Ricardo Araújo
Repórter

A maior rede de farmácias do país em faturamento e número de lojas, a Raia Drogasil, chegou ao Rio Grande do Norte. A primeira loja instalada na Região Metropolitana de Natal, em Nova Parnamirim, foi inaugurada semana passada, com a “bandeira” Drogasil. Pelo menos outras seis deverão abrir em diferentes pontos da capital e cidades vizinhas até o fim de 2015.

Sem anunciar valores investidos ou previsão de faturamento no primeiro ano de funcionamento no estado, a Rede Raia Drogasil atingiu faturamento da ordem dos R$ 2 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, no país. O plano de expansão pela região Nordeste, que concentra cerca de 20% do mercado farmacêutico nacional, começou pela Bahia e subiu pelos estados vizinhos. Na região, a Drogasil ainda não se instalou no Ceará, Piauí e Maranhão. Completando 80 anos de fundação em 2015, a rede está  em outros 16 estados brasileiros com mais de mil lojas instaladas.

CLAÚDIA MIFANOO vice-presidente de Operações da Drogasil – um dos ‘braços’ da maior rede de farmácias do país – fala sobre a estreia da rede no estado

Além de ter o maior número de pontos de vendas, a empresa é a que mais fatura no país no ramo de revenda de produtos farmacêuticos, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias.

Na contramão dos demais setores da Economia, o vice-presidente de Operações da Drogasil, Antônio Carlos de Freitas, anunciou que a rede cresceu de 10% a 12% em 2014.

A possibilidade de expansão no Rio Grande do Norte depende do comportamento do mercado consumidor e das perspectivas de prospecção de clientes em cidades-polo. Por enquanto, a Drogasil focará em Natal, para onde diz ter vindo com “força total”.

A partir de quando a Drogasil vislumbrou Natal como um potencial mercado consumidor?
Essa nossa trajetória já não é de hoje. Nós começamos a trajetória pelo Nordeste há dois anos. Nós começamos vislumbrando o mercado nordestino como um  todo, onde a gente não estava presente. Nós estamos mais presentes no Sudeste e Centro-Oeste. Fazia parte do desejo da companhia expandir para o Nordeste. Nós começamos pela Bahia e a gente foi  subindo. Hoje, a gente já está presente em Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e encerramos o ano com chave de ouro abrindo a primeira loja no Rio Grande do Norte, com previsão de mais seis ao longo de 2015.

Qual o valor do investimento para a abertura das lojas em Natal e Região Metropolitana?
Como nós somos uma sociedade de capita aberto, tem algumas informações que não são divulgadas. Não podemos informar, sobretudo, numerologia e valores. Mas é um valor considerável. São todas lojas de porte grande, com estacionamento e de esquina, climatizadas. Tudo o que a gente tem de moderno e nos outros estados, estamos levando  também aí para Natal no mesmo nível. Tenho certeza que o público de Natal, de um modo geral, vai gostar bastante.

De que forma os senhores chegaram à conclusão de que o mercado potiguar é interessante e atrativo para investimentos?
O mercado do Nordeste como um todo é um mercado  que a gente tomou como objetivo e que está em ascensão. Assim como já teve o Centro-Oeste, onde nós estamos hoje bastante presentes, a gente quer ter, a gente quer buscar uma fatia nesse mercado nordestino que é muito bom. Pelo menos é o que tudo indica, através dos indicadores que a gente tem. As informações são muito boas e a gente quer estar presente.

Em relação a valores, quais serão os diferenciais de preços de produtos em relação às drogarias já instaladas
As nossas lojas, não que nos consideremos melhores que os outros, queremos ser iguais aos demais e tentar oferecer alguma coisa diferente. Todas as nossas lojas são amplas, em termos de espaço físico, todas elas climatizadas, procuramos ter vagas de estacionamento, pois hoje o público que frequenta nossas lojas nas grandes cidades procura a comodidade do estacionamento e isso é interessante. Temos uma arquitetura de fachada bastante moderna, isso em relação às instalações de um modo geral. O nosso principal diferencial, entendo eu, são as pessoas. Nós vamos ter, em todas as lojas, farmacêuticos presentes em tempo integral. Farmacêuticos estes que captamos no mercado local e estamos dando oportunidade para estes profissionais com treinamento especializado. Nós queremos que a nossa equipe possa dar um atendimento especializado a quem entrar na nossa loja.

Mas isso é uma prerrogativa de todos os empresários. O que os senhores oferecem, na prática, para concorrer de igual para igual?

A primeira coisa que eu preciso ter é preço competitivo e isso eu vou ter. Eu acho que se for falar em termos de preços, eu tenho preço competitivo.

O senhor não falou de investimentos para a abertura das lojas no estado. Entretanto, como o senhor analisa o mercado nacional? Vale a pena investir com essa retração da economia?
Existe, no varejo farmacêutico, uma expectativa de crescimento de 10% a 12%. é diferente. Quando se pega o varejo como um  todo, dependendo do ramo, vai voltar a crescer. No nosso caso, do varejo farmacêutico, ele é crescente. Isso é impulsionado pelo maior consumo de medicamento pela população em geral, que está envelhecendo. Então, ela tem a probabilidade de consumo muito maior do que nos últimos tempos. E você vê que o lado da beleza está crescendo fora da curva que o mercado tem apresentado.

E qual a perspectiva de faturamento nesta primeira loja em funcionamento no Rio Grande do Norte?
A gente também não abre isso. A gente não abre faturamento por loja e a gente só publica o faturamento trimestral. Individualizando, por regiões específicas, a gente não divulga.

Em relação ao Rio Grande do Norte, os senhores pretendem ampliar a instalação das lojas para o interior ou irão se concentrar em Natal e Região Metropolitana?
Nosso lema é sempre tentar aproveitar as oportunidades. E a gente está sempre buscando alternativas. Não vai ser diferente no Rio Grande do Norte. Nós estamos chegando agora e, por enquanto, nós vamos ficar na capital. Parnamirim é grande Natal e não dá para chamar de interior. A ideia é identificar as principais cidades e estudar direitinho. Faz parte do nosso plano um desenvolvimento no estado. Nós estamos indo para o Rio Grande do Norte para ficar e marcar presença, não somente em Natal, mas nas principais praças.

Como é feito o estudo de mercado antes da instalação do negócio?
A gente estuda o mercado consumidor baseado em dados. A gente tem dados da INS que mostram qual é o consumo de medicamentos praça a praça. Ele é obtido através de pesquisas que são feitas e você tendo esse mercado consumidor, ali você determina quantas lojas vai ter, qual seu interesse realmente em ampliar ou não.

O Brasil vive hoje um momento bom para a indústria farmacêutica?
A expectativa é de crescimento. Se tem o aspecto do envelhecimento da população e se espera, também, um aumento de emprego e renda e um melhor acesso à saúde. Isso é o que a gente está esperando, principalmente, para 2015. Nosso caso não é de retração. É um mercado que nos aparenta estar bom.