Blog do Levany Júnior

Assú RN; Al-Shabaab assume ataque em universidade no Quênia que matou ao menos 20

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NAIRÓBI — A organização extremista al-Shabaab reivindicou o ataque armado realizado nesta quinta-feira à Universidade de Garissa, no Nordeste do Quênia, que deixou ao menos 20 mortos e mais de 65 feridos, segundo a BBC. O grupo islâmico somali afirmou que a ação é uma vingança contra a intervenção de tropas quenianas na Somália e anunciou que mantêm cristãos como reféns. Um terrorista suspeito foi preso e 82 somalis que teriam conexão com o grupo foram detidos, segundo as autoridades. Cerca de 300 estudantes estariam desaparecidos, embora outros dados apontassem para mais de 500.

— O Quênia está em guerra com a Somália. Nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é matar os que são contrários ao al-Shabaab — disse à agência France Press por telefone um porta-voz do grupo, Sheikh Ali Mohamud Rage. — Matamos muitos. Vão ficar chocados quando entrarem.

Em outro comunicado, o grupo aponta a universidade como uma “ideologia desviante”. “A Universidade de Garissa é origem de atividades missionárias e espalha ideologias erradas entre os muçulmanos do Quênia.”

O grupo jihadista mantém reféns e há troca de tiros com as forças de segurança ao longo de várias horas. Policiais e militares cercam o campus da universidade e tentam expulsar os atacantes.

Estudantes que conseguiram escapar contaram que os terroristas entraram no alojamento e iam de quarto em quarto perguntando quem era cristão e quem era muçulmano.

— Se você era cristão, atiravam em você. A cada tiro pensei que fosse morrer — contou Collins Wetangula, que foi resgatado por agentes que entraram por uma janela.

Dos 815 alunos, não se tem notícia de pelo menos 280, segundo as autoridades, e dezenas de estudantes cristãos estariam sendo mantidos como reféns.

— Contei 14 corpos sendo retiradas do campus por uma ambulância da Cruz Vermelha, incluindo dois guardas que também foram mortos — disse um policial. — Estamos encontrando dificuldades para acessar o complexo universitário porque os atiradores estão no topo de um prédio e fazem disparos quando tentamos entrar.

A maioria dos feridos foi atingida por tiros, e quatro estão em estado grave. Fontes disseram à rede de televisão árabe al-Jazeera que cerca de cinco homens estão no campus.

O presidente Uhuru Kenyatta pediu, em comunicado, que o país fique calmo e anunciou a convocação de dez mil recrutas da polícia para treinamento. “Sofremos desnecessariamente devido à falta de pessoal na segurança. Quênia precisa de forças adicionais, e não vou deixar a nação esperando”, disse em nota.

O grupo militante islâmico somali, ligado à al-Qaeda, realizou vários atentados em Garissa e no Quênia no passado, incluindo o ataque a um shopping na capital, Nairóbi, em 2013. Ligada à rede al-Qaeda, a organização prometeu punir o Quênia pelo envio de tropas à Somália a fim de se unir às forças de paz da União Africana para combater os extremistas.

Estudantes se abrigam em um carro depois de fugirem do ataque na Universidade de Garissa, no Quênia – AP

 

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