Casal suspeito pela morte de zelador participa de reconstituição no litoral
16/06/2014 19h44 – Atualizado em 16/06/2014 22h27
Casal suspeito pela morte de zelador participa de reconstituição no litoral
Investigadores vieram a Praia Grande, onde publicitário foi preso.
Segundo a polícia, ele foi detido em flagrante por queimar corpo da vítima.
Investigadores estiveram nesta segunda-feira (16) em Praia Grande, no litoral de São Paulo, para mais uma etapa da investigação sobre a morte do zelador Jezi Lopes de Souza, de 63 anos. A vítima desapareceu do prédio onde trabalhava, na capital paulista, no dia 30 de maio. Três dias depois, a polícia prendeu em flagrante o publicitário Eduardo Martins, de 47 anos, em Praia Grande, suspeito de queimar e tentar se livrar do corpo do zelador. Segundo Martins, Jezi Lopes morreu ao bater a cabeça em um batente de porta, durante uma briga.
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A Polícia Civil fez uma nova reconstituição do caso em Praia Grande, que começou por volta das 13h30 e só terminou no início da noite. Os investigadores querem saber se a mulher do publicitário, Ieda Cristina Martins, de 42 anos, ajudou o marido. Ambos estão presos e participaram dos trabalhos nesta segunda-feira.
A primeira a entrar na casa para a simulação foi Ieda, que ficou quase duas horas dentro da residência. Depois foi a vez do publicitário, que entrou pelo portão carregando uma mala similar à utilizada no crime. Em outro momento, Martins foi até a churrasqueira mostrar como teria queimado partes do corpo do zelador. Ele chegou a colocar a própria mala dentro da churrasqueira.
O delegado Egídio Cobo, um dos responsáveis pelo caso, acompanhou os trabalhos. Ele disse que surgiram pontos divergentes e que a participação de Ieda ainda é incerta. “É prematuro dizer algo sobre a participação dela no crime. Temos que esperar a perícia”, diz.
Já a delegada Silvia Fagundes Teodoro destaca a razão pela demora da esposa de Eduardo na reconstituição. “Ela passou mais de uma hora e meia lá dentro porque não conseguiu gravar horários e outros detalhes, o que causou algumas divergências. Mas ela esteve na casa de Praia Grande depois do crime”, comenta.
Cobo afirma que vai haver uma acareação entre o casal, para esclarecer as divergências apresentadas na reconstituição, mas ainda não foi definida uma data. Por sua vez, o advogado de defesa do casal, Marcello Primo Muccio, diz que o publicitário está colaborando com as investigações e que Ieda não estava em Praia Grande no momento da ocultação e incineração do corpo do zelador. Segundo o advogado, ela não teria conhecimento do crime.
Reconstituição em São Paulo
Uma reconstituição já foi realizada na semana passada no prédio onde Jezi desapareceu. Os policiais procuraram manchas de sangue no apartamento. Eduardo Martins foi flagrado pelas câmeras de segurança saindo com malas do prédio.
Estadão Conteúdo e Reprodução/TV Globo)
Ieda Cristina Martins foi detida inicialmente, mas liberada dias depois. No dia 9, voltou a ser presa quando prestava depoimento em uma delegacia de São Paulo. Policiais do Rio de Janeiro chegaram ao DP com uma ordem de prisão temporária. Ela é suspeita de participar da morte do empresário José Jair Farias, em 2005, que à época era seu marido.
A advogada também é investigada por ter supostamente ajudado o publicitário Eduardo Martins a matar e esconder o corpo de Jezi Lopes. A polícia descobriu que ela comprou fita adesiva que poderia ter sido usado para amarrar o zelador. Ieda afirma que fez compras de papelaria para o material escolar do filho. Ela nega participação nos crimes.
Arma
No crime cometido no Rio, as principais provas contra a advogada e o publicitário são um cano de pistola 380, silenciador e munição encontrados pelos policiais no apartamento dela e do marido.
Segundo a polícia, o empresário carioca foi morto com uma arma do mesmo calibre e, até hoje, a morte dele não foi solucionada.
Reprodução/TV Globo)
Prisão temporária de 30 dias
A prisão temporária de 30 dias foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 7. Segundo nota divulgada pelo Tribunal, o juiz José Nilo Ferreira avalia que a “liberdade para qualquer dos dois viria acarretar manifesto prejuízo para a instrução criminal e possível aplicação da Lei”.
“Observa-se que, pela simples leitura dos autos e da representação, a autoridade policial está concretamente desempenhando seu papel com afinco, daí porque a pretensão merece ser acolhida no sentido de que efetivamente o trabalho da autoridade policial possa ser ultimado e por fim ultimada também a prestação jurisdicional, seja qual for o resultado, condenando-se ou absolvendo-se”, afirma o magistrado.
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