da escola onde estuda, em Suzano, segundo a mãe dela, Katia Simone Takikawa. O acidente foi no dia 9 de novembro, mas a família divulgou fotos dos ferimentos em redes sociais apenas neste fim de semana e o caso ganhou repercussão. A advogada da família, Vanessa Ribeiro Camargo, informou que entrou com uma medida cautelar para conseguir as imagens das câmeras de segurança da escola e também com uma petição para instauração de inquérito policial.

O Colégio Suzano informou que “o manuseio de material inflamável é permitido em Feira de Ciências e dentro de laboratórios em todas as instituições de ensino, desde que em ambiente controlado e acompanhado pelos educadores. Segundo a escola, “havia a presença da brigada de combate a incêndio e funcionários participantes da CIPA, treinados para a execução de manobras básicas de combate à incêndio”.

A aluna, do 9º ano, começou a estudar na instituição no começo de 2016. Ela não teve o nome revelado pela família, mas relatou que havia estudantes do sexto ano na mesa da frente do grupo dela usando algo inflamável.

“Eu estava agachada e de costas para eles, arrumando minha experiência, quando ouvi um barulho muito forte de algo caindo no chão. Em seguida, ouvi meus amigos gritando desesperados para eu sair dali e quando olhei para trás, vi que havia muito fogo. O fogo estava muito alto, quase pega no meu cabelo que estava solto. Rapidamente levantei e virei, foi quando começou a pegar fogo no meu pé direito”, relatou.

A jovem ainda disse que foi socorrida por um amigo e por uma mulher que não conhecia. Segundo ela, não havia orientações de segurança. “Nesse dia recebemos apenas a orientação de abotoar os jalecos. Mas muitos alunos estavam com os jalecos abertos, mangas dobradas, de bermudas com as pernas expostas, eu de chinelo e a maioria das meninas de cabelos soltos. A feira foi realizada na quadra da escola que é fechada e estava quente lá dentro. Todas as mesas e as estruturas das barracas foram forradas com TNT que é fácil de pegar fogo. E havia mais de um grupo usando fogo e eu não vi nenhum bombeiro no local”, disse a jovem.

Jovem diz que não havia segurança em feira de ciência onde ela se queimou em Suzano (Foto: Katia Simone Takikawa/Arquivo Pessoal)Jovem diz que não havia segurança em feira de ci-
ência onde ela se queimou em Suzano
(Foto: Katia Simone Takikawa/Arquivo Pessoal)

A menina foi socorrida pela escola para a Santa Casa de Suzano. Depois a mãe a levou para um especialista. “O médico me orientou como fazer os curativos duas vezes ao dia com medicamentos específicos”, contou a mãe. No dia 16 de novembro a jovem passou por atendimento no Hospital Sírio Libanês, na capital. “Ela passou por um procedimento cirúrgico com anestesia geral para ‘desbridar’ o ferimento”, continua Kátia. A mãe acrescentou que não foi procurada pelos donos da instituição de ensino, mas apenas pela diretora pedagógica.

A mãe afirma que vai tirar a menina da escola. “Ela não está indo para a escola, pois tem atestado médico”, diz.

A advogada contratada pela mãe, Vanessa Ribeiro Camargo, explicou que entrou com uma medida cautelar para conseguir as imagens das câmeras de segurança instaladas na quadra. “Assim vou poder verificar o que aconteceu no local”, disse.

Outra medida da advogada foi enviar uma petição para instauração de inquérito policial para averiguar o que aconteceu e a responsabilidade do dono do colégio. Ela disse que foi enviada na sexta-feira (18), para o delegado responsável. “Estamos ainda na fase preparatória e estudando o caso. Pretendemos, posteriormente, entrar com uma ação de responsabilidade civil para reparação dos danos sofridos. O que aconteceu foi de responsabilidade do colégio. Estavam no local crianças de 11 anos manipulando combustível com utilização de caixa de fósforo. A mãe da garota guardou a roupa da filha para perícia, assim poderemos afirmar qual foi o combustível utilizado”, disse a advogada.

O Colégio Suzano informou que “o manuseio de material inflamável é permitido em Feira de Ciências e dentro de laboratórios em todas as instituições de ensino, desde que em ambiente controlado e acompanhado pelos educadores. Nesse sentido, os alunos estavam autorizados ao uso do álcool, não estando autorizada à utilização de outras substâncias. Todas as experiências que tinham manipulação de tais produtos estavam com uma equipe de apoio circulando no local e equipamentos à disposição”.

O colégio ainda acrescentou que apura o que aconteceu neste caso. “Todos os anos ocorre o desenvolvimento do projeto e em nenhum outro evento ocorreu tal incidente”, afirmou.

Ainda de acordo com a instuição de ensino, “para a realização dessa espécie de evento, não há a exigência de vistoria do bombeiro”. A escola ainda acrescentou que “está com toda a documentação do prédio, incluindo o alvará em plena vigência” e que “a vistoria mensal é realizada pela brigada do colégio e para este evento foram acionados antes, durante e depois da feira.”

O colégio também informou que “havia a presença da brigada de combate a incêndio e funcionários participantes da CIPA, treinados para a execução de manobras básicas de combate à incêndio”.

Com relação ao socorro, a escola informou ao G1 que “foi imediato, executadas manobras de primeiros socorros, nenhum outro aluno ou visitante foi atingido, e a aluna foi encaminhada  para o pronto atendimento da Santa Casa. Após o atendimento pela equipe médica, a aluna e a mãe retornaram ao colégio, onde a aluna permaneceu até o encerramento do evento, sem a presença da mãe e aos cuidados do colégio.”

De acordo com a escola, “a equipe, através da diretora, esteve em constante contato com a mãe, oferecendo todo o auxílio desde o custeio de qualquer tratamento até auxilio para deslocamento, porém a mãe recusou ajuda bem como, recusou-se a nos atender.”

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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