Assú RN; “Sem o financiamento do BNDES, não haverá infraestrutura”


É consenso entre empresários e economistas que a retomada do crescimento econômico passará, necessariamente, pelos investimentos em infraestrutura. Em 2016, no entanto, os aportes em energia elétrica, transportes, telecomunicações e saneamento básico estão regredindo ao patamar de 2009. Para virar esse jogo, o governo Michel Temer apresentou 34 projetos que serão colocados à disposição da iniciativa privada. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini, as regras do jogo melhoraram muito em relação às estabelecidas pelo governo Dilma Roussef. Porém, o encolhimento do BNDES é preocupante. “Para termos uma infraestrutura competitiva, precisaremos investir R$ 300 bilhões por ano nos próximos 10 anos, o equivalente a 5% do PIB. Hoje estamos investindo R$ 130 bilhões, ou seja, 2,1% do PIB”, diz Tadini. “Como é que eu vou financiar esse montante sem o BNDES?” Confira a entrevista concedida à DINHEIRO na sede da Abdib, em São Paulo.

DINHEIRO – Qual é o caminho para destravar a infraestrutura no Brasil?
VENILTON TADINI – Infraestrutura não é intestino. Não basta um laxante para que as coisas aconteçam. Falando sério, não é simplesmente ligar uma chave e o motor começa a funcionar. Investimento em infraestrutura é um processo que começa com um bom planejamento de longo prazo. Além disso, é preciso definir as regulações e, não menos importante, a taxa de retorno dos investimentos. Para isso, é preciso ter um estudo de viabilidade muito bem feito, que mitigue os riscos das obras e dos prazos, e simplifique as licenças ambientais e as desapropriações.

DINHEIRO – Essas questões evoluíram?
TADINI – Sim, avançamos muito, pois havia uma desgovernança no governo anterior. Foi fundamental subordinar o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) à Presidência da República, e colocar um secretário-executivo forte, que é o Moreira Franco. O governo envolveu os principais ministérios, as agências reguladoras, o BNDES e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) em torno de uma unidade de pensamento. Haverá aprovação prévia das licenças ambientais e uma maior facilidade para a iniciativa privada desapropriar imóveis. Outro ponto importante é não limitar a taxa de retorno dos projetos de infraestrutura.

DINHEIRO – Qual deve ser o papel das agências reguladoras?
TADINI – O papel das agências é de regular e fiscalizar os serviços, e não ficar definindo a modelagem dos projetos.

DINHEIRO – Qual é o volume mínimo de recursos para a infraestrutura?
TADINI – Para termos uma infraestrutura competitiva, precisaremos investir R$ 300 bilhões por ano nos próximos 10 anos, o equivalente a 5% do PIB. Hoje estamos investindo R$ 130 bilhões, ou seja, 2,1% do PIB. Esse volume caiu 15% ao ano nos últimos dois anos. Como é que eu vou financiar esse montante sem o BNDES?

Veja entrevista completa da ISTOÉ

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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