CARNAUBAIS RN-Cresce pressão pela troca da atual diretoria da Petrobras


155184São Paulo (AE) – A pressão pela troca da atual direção da Petrobras aumentou após a revelação de que a presidente da estatal, Graça Foster, foi informada sobre irregularidades antes de virem à tona as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Além de não terem sido tomadas providências em parte das denúncias da geóloga Venina Velosa da Fonseca, a funcionária relatou ter sofrido represálias da antiga e da atual direção. Ela deve prestar depoimento ao Ministério Público Federal nesta semana.

Dida SampaioVenina Velosa aponta irregularidades que implicaram em prejuízos milionários à PetrobrasVenina Velosa aponta irregularidades que implicaram em prejuízos milionários à Petrobras

Após a divulgação desses fatos pelo jornal Valor Econômico, a oposição voltou a cobrar a saída de Graça e vai pedir o indiciamento dela no relatório paralelo da CPI Mista da Petrobras. “Ela vai se transformando numa presidente fraca, que não tomou medidas para conter os desmandos na Petrobrás”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Na terça-feira, dia 9, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia se posicionado pela troca de comando na estatal

Venina era gerente executiva da Diretoria de Abastecimento – subordinada a Paulo Roberto Costa, delator do esquema de desvios na estatal – quando fez a primeira denúncia sobre despesas irregulares da empresa, em 2008. Nos anos seguintes, ela apontaria elevação de custos da refinaria de Abreu e Lima, um dos focos da Lava Jato, e na comercialização de óleo combustível no exterior. Nesse último caso, já sob a gestão de Graça e com José Carlos Cosenza no lugar de Costa, não foram tomadas providências a respeito, segundo a reportagem.

Na primeira denúncia, a geóloga verificou que contratos de pequenos serviços na comunicação da Diretoria de Abastecimento, cujo orçamento para todo o ano de 2008 era de R$ 39 milhões, chegaram a R$ 133 milhões de janeiro a meados de novembro. Ao procurar Costa para informá-lo das dificuldades em rastrear os contratos, lançados em diferentes centros de custos, o então diretor apontou o dedo para um retrato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e perguntou se ela queria “derrubar todo mundo”.

Costa também afirmou que a responsabilidade sobre os gastos era de outro gerente, Geovanne de Morais. Venina levou o caso ao presidente da Petrobras na época, José Sergio Gabrielli, que instaurou uma comissão interna. O relatório detectou R$ 58 milhões pagos por serviços não realizados e determinou a demissão de Morais. Ele só foi desligado em 2013.

Abreu e Lima
No ano seguinte, em abril, Venina enviou e-mail para Graça, na época diretora de Gás e Energia, pedindo ajuda para escrever sobre problemas detectados na estatal. A geóloga verificou elevação de gastos em Abreu e Lima de US$ 4 bilhões para US$ 18 bilhões, em uma das fases da obra, em contratos firmados com empreiteiras hoje investigadas pela Lava Jato e apontadas como integrantes de um “clube” que atuava em cartel.

Em ofício de 4 de maio de 2009, Venina criticou a forma de contratação sem licitação em pelo menos quatro ocasiões da fase 2 das obras. Para ela, o “início das licitações em Abreu e Lima” seriam as “medidas corretas” a serem adotadas. Desde 1998, por decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso, a Petrobras não precisa seguir a Lei de Licitações.

Demitido critica a gestão da empresa
Brasília (AE) – O ex-gerente de Comunicação do Abastecimento Corporativo da Petrobras Geovanne de Morais, citado em investigações internas que apontam envolvimento dele em desvios na estatal, rebate as acusações e afirma ter sido usado como “boi de piranha” pela direção da estatal. Morais comandou em 2008 a gerência de Comunicação do Abastecimento Corporativo da petroleira, posto no qual era subordinado ao ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Reportagem do jornal Valor Econômico afirmou na sexta-feira que uma ex-funcionária da estatal alertou a atual diretoria sobre irregularidades na empresa antes da Lava Jato. A geóloga Venina Velosa da Fonseca, que foi gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, avisou a presidente da companhia, Graça Foster, sobre pagamentos de serviços de comunicação que não foram prestados, cujos valores chegariam a R$ 58 milhões, e sobre a escalada de aditivos que elevaram os custos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, de US$ 4 bilhões para US$ 18 bilhões.

Morais era um dos responsáveis pela promoção de eventos esportivos, festas, shows e bailes de carnaval realizados para divulgar a marca Petrobras. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias da Agência Estado, o ex-diretor afirmou que era prática comum na estatal a ausência de planejamento de gastos na maioria desses eventos.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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