Assú RN;“Impeachment não precisa ser um crime pessoal”, diz Alckmin


Da esquerda para a direita: o empresário Flávio Rocha, o governador Geraldo Alckmin e o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de SP João Doria Jr.

Depois de defender que o Congresso não entre em recesso parlamentar para apressar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na noite de segunda-feira 15 que sempre preservou a figura pessoal da presidente. “A gente não pode dizer que ela se apropriou do ponto de vista pessoal patrimonialista.” Alinhado ao PSDB na defesa do impeachment desde a semana passada, Alckmin sempre foi o tucano mais próximo de Dilma e nos últimos meses evitou fazer acusações diretas à presidente.

“Responsabilidade fiscal é um tipo de delito, mas não é pessoal”

“Impeachment revela um crime, mas não precisa ser um crime pessoal”, disse o governador, durante um jantar de apoio ao empresário João Doria Jr, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, na casa do empresário Flávio Rocha, presidente da Rede Riachuelo, na capital paulista . “Há vários tipos de delitos previstos. Responsabilidade fiscal é um tipo de delito, mas não é pessoal.”

“Os fatos são cada vez mais graves”

Alckmin disse que sempre defendeu as investigações e o cumprimento da Constituição. “Cada dia que passou houve um agravamento. Há a responsabilidade fiscal. Eu não sou professor de Direito Constitucional, mas o professor Miguel Reale não é um neófito. Há, do ponto de vista político, o agravamento do quadro econômico. Foi preso até o líder do governo (senador Delcídio do Amaral). O que vai acontecer nos próximos dias?”, diz o governador. “Você tem fatos e o processo é dinâmico. E os fatos são cada vez mais graves.”

“Quanto mais esticar isso, pior”

A defesa do governador de São Paulo da suspensão do recesso faz coro ao que seu partido deseja – ganhar mais tempo para mobilização contra Dilma Rousseff. “Quanto mais se esticar isso, pior para o País”, sustenta Alckmin. Ele ressalvou que quem vai decidir se haverá recesso ou não é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB. “Essa tese de que se demorar mais é melhor, se demorar menos é pior. Você não pode ser assim, até porque isso não é matemática.”

“É ruim ter Cunha na presidência”

O governador admitiu que “é ruim” ter Eduardo Cunha na presidência da Câmara durante o processo de impeachment. “Isso (o afastamento de Cunha da presidência) é um processo que tem que andar de maneira paralela na Câmara. Mas não tenha dúvida que é ruim”, disse Alckmin. O governador defendeu a legitimidade do processo de impeachment, comparando com instrumentos do parlamentarismo. “Você tem um instrumento do parlamentarismo que é o voto de desconfiança do governo, tem um instrumento do presidencialismo que é o impeachment, que está previsto na Constituição”, justificou o governador. “O PT sair dizendo que é golpismo, não tem isso. O PT participou do impeachment do Collor, tentou impeachment contra o Itamar Franco, que era um governo de transição, tentou contra o Fernando Henrique. Só não fez impeachment do Lula. Caberá ao Senado federal analisar o impeachment. E o guardião da Constituição é o Supremo Tribunal Federal.”

“Discutir governo Temer é por o carro na frente dos bois”

Alckmin sustentou que nunca declarou ser contra ou a favor um possível governo Temer, “até porque isso é por o carro na frente dos bois. Não houve impeachment nenhum, como vou discutir governo Temer? Não é hora.” O governador indagou: “O que é melhor para o País? É resolver. Ou faz ou não faz impeachment, mas o que não pode é continuar essa paralisia. Eu não sei se isso é bom ou é ruim. O que precisa é resolver.”

“Ela (Dilma) precisa sair da paralisia”

Alckmin classificou de imprevisíveis as chances de Dilma sofrer ou não o impedimento. “É difícil saber. Com Collor, houve 250 votos em 20 dias. Mas isso pode não se repetir”, disse o governador. “Tem uma questão política, e ela precisa sair da paralisia.”

“É preciso incentivar novas lideranças no PSDB”, diz Alckmin sobre Doria

Foi a primeira vez que o governador prestigiou um jantar de apoio ao empresário João Doria Jr. desde que o presidente do Lide lançou-se pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Alckmin não quis afirmar se Doria é o seu candidato nas prévias, mas, além de ter ido ao jantar, discursou e felicitou o empresário como “aniversariante”. Doria faz aniversário na quarta-feira 16. “É preciso incentivar as novas lideranças no PSDB. O pessoal precisa participar mais. A política virou um clube de má fama. Temos que trazer novos líderes.” Na saída, Doria afirmou que o jantar havia sido “histórico” e brincou que a presença do governador naquela noite causaria muita dor de cotovelo.

Isto É, Gisele Vitória

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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