FOTOS IMAGENS-A Polícia Federal prendeu temporariamente nesta sexta-feira (11), quatro diretores das empresas Galvão Engenharia, OAS, Coesa e Barbosa Mello suspeitos de envolvimento no superfaturamento e desvio de R$ 200 milhões em dois lotes das obras da transposição do Rio São Francisco, entre o sertão de Pernambuco e a Paraíba.
A informação foi confirmada nesta manhã pelos delegados da Polícia Federal em Recife, núcleo da operação. Ao todo, foram detidos um executivo que representa a OAS e a Coesa, um da Barbosa Mello e dois da Galvão Engenharia. As prisões são temporárias, com duração de cinco dias podendo ser prorrogadas por mais cinco ou convertidas em preventiva – quando não há prazo definido para acabarem – e ocorreram nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Ao todo, o consórcio recebeu R$ 680 milhões pelas obras dos dois lotes, dos quais R$ 200 milhões foram repassados para empresas de fachada, segundo as investigações.
Apesar das coincidências com a operação tocada pelo juiz Sérgio Moro, no Paraná, a investigação é realizada pela Polícia Federal no Recife (PE), independentemente da Lava Jato. Ao perceber que os alvos se cruzaram, contudo, a Polícia Federal compartilhou informações com a força-tarefa da emblemática operação que desmontou o esquema de corrupção na Petrobras.
Cerca de 150 policiais federais cumpriram nesta manhã 32 mandados, sendo 24 de busca e apreensão, 4 de condução coercitiva e quatro de prisão nos Estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e em Brasília.
Obra
A obra de transposição do Rio São Francisco é tocada pelo governo federal e foi reiniciada na gestão do ex-presidente Lula. Segundo o Ministério da Integração Nacional, responsável pela execução, a obra engloba a construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios. Desde que foi retomada, ela se arrasta há oito anos.
Além da recuperação de 23 açudes existentes na região que receberão as águas do Rio São Francisco. O projeto esta orçado em R$ 8,2 bilhões, com base na planilha orçamentária vigente.
O governo diz que a obra beneficiará uma população estimada de 12 milhões de habitantes, em 390 municípios nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde a estiagem ocorre frequentemente. A Região Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água. O Rio São Francisco apresenta 70% de toda a oferta regional.
Em outubro deste ano, conforme o ministério, 81% da execução física da obra estava concluída, sendo o Eixo Norte com 82,2% e o Eixo Leste com 79,2%.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou entre 2005 e 2013 irregularidades que somam R$ 734 milhões nas obras da transposição, o que inclui contratos que não foram honrados ou que têm sobrepreço, pagamento duplicado por obras ou pagamento de serviços que não foram executados.
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